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  • sexta-feira, 24 de agosto de 2018

    “Casamentos” precoces - uniões prematuras (Jorge Hessen)


    “Casamentos” precoces -  uniões prematuras (Jorge Hessen)
    Jorge Hessen

    O “casamento” de crianças (sobretudo meninas) é corriqueiro em diversas sociedades cujas culturas jazem decididamente nos encostos religiosos. Entretanto, o problema de “casamentos” precoces também está muito presente no Brasil. Segundo o Instituto Promundo, entre 2013 e 2015, Maranhão e Pará têm a maior prevalência de “uniões” prematuras.
    Frequentemente tais meninas não aderem a essa determinação (“casamento” coagido) porque não compreendem em que situação as estão conduzindo, em face disso, a responsabilidade dos pais é naturalmente maior porquanto na maioria das vezes as induzem ao precoce, portanto, constrangido matrimônio “informal”.
    Muitos podem interrogar, averiguando as razões de uma menina, ainda nos arrebóis de sua infância, passar por insonhável barbaridade. Como identificar a coerência em renascer por escolha (iniciativa própria) e experimentar uma provação como essa? Qual o grau de imperfeição do Espírito para padecer tal desafio?
    Recobremos a pesquisa do Instituto Promundo que comprova que as meninas se “casam” e têm o primeiro filho, em média, aos 15 anos. A pesquisa atribui o “casamento” infantil a três causas principais. A primeira é vulnerabilidade das comunidades, caracterizada por baixos níveis de escolaridade e infraestrutura, e fraca presença do Estado. Em segundo lugar, as adolescentes querem sair da casa dos pais porque desejam começar a namorar e, por isso, veem no “casamento” uma forma de fuga das proibições dos pais. A terceira causa é a fragilidade das estruturas familiares, que leva as meninas a buscar estabilidade e segurança fora de casa.
    A infância e a juventude estão assombradas, sem alicerces morais claros, iludidas, com influências muito sensualistas. Nas crônicas diárias, jamais uma criança e ou jovem tiveram contato tão aberto com mensagens erotizantes como nos dias atuais, em grande parte graças ao acesso livre à Internet. O resultado está nos renascimentos desastrosos, que abrem expectativas nunca antes observadas. Todavia, graças à imortalidade, todas elas serão induzidas ao processo contínuo de evolução infinita, ocasionando, através da reencarnação, a fórmula divina para a definitiva conquista de si mesmas.
    Enquanto isso, esse funesto estágio moral as remete à aventura do prazer impulsionando a recondução dos recém reencarnados à era das cavernas, fazendo-as mergulharem nos subterrâneos das orgias e ali entregando-se à fuga da consciência e do raciocínio pela busca, às vezes inconsciente do encanto alucinado pelo amadorismo das emoções imediatas da sexualidade.
    No Sudeste do Brasil há casos em que meninas de 10 a 12 anos, frequentadoras dos típicos bailes (funk e análogos) engravidam. No Nordeste há diversos casos de aliciamento de menores, muitas vezes abusadas pelos próprios pais. Cada vez mais cedo, e com maior magnitude, as excitações da criança e do adolescente germinam adicionadas pelos diversos e desencontrados apelos das revistas libertinas, da mídia eletrônica, das drogas, do consumismo impulsivo, do mau gosto comportamental, da banalidade exibida e outras tantas extravagâncias, como espelhos claros de pais que relaxam em demorar-se à frente da educação dos próprios filhos.
    É óbvio que reencarnação em tais circunstâncias, embora muito difícil, não é uma penalidade imposta por Deus como ajuízam alguns, porém tão somente um mecanismo intrínseco de superação da imperfeição moral do Espírito e um meio forçoso para o progresso. A reencarnação é indispensável com vistas ao duplo avanço moral e intelectual do Espírito, considerando o progresso intelectual que se dá através da atividade obrigatória do trabalho útil e do progresso moral que se realiza pela necessidade recíproca da prática do bem entre os homens.


    terça-feira, 14 de agosto de 2018

    Camelôs e vendilhões modernos na encruzilhada do movimento espírita brasileiro


    Camelôs e vendilhões modernos na encruzilhada do movimento espírita brasileiro 

    Jorge Hessen 
    jorgehessen@gmail.com 

    É intolerável os abjetos festivais de eventos “espíritas” mormente grandiosos, inócuos e excludentes a exemplo de seminários, congressos, simpósios, encontros “fraternos”, quase sempre onerosos, soberbos, luxuosos, e constantemente destinados à elite “espírita” aquinhoada. 

    Nos tais eventos entronizam-se shows de oratória retumbantes (ocas de humildade), através de palestras (algumas plagiadas), desgastadas, repetidas e supérfluas. Porém os líderes espíritas atuais conservam-se sob a hipnose do “canto de sereia da fama ou da santificação”, sempre de olho na arrecadação dos recursos financeiros para desgastados programas sociais. 

