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  • sexta-feira, 30 de outubro de 2015

    PERANTE A ANCESTRAL DEFERÊNCIA AOS “FINADOS” (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen

    Segundo Leon Denis, o sentimento de cultuar os mortos foi moldado a partir de época bem remota e está sedimentado em quase todas as tendências religiosas. Para o autor de “Depois da morte” a comemoração dos mortos é um legado dos celtas. Porém os gauleses “em vez de comemorar nos cemitérios, entre túmulos, era no lar que eles celebravam a lembrança dos amigos afastados, mas não perdidos, que eles evocavam a memória dos espíritos amados que algumas vezes de manifestavam por meio das druidisas e dos bardos inspirados". [1]

    Assim, não veneravam os restos cadavéricos, mas a alma sobrevivente, e era na intimidade de cada habitação que celebravam a lembrança de seus mortos, longe das catacumbas, diferentemente dos povos primitivos. A Festa dos Espíritos era de suma importância para eles, pois homenageavam Samhain, "O Senhor da Morte", festividade, essa, iniciada sempre na noite anterior a 1º de novembro, ou seja, no dia 31 de outubro. 

    Os romanos expulsaram e destroçaram os druidas impondo o famigerado “cristianismo clérigo” (ou colérico ?). Esse período histórico de frenética agitação, mais tarde foi mutilado pelos bárbaros, sobrevindo uma madrugada de dez séculos (a indigesta Idade Média), que proscreveu o espiritualismo e entronizou a superstição, o sobrenatural, o milagre, a beatificação, a santificação e o decisivo entorpecimento da consciência humana.

    A história oficial da Igreja romana registra que foi no Mosteiro beneditino de Cluny, no sul da França, no ano de 998, que o Abade Odilon promovia a celebração do dia 2 de novembro, em memória dos mortos, dentro de uma perspectiva catolicista. Somente em 1311 foi sancionada, em Roma, oficialmente, a memória dos falecidos, porém foi Bento XV quem universalizou tal celebração, em l915, dentre os católicos, cuja expansão da religião auxiliou, ainda mais, a difusão desse costume.

    A legislação vigente no Brasil estabelece o dia 2 de novembro como feriado nacional, para que as pessoas possam homenagear seus “mortos”. Obviamente devemos respeitar os desencarnados como um impositivo do amor e da fraternidade, sem que precisemos consolidar esses nobres sentimentos diante dos túmulos, nem que nossas lembranças ou homenagens sejam realizadas em um dia especial, oficialmente estabelecido.

    Nos dias de hoje, essa celebração se desviou, e muito, do ritual “religioso”, transportando-se do foco sentimental e emocional para o mercantil, uma vez que a comercialização de flores, velas, santinhos, escapulários e a eventual preocupação para a conservação dos túmulos (normalmente, só são lembrados em novembro) respondem por esse protocolo social. 

    O esplendor dos túmulos fúnebres determinada por parentes que desejam honrar a memória do falecido, ainda compõem o cardápio da soberba e orgulho dos parentes, que psicologicamente visam primeiramente “honrarem-se” a si mesmos. Nem sempre é pelo “finado” que se fazem todas essas demonstrações, mas por empáfia, por apreço ao mundo e à vezes para exibição de riqueza. Ora, é inútil o endinheirado aventurar-se em eternizar a sua memória por meio de magnificentes mausoléus. 

    Recebemos sábias lições dos Benfeitores sobre funerais e celebração em memória dos "mortos", senão vejamos: os Espíritos Superiores afirmam que os chamados "mortos" são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra e que, de alguma forma, " a sua lembrança aumenta-lhes a felicidade, se são felizes, e se são infelizes, serve-lhes de alívio."[2] Porém, em se referindo ao dia dos "finados", atestam que é um dia como outro qualquer, até porque os espíritos são sensíveis aos nossos pensamentos, não às solenidades humanas. No dia dos finados eles só " reúnem-se em maior número, porque maior é o número de pessoas que os chamam. Mas cada um só comparece em atenção aos seus amigos, e não pela multidão dos indiferentes."[3]

    A tradicional visita ao túmulo, em massa, não significa que venha trazer satisfação ao "morto", até porque uma prece feita em sua intenção vale mais. É bem verdade que a " visita ao túmulo é uma maneira de manifestar que se pensa no Espírito ausente: é a exteriorização desse fato (...) mas é a prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar se a lembrança é ditada pelo coração. "[4] Conhecemos pessoas (aliás muitas delas) que solicitam, antes mesmo de morrerem, que sejam enterradas em tal ou qual cemitério. Essa atitude, sem sombra de dúvida, demonstra inferioridade moral. "O que representa um pedaço de terra, mais do que outro, para o Espírito elevado?"[5]

    Reflitamos juntos: o dia de “finados” é consagrado aos falecidos libertos ou aos mortos que ainda estão jungidos à vida material? Existem duas possibilidades de mortos: os que se sentem totalmente livres do arcabouço carnal, porém "vivos" para uma vida espiritual plena, e os que permanecem com a sensação de que, ainda, estão encarnados, porém "mortos" para a vida física, pois somente vivenciam, na espiritualidade, a vida animal. " Para o mundo, mortos são os que despiram a carne; para Jesus, são os que vivem imersos na matéria, alheios à vida primitiva que é a espiritual. É o que explica aquele célebre ensinamento evangélico, em que a pessoa prontificou-se a seguir o Mestre, mas antes queria enterrar seu pai que havia falecido, e Jesus conclamou" [6] - "Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos, tu, porém, vai anunciar o Reino de Deus".[7]

    É óbvio que "faz sentido rememorar com alegria e não lastimar os que já partiram, e que estão plenamente vivos. Finados é uma mistura de alegria e dor, de presença-ausência, de festa e saudade. Aos que ficamos por aqui, cabe-nos refletir e celebrar a vida com amor e ternura, para depois, quiçá, não amargar no remorso. Aos que partiram, nossa prece, nossa gratidão, nossa saudade, nosso carinho, nosso amor!" [8]

    Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, transformando a saudade em esperança, sentiremos a presença dos parentes e amigos desencarnados entre nós, envolvendo-nos o coração com alegria e paz. Por esta razão e muitas outras, façamos do dia 2 de novembro um dia de reverência à vida, lembrando carinhosamente os que nos antecederam de retorno à pátria espiritual, e também os que conosco ainda jornadeiam pelos caminhos da existência terrena.

    Referências bibliográficas:

    [1] Denis, Leon. O gênio céltico e o mundo invisível. Rio de Janeiro: Ed.CELD. 1995. p. 180

    [2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Perg. 320

    [3] ______, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Perg. 321

    [4] ______, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Perg. 323

    [5] ______, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Perg. 325

    [6] Disponível em http://www.feal.com.br/colunistas.php?art_id=6&col_id=9> acessado em 26/10/2015

    [7] Lucas 9: 51-62


    [8] Editorial do Jornal Mundo Espírita – novembro 2006

    terça-feira, 27 de outubro de 2015

    BANCAR AS COBIÇAS DOS FILHOS ? (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
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    Atualmente paira sobre as famílias modernas uma grave ameaça em torno da cultura do prazer. O instituto familiar necessita de grande choque de modelo e, sobretudo, de muito apoio religioso para alcançar seu equilíbrio moral. Infelizmente, muitos pais querem que os filhos tenham prazer sem responsabilidade. 

    O estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que a maioria das mães não resiste às solicitações dos filhos quando eles exigem a compra de brinquedos, roupas e doces. A rigor, muitas crianças tem noção sobre quais astúcias utilizar para persuadir seus pais