    É óbvio que não estão no legítimo caminho do Cristo!... Ouço com insistência nos diversos centros que frequento sobre práticas consideradas estranhas e dispensáveis para a boa difusão do Espiritismo. 

    Frequentei várias instituições onde alguns divulgadores famosos são alcunhados (nos bastidores logicamente) de "camelôs ambulantes do Espiritismo", porque negociam e ofertam suas produções literárias (mediúnicas ou não), CD’s e DVD’s nos balcões de negócio preparados para que após suas “palestras espetacularizadas” sejam vendidos em “prol” do surrado assistencialismo “espírita” em que se vangloriam concretizar. 

    Tal modelo propagandista do “Espiritismo” que ganhou relevo após a desencarnação do Chico Xavier é, sem dúvida nenhuma, a deterioração da proposta dos princípios espíritas destinados a todos, ao alcance de todos. 

    Observemos a entrevista que o Chico Xavier concedeu ao Dr. Jarbas Leone Varanda e que foi publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, republicada no Livro “Encontro no Tempo”, organizado por Hércio M.C. Arantes e editado pela IDE em 1979. O amoroso Chico Xavier advertiu que "é preciso fugir da tendência à ‘elitização’ no seio do movimento espírita (...) o Espiritismo veio para o povo. É indispensável que o estudemos junto com as massas mais humildes, social e intelectualmente falando, e delas nos aproximemos (...). Se não nos precavermos, daqui a pouco estaremos em nossas Casas Espíritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais (...)”. 

    Lembro quando puliquei o artigo “INDUSTRIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPÍRITAS "GRANDIOSOS" [1], o ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, e escritor espírita, José Passini, afirmou: “Seu artigo, Jorge Hessen, deveria ser eternizado em placa de bronze e distribuído às instituições espíritas. Você acertou em cheio no monstro que desgraçadamente cresce em nosso meio.” 

    Certamente os Benfeitores espirituais , conscientes dos despautérios sobre a desprezível “ELITIZAÇÃO DO ESPIRITISMO” estejam nos alertando para um tempo de necessárias e urgentes mudanças. 

    É infame, muito deprimente mesmo! Não é fácil testemunhar esse nefasto cenário sem utilizar o brado da repulsa, através da voz (escrita) e sugerir mudanças. Sobre isso, faço a minha parte destemidamente e sem amarfanhar a própria consciência. 

    É urgentíssimo dar um basta à grave vocação elitista do movimento espírita brasileiro. 

    Em verdade, de duas, uma! Ou o Espiritismo chega à massa dos espíritos visíveis (encarnados) , especialmente os “filhos do Calvário”, os deserdados, para justificar suas mensagem ou submergirá no fosso profundo da hipocrisia e não haverá mais razão e nem legitimidade divulgar o Evangelho através da Terceira Revelação. 

    Referencia: 

    domingo, 12 de agosto de 2018

    Armar a população ou amá-la


    Armar a população ou amá-la 
    Jorge Hessen 
    jorgehessen@gmail.com 

    Em 24 de março de 2018, mais de 2 milhões de pessoas tomaram as ruas dos Estados Unidos em protestos contra a violência. Lá cidadãos têm de 300 a 350 milhões de armas e a taxa de homicídio por arma de fogo é 25 vezes maior do que as taxas de outras nações abastadas. 
    Segundo Jeffrey Swanson, professor de Psiquiatria e Ciência Comportamental da Escola de Medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, cerca de cem pessoas morrem no país diariamente por causa de um tiro. Por outro lado, a política de desarmamento da Austrália fornece evidências reais e convincentes de que ter menos armas disponíveis para a população está relacionado a uma redução significativa em mortes. Ou seja, o risco de morrer por tiros na Austrália caiu mais de 50%, e não houve nenhum sinal de aumento nos últimos 22 anos. 
    Mas há os que ainda defendem o armamento da população. Alguns pesquisadores afirmam que a mera presença de uma arma torna o comportamento do homem mais agressivo, um fenômeno chamado "efeito das armas". Pronunciam que a história comprova que a violência está entranhada na natureza humana, e armas de fogo não são, de forma alguma, um pré-requisito para a violência social. Ou seja, se todas as armas de fogo desaparecessem da face da Terra, guerras e conflitos civis continuariam a acontecer por outros meios. 
    Não somos tão ingênuos a ponto de acreditar que a restrição (proibição) do uso de armas de fogo equacione definitiva e imediatamente o problema da violência. Uma arma de fogo pode ser substituída por outras, talvez não tão eficientes. E mais, na ausência de estrutura da aparelhagem repressora e preventiva do Estado, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos indivíduos descompromissados com o bem e fazendo suas vítimas. Por isso, é importantíssimo meditar que devemos aprender a desarmar, antes de tudo, nossos espíritos, e isso só se consegue pelo exercício do amor e da fraternidade. 
    Consterna-nos saber que o Brasil é um dos líderes mundiais em casos de mortes produzidas com a utilização de armas de fogo, destarte, a sociedade clama por soluções efetivas para o problema da violência urbana. Cremos ser falsa a segurança oferecida pelas armas, especialmente considerando o potencial de alto risco do uso da arma por familiares não habilitados, que podem causar efeitos danosos irreparáveis na vida doméstica do cidadão de bem. 
    Os espíritas conscienciosos creem, obviamente, que uma das soluções para a criminalidade seria a proibição da venda de armas de fogo em todo o território nacional, ressalvada a aquisição pelos órgãos de segurança pública federal e estadual, municipal e pelas empresas de segurança privada regularmente constituída, na forma prevista em Lei. 
    É com inquietação que acompanhamos a crescente popularidade de certo “candidato à presidência” que, não obstante, jaza como um ponto fora da curva dos corrompidos, entretanto tem discorrido sobre o aparelhamento da população através da obtenção de armas de fogo. É óbvio que tal discurso preocupa bastante. Não duvidamos da integridade moral de tal candidato, contudo, suas promessas de governo têm sido controversas, ainda mesmo que esteja imbuído de boas intenções, e até mesmo reunir a seu favor excelentes cidadãos brasileiros. Todavia, insistimos dizer que o seu discurso “messiânico” para transformação social sob o látego do contra-ataque através de armas de fogo é cabalmente desfavorável à paz social. Acreditamos mais nas flores. 
    As leis e a ordem impostas à sociedade como resposta à exigência coletiva são aceitáveis e compreensíveis, porém, conforme advertem os Benfeitores espirituais é mais coerente nos amarmos ao invés de nos armarmos e desta forma fazermos aos outros o que desejaríamos que os outros nos fizessem. 
    Nesse contexto o ensinamento espírita em seu esboço filosófico e religioso (ético-moral) é e sempre será a ferramenta por excelência determinante para transformação social pela não violência. 

    Armar a população ou amá-la


    Armar a população ou amá-la 
    Jorge Hessen 
    jorgehessen@gmail.com 

    Em 24 de março de 2018, mais de 2 milhões de pessoas tomaram as ruas dos Estados Unidos em protestos contra a violência. Lá cidadãos têm de 300 a 350 milhões de armas e a taxa de homicídio por arma de fogo é 25 vezes maior do que as taxas de outras nações abastadas. 
    Segundo Jeffrey Swanson, professor de Psiquiatria e Ciência Comportamental da Escola de Medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, cerca de cem pessoas morrem no país diariamente por causa de um tiro. Por outro lado, a política de desarmamento da Austrália fornece evidências reais e convincentes de que ter menos armas disponíveis para a população está relacionado a uma redução significativa em mortes. Ou seja, o risco de morrer por tiros na Austrália caiu mais de 50%, e não houve nenhum sinal de aumento nos últimos 22 anos. 
    Mas há os que ainda defendem o armamento da população. Alguns pesquisadores afirmam que a mera presença de uma arma torna o comportamento do homem mais agressivo, um fenômeno chamado "efeito das armas". Pronunciam que a história comprova que a violência está entranhada na natureza humana, e armas de fogo não são, de forma alguma, um pré-requisito para a violência social. Ou seja, se todas as armas de fogo desaparecessem da face da Terra, guerras e conflitos civis continuariam a acontecer por outros meios. 
    Não somos tão ingênuos a ponto de acreditar que a restrição (proibição) do uso de armas de fogo equacione definitiva e imediatamente o problema da violência. Uma arma de fogo pode ser substituída por outras, talvez não tão eficientes. E mais, na ausência de estrutura da aparelhagem repressora e preventiva do Estado, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos indivíduos descompromissados com o bem e fazendo suas vítimas. Por isso, é importantíssimo meditar que devemos aprender a desarmar, antes de tudo, nossos espíritos, e isso só se consegue pelo exercício do amor e da fraternidade. 
    Consterna-nos saber que o Brasil é um dos líderes mundiais em casos de mortes produzidas com a utilização de armas de fogo, destarte, a sociedade clama por soluções efetivas para o problema da violência urbana. Cremos ser falsa a segurança oferecida pelas armas, especialmente considerando o potencial de alto risco do uso da arma por familiares não habilitados, que podem causar efeitos danosos irreparáveis na vida doméstica do cidadão de bem. 
    Os espíritas conscienciosos creem, obviamente, que uma das soluções para a criminalidade seria a proibição da venda de armas de fogo em todo o território nacional, ressalvada a aquisição pelos órgãos de segurança pública federal e estadual, municipal e pelas empresas de segurança privada regularmente constituída, na forma prevista em Lei. 
    É com inquietação que acompanhamos a crescente popularidade de certo “candidato à presidência” que, não obstante, jaza como um ponto fora da curva dos corrompidos, entretanto tem discorrido sobre o aparelhamento da população através da obtenção de armas de fogo. É óbvio que tal discurso preocupa bastante. Não duvidamos da integridade moral de tal candidato, contudo, suas promessas de governo têm sido controversas, ainda mesmo que esteja imbuído de boas intenções, e até mesmo reunir a seu favor excelentes cidadãos brasileiros. Todavia, insistimos dizer que o seu discurso “messiânico” para transformação social sob o látego do contra-ataque através de armas de fogo é cabalmente desfavorável à paz social. Acreditamos mais nas flores. 
    As leis e a ordem impostas à sociedade como resposta à exigência coletiva são aceitáveis e compreensíveis, porém, conforme advertem os Benfeitores espirituais é mais coerente nos amarmos ao invés de nos armarmos e desta forma fazermos aos outros o que desejaríamos que os outros nos fizessem. 
    Nesse contexto o ensinamento espírita em seu esboço filosófico e religioso (ético-moral) é e sempre será a ferramenta por excelência determinante para transformação social pela não violência. 

    terça-feira, 7 de agosto de 2018

    Divaldo Franco: um médium em três tempos (*)

    Divaldo Franco: um médium em três tempos  (*)

    A propósito do anúncio feito pela Mansão do Caminho, para o evento intitulado “Encontro Fraterno com Divaldo Franco”, a realizar-se no próximo mês de setembro, na Bahia.

    Os médiuns sempre chamam a atenção por uma ou outra razão. Aqueles que se projetam no cenário social colocam-se sob holofotes permanentes e não conseguem fugir das vistas dos observadores, seja por seu comportamento enquanto médium, seja pela vida que levam. São indivíduos públicos, tanto quanto outros que exercem atividades no âmbito da comunicação, da política e assim por diante. Suas vidas particulares, em certo momento, se confundem com suas atividades e é dessa forma que se tornam visíveis para a parcela da sociedade a que alcançam. Só com muito esforço conseguem manter uma certa privacidade, de modo a proteger a vida íntima, sua e dos seus. Se o homem comum tem imensas dificuldades na sociedade contemporânea para distinguir o público do privado, muito mais difícil será essa distinção para aqueles que se tornam personalidades públicas, tal como ocorre com os médiuns de grande destaque.

    Em 1973, Divaldo Franco fez uma palestra na Federação Espírita de São Paulo especialmente para dirigentes e trabalhadores de centros espíritas, por convite do seu Departamento Federativo. O objetivo era fugir do estilo conhecido de oratória do tribuno e colocá-lo mais próximo da realidade das casas espíritas, conversando sobre seus objetivos, necessidades e situações factuais, ao falar diretamente com os dirigentes.

    Divaldo surpreendeu positivamente. Quem o conhecia somente pela forma tradicional de oratória teve oportunidade de conhecer uma outra face do tribuno, livre, informal, dialógica, de tom coloquial. Divaldo exemplificou situações, contou casos, riu e fez rir. A começar pela jocosa comparação de família que fez, aproveitando a presença de Eurípedes de Castro ao seu lado. Disse que este estava tentando competir com ele, Divaldo, com sua numerosa prole de 11 filhos naturais, mas não teria sucesso, pois o médium já contava, então, com 40 crianças na Mansão do Caminho, que chamava de filhos seus e assim de fato os tinha, legalmente, pelas vias da adoção.

    Os principais temas relativos às atividades dos centros espíritas foram objeto de reflexão de Divaldo durante quase duas horas. Passes, assistência social, mediunidade, estudos doutrinários, administração, relações humanas e mais. Um pouco da história mitológicaque se teimava já construir em torno da figura de Divaldo Franco foi deixada de lado naquele instante, tendo em vista que ele se deixava ver sem a cortina do extraordinário e do fantástico que o envolviam. Divaldo era humano! A palestra, pela forma como foi desenvolvida, criou um ambiente potencial para o feed back dos presentes e poderia ter sido ainda melhor, nesse sentido, se tivesse sido dado espaço para a manifestação do público, na forma de questionamentos. Mas convenhamos, tirar de Divaldo espaço para perguntas enquanto está na tribuna é coisa difícil, pois tem ele o condão de utilizar o tempo que lhe é oferecido ao máximo. Ademais, a ideia então era de que permitia perguntas à plateia, mesmo que selecionada como era, determinava um risco que não se deveria correr.

    Já então o médium, o tribuno e o homem se misturavam. Quando falava às plateias, corria a história de que eram os espíritos que se manifestavam, levando-o a apenas reproduzir o pensamento destes. Divaldo podia, assim, falar de qualquer coisa e até mesmo não se preocupar com os assuntos sobre os quais deveria discorrer. Bastava abrir a boca para que o tema rolasse. Mas não era verdade. Talvez jamais tenha sido. Quem criava essa aura mística sobre Divaldo? Ele próprio? Aqueles que formavam o seu entorno? O público ingênuo e ávido de histórias fantásticas? Não se sabe. O fato é que já se construía o pedestal do mito e o busto subia puxado pelo balancim dos desejos. Com sua morte um dia, restará inaugurá-lo para deleite dos sonhadores e românticos.

    As biografias de Divaldo dão conta que ele é um funcionário público aposentado, de cuja renda resgata suas despesas pessoais. Desde sempre, porém, se informa que o médium e tribuno viaja Brasil e mundo afora com todas as despesas custeadas, aí compreendendo transporte, estadia e alimentação. Já na ocasião aludida acima, assim era. Complementa-se essa informação com a de que as vendas de livros, que passaram a integrar o roteiro depois que Divaldo passou a publicá-los, servia para as despesas com a manutenção da Mansão do Caminho, obra que construiu em Salvador, Bahia.

    Estudiosos afirmam que Divaldo teria sido na França o inteligentíssimo e sinistro personagem conhecido por Padre José, consagrado como a eminência parda e braço direito de outro personagem histórico e também famoso, o Cardeal Richelieu, que governou a França com braço forte durante 14 anos, no reinado de Luis XIII. Amigos próximos de Divaldo confirmam que ele próprio aceitava essa história. O fato é que, revestido da personalidade do hoje reconhecido tribuno constrói seu caminho como divulgador da obra do francês Allan Kardec. Mas, como ocorre com qualquer outra criatura humana reencarnada, as personalidades vividas no passado fazem parte do acervo individual de cada um, sendo, pois, elas, mais ou menos presentes e participativas no atual cotidiano do ser. O quanto exercem influência nas escolhas e decisões da vida atual não se sabe e não se tem estudos precisos desse fenômeno; talvez não se tenha jamais. Apenas se sabe que as vidas passadas e presente se entrelaçam e se completam.

    Há que se reconhecer que Divaldo, como tribuno e médium, é também um bom estrategista com uma virtude rara: é capaz de formar e comandar uma equipe fiel e dedicada. Extremamente organizado, foi aos poucos colecionando seguidores mais próximos, aos quais distribuiu responsabilidades de modo a que sua agenda, que controla com braço firme, contemple as diversas atividades que integram seus objetivos. No início de tudo, preocupava-se com a obra iniciante e as palestras, posteriormente, instituiu o plano de venda dos livros com primazia sobre os demais, nos eventos em que estava presente pessoalmente. Em paralelo, a obra da Mansão do Caminho crescia em várias direções. Divaldo tornou-se um catalizador de atenção e recursos para a obra.

    O tribuno e cronista

    Há uma particularidade na vida dos médiuns, senão de todos, de muitos deles. Trata-se da condição em que a personalidade deseja se colocar perante a sociedade. Explica-se. Alguns médiuns substituem muitos de seus projetos de vida para dedicar tempo maior ou integral à atividade mediúnica. Abdicam, pois, dos sonhos que naturalmente os seres humanos alimentam e concentram seus esforços naquele que julgam valer a pena. Outros, porém, mesmo com grande dedicação à atividade mediúnica, jamais deixam de lado o desejo de realizar sonhos pessoais. A interpretação via mediunidade do pensamento dos espíritos, conquanto importante, não lhes basta.

    A personalidade humana ambiciona mostrar-se e igualar-se em capacidade a outros seres reconhecidos por suas ideias. Vive no mundo, pertence-lhe, é um ser pensante e produtivo, desejoso de influir na sociedade, no seu destino e no destino dos seres humanos, com contribuição pessoal, nascida de si e para além das ideias dos espíritos, apenas. As vidas anteriores onde essa condição se mostrou forte estão hoje aí na forma de pressão inconsciente para conduzir o ser à busca de oportunidades onde o indivíduo ombreie com o médium e alcance um certo grau de respeitabilidade que então só seria votada ao médium.

    Esta parece ser a ou uma das explicações para que médiuns como Divaldo Franco assumam atividades para além do lápis mediúnico e da tribuna espírita e, no caso de Divaldo, passem a assinar com seu nome civil colunas de jornais e outras tantas atividades. O médium continua presente no ser, mas agora é o homem quem obra, quem dá origem a ideias, quem fala de moto próprio. Ao mesmo tempo em que assume essa postura, o indivíduo se coloca de maneira inevitável à análise e às opiniões do público, no direito delas de julgar as ideias tornadas públicas.

    Por certo, haverá quem acredite que mesmo quando assina uma coluna de jornal, o indivíduo (Divaldo, no exemplo) está sob a assistência e condução dos espíritos que assinam os livros. O equívoco, aqui, é julgar que tudo é mediúnico, que o médium é um ser predominantemente passivo e submetido à vontade do invisível, colocando-o como incapaz de ter ideias próprias e nem sempre alinhadas com as dos espíritos orientadores. É preciso dizer que nem tudo é mediúnico, assim como nem tudo é apenas do próprio indivíduo. A explicação está dada por Kardec e magistralmente traduzida na expressão interexistencialidade de José Herculano Pires. É de se recordar, também, que o livre-arbítrio pertence tanto ao indivíduo encarnado quanto ao desencarnado, podendo um como o outro defender posições diferentes e opostas sobre o mesmo assunto. Se a passividade total, do ponto de vista de como opera a ação mediúnica, inexiste, o mesmo se dá quanto às relações do ponto de vista da interexistencialidade, onde mentes visíveis e invisíveis dialogam permanentemente em regime de intimidade.

    Deve-se, pois, perceber que o cronista Divaldo Franco se ocupa no espaço do jornal de expor as ideias pelas quais opta, realizando, assim, o seu desejo de não simplesmente tornar essas ideias conhecidas, mas, complementarmente, imprimir no discurso uma mostra do seu próprio sentir em relação aos fatos do cotidiano social, no amplo espectro em que se manifestam. Independente de ser um individuo interexistencial, é ali o homem com suas ideologias e seu modo de ver os acontecimentos em acordo ou desacordo com outros olhares e sentimentos.

    Tendo em vista essa condição, não deveria causar espanto quando o indivíduo Divaldo Franco revela ideias controversas ou contraditórias, até mesmo em desacordo com o pensamento considerado correto e com os conhecimentos científicos atuais, como ocorreu recentemente sobre o tema dos gêneros. O embate se tornou inevitável e necessário para a clareza do assunto e o ajuste dos pontos de vista.

    O tribuno e os desvios

    Divaldo Franco é. Mesmo depois de desencarnado continuará sendo. Sua vida longeva lhe proporciona experiências inúmeras e sua posição pública, nas diversas formas de participação na sociedade, oferecem possibilidades diversas de análise. Divaldo é o ser humano e o espírito. Quando partir, o ser humano continuará com o espírito, nesta realidade indivisível do ser, pois ambos formam a experiência individualizada num ponto qualquer do espaço. A compreensão dessa realidade imortal e progressiva nasce da consciência que se forma com a maturidade, que surge no ser depois de muitos acertos e desacertos, fracassos e conquistas, tempos findos e tempos de reinício.

    Dito isso, entremos na questão dos recursos financeiros que estão em volta das atividades exercidas por Divaldo Franco, especialmente nos eventos doutrinários. Ninguém em sã consciência pode olvidar que o meio espírita vive um problema sério na atualidade, com a exploração que pouco a pouco se institucionaliza na forma de pagamentos de palestras, despesas de hospedagem, estadias, participação na vendagem de livros e nos cursos e seminários, tendo como consequência o aparecimento de palestrantes do tipo profissionais de inevitáveis danos à doutrina espírita e sua expansão.

    A história de Divaldo tem muito a haver com isso, tenha ele contribuído direta ou indiretamente para tal situação. No princípio era o verbo, ou seja, o aparecimento do orador precoce, jovem, com uma verve a emocionar plateias, de poucos recursos pessoais, o que justificava o pagamento de transporte e hospedagem por parte daqueles que o queriam se apresentando em suas instituições ou sob o patrocínio delas. O fenômeno inusitado se revelava ótimo comunicador dos princípios filosóficos do espiritismo e seria despropositada atitude pretender que ele arcasse com os custos de suas viagens para o que não possuía condições.

    Mas o fato de haver criado uma meritória instituição para o amparo à criança, junto ao seu primo Nilson, vai exigir mais do que transporte e estadia às suas apresentações, inicialmente dentro do país e depois no Exterior. Com o aparecimento dos livros de origem mediúnica, tem-se em mãos um produto importante como gerador também de recursos e neste aspecto a aquiescência aos convites que surgiam de todas as partes para palestras passou a ter um componente obrigatório (poderia ser espontâneo, mas não seguiu por este caminho): a colocação de bancas de livros exclusivos da lavra mediúnica de Divaldo Franco para venda. As ordens eram explicitas em muitas ocasiões: livros para venda no local do evento? Apenas do Divaldo. Uma equipe estava sempre pronta para montar o estande e promover a venda. Em ocasiões em que essa regra não fora observada à risca, viu-se conflitos intensos surgirem, ante o descontentamento da equipe do médium. Então, já não se tem mais apenas a responsabilidade por parte dos promotores do evento pela hospedagem e transporte do médium, mas também com a cessão do espaço para a venda do livro sem permitir concorrência. Havia aí um outro aspecto que não se pode relegar: os livros de Divaldo sempre foram de difícil vendagem, especialmente a venda espontânea gerada pela exposição nas prateleiras das livrarias. Sua linguagem era considerada rebuscada, de difícil compreensão, mas as vendas durante os eventos, como se sabe, possuem o componente emotivo como força persuasiva para o consumidor e é quando o médium, de fato, mais convence o povo a adquirir suas obras. Questionado na ocasião sobre o seu estilo de escrever, disse ele mais ou menos assim: “é como eu sei fazer”.

    Mas Divaldo não ficou somente nisso. A partir de certo momento, passou a atender solicitações para seminários, que seguiram o mesmo caminho de sucesso das palestras, mas agregaram um valor a mais: a possibilidade de cobrança de ingresso, gerando, então, ainda mais recursos financeiros. Independente da qualidade do conteúdo dessas apresentações, o estímulo para a presença nesses eventos existia e era explorado mercadologicamente, como um produto de origem capitalista, com apelos tipo lugares limitados justificando os preços estabelecidos, com datas limites para descontos, etc.

    Evidentemente, a projeção social do médium e tribuno constituía o maior atrativo para tais ocasiões. Todavia, o exemplo se espalhou e a comunidade espírita como um todo, ressalvadas as felizes exceções, passou a utilizar do expediente de promover palestras, seminários e outros eventos assemelhados com cobrança de ingresso, de um lado, justificando a necessidade de gerar recursos para manutenção da instituição, e de outro fechando os olhos para o fato de estar abrindo espaço para uma profissionalização marginal, ou seja, os indivíduos interessados em viver disso não se tornam do tipo pastores, remunerados, mas são da mesma forma movidos pela oportunidade de realizarem um trabalho prazeroso sem se preocuparem demasiado com a sua sustentação própria e familiar, como se o ideal espírita justificasse tal escolha. Acresça-se mais, aqueles indivíduos que se envolvem na produção e operação dos eventos e que se locupletam desonestamente com parte dos resultados financeiros. Tudo isso dá margem ao aparecimento de organizações legais ou não, interessadas em se especializar na realização de eventos espíritas, com vistas basicamente a obter lucros. E a doutrina espírita com sua extraordinária filosofia torna-se, então, o valor menor no rol de todas as preocupações que assaltam os envolvidos.

    No plano internacional isso, então, alcança níveis inimagináveis. Médiuns de pintura, que sempre são uma atração para o público, especialmente o cético, passaram a atender (quando não a se oferecer) a convites vindos de diversos países para apresentação de suas faculdades. Recebiam transporte, estadia e os resultados da venda de seus quadros ao público. A avidez vergonhosa que se instalou com isso chegou ao ponto de estabelecer verdadeiras guerras entre dois ou mais médiuns convidados para os mesmos eventos, por ciúmes e ganância, deixando estupefatos aqueles que os promoviam e hospedavam. Quando não eram os médiuns pintores, eram autores de livros que se lançavam à aventura de viajar ao Exterior, na convicção de obter retorno financeiro para custear sua aventura, tudo em nome de uma doutrina respeitável, construída com o suor do corpo e o empenho das próprias economias por um punhado de abnegados colaboradores, tendo à frente o exemplar homem Allan Kardec.

    Quando a atividade e o resultado mediúnico se transformam em produto, inserem-se, automaticamente, nas regras do sistema vigente e podem conduzir – se isso não é inevitável – à busca do máximo lucro. Para alcançar esse lucro, passam a ser “normais” o emprego de todos os esforços de ética duvidosa, inclusive aqueles que sempre foram condenados desde o nascimento do espiritismo: a farsa, a mentira, o engodo, na crença absurda de que os fins justificam os meios. É quando os médiuns, pressionados a apresentar resultados prometidos se vêm abandonados pelos espíritos e fingem tê-los disponíveis. Enganam na tribuna, enganam na pintura, enganam na psicografia, enganam nos efeitos físicos. É a nossa fake espírita!

    O auge dessa situação em relação ao médium Divaldo Franco parece estar no fato anunciado para daqui a pouco, cuja mostra com todos os detalhes aparece no anúncio do evento, publicado pelo site do médium, o mesmo da Mansão do Caminho e marcado para os dias 20 a 23 de setembro próximo. Divaldo segue os passos do recém-desencarnado Gasparetto, o médium dos pintores invisíveis. Não sei e não posso dizer se à revelia dos espíritos, mas pode-se concluir que um evento desse porte e com tais requisitos financeiros não deixa a dever nada aos pomposos eventos dos pastores e igrejas neopentecostais contemporâneos. Estes vendem a peso de ouro um suposto bem-estar no agora e uma garantia futura de que Deus é fiel. Divaldo oferece: “3 dias de palestras espíritas, visualizações terapêuticas e ensinamentos baseados na Psicologia Transpessoal”. Não sei o que vem a ser “visualizações terapêuticas” e nem se essa Psicologia Transpessoal prometida tem a ver com a doutrina espírita. Ou seja, Divaldo vende uma expectativa de usufruírem de sua companhia naqueles dias e a cobiçada esperança de um bem-estar magnífico que, certamente, os corações românticos de poder aquisitivo elevado não deixarão de adquirir. Afinal, ninguém quer perder uma rara ocasião dessas. E se tudo isso não for suficiente ou eventualmente não agradar por completo, o participante terá à sua disposição uma enorme oferta de bem-estar e comodidades oferecidas pelo resort. Nem o eufemismo apelativo criado pelas inteligências do marketing escapa. Ninguém paga inscrição, faz um investimento que, afinal, vale quanto pesa ou… enquanto dure.

    (*) Fonte: http://www.expedienteonline.com.br/divaldo-franco-um-medium-em-tres-tempos/#more-3428

    quarta-feira, 1 de agosto de 2018

    Comerciantes mirins, novas gerações e o mundo de regeneração (Jorge Hessen)

    Comerciantes mirins, novas gerações e o mundo de regeneração (Jorge Hessen) 



    Jorge Hessen 

    Novas gerações, velhas provocações diante dos atuais desafios da inteligência infanto-juvenil. Realmente observamos os pequenos (crianças e adolescentes) como exímios empreendedores que se sobressaem quais proeminentes alienígenas negociantes e habitantes da Terra. 
    São indicativos panoramas para uma Nova Era sob as ondas das informações ultrarrápidas e estímulos ao empreendedorismo, cujos efeitos são os surgimentos dos mirins fenomenais que nestes tempos de vida apressada hão faturado alto antes mesmo de completarem a maioridade. Quiçá estejamos diante do convite à solidariedade, inobstante o acúmulo de bens que paradoxalmente poderá diminuir a desigualdade das riquezas. 
    Além de Mikaila Ulmer, uma das empresárias mais jovens dos EUA, com a criação do BeeSweet Lemonade, comerciando 360 mil garrafas de sua limonada por ano em lojas sofisticadas, como a rede de supermercados Whole Foods, listamos aqui outros empreendedores mirins da Nova era. É o caso de Pixies Bows, responsável pela loja virtual Pixies Bows, em que vende laços e tiaras, os dois acessórios mais marcantes de seu estilo. As peças estão à venda entre US$ 15 e US$ 24 (R$ 45 e R$ 72). 
    Lembramos de Charlis Crafty Kitchen, de 8 anos, que já virou uma celebridade na internet e fatura cerca de US$ 128 mil com vídeos em que ensina receitas. Outro fenômeno é o pequeno Evan, que desde 2011 faz vídeos no YouTube. Atualmente, seu canal EvanTubeHD já tem mais de 1 bilhão de visualizações e 1,3 milhão de assinantes e fatura mais de US$ 1 milhão. 
    Outro exemplo é Rachel Zietz, de 18 anos que detém marca para vender equipamentos esportivos. A jovem lançou sua empresa, a Gladiator Lacrosse, e já faturou mais de 1 milhão de dólares. 
    Noa Mintz tinha apenas 15 anos e já faturava cerca de US$ 500 mil por ano. Sua empresa cobra uma taxa de US$ 5 por serviço de baby-sitter arranjado, e uma taxa de 15% sobre o primeiro salário das babás, que varia entre US$ 64 mil e US$ 100 mil por ano. 
    Seguramente teremos que aprender a conviver com a pós-modernidade considerando a presença do capital e o consumismo licenciosos, da difusão de conhecimento e tecnologia avançada apressando a automação da vida terrestre, da carência de valores morais, da extenuação dos sistemas de ideias, do desalento dos vínculos afetivos e do egocentrismo acentuado. 
    Eis aí algumas particularidades da Nova Era que ainda suscitam incertezas de um porvir de um planeta mais pacífico e fraterno. Todas essas mudanças velozes de empreendimentos precoces e as crises presentes nas inquietas esferas sociais indiciam a (pré)construção do mundo de regeneração, que não poderá ser regido pelo convite materialista ainda vigente em nosso atual estágio evolutivo. 
    A geração da Nova Era, encarnada ou em via de encarnar neste período sensível de mudanças paradigmáticas, obviamente traz uma bagagem moral e intelectual específica do mundo extrafísico e tem ciência sobre a sua fascinante incumbência de tomar as rédeas desse patrimônio civilizacional em nome de um multiculturalismo econômico às vezes insano. 
    Sim, geração que deve estar comprometida com missões diferentes para o bem coletivo, com o desígnio de agenciar as transformações imprescindíveis que estão antevistas na Lei do Progresso. 
    Deste modo, não estamos diante de uma geração de seres perfeitos para iniciar uma revolução prodigiosa na Terra, mas tão somente de Espíritos mais experientes nas diversas (re)encarnações terrestres que, mais perspicazes e ilustrados, esquadrinham um indulto na consciência com vista a edificação do amanhã brilhante, cientes de que, sem o enriquecimento moral por meio da observância da Lei de amor, justiça e caridade, será impraticável a concretização do mundo de regeneração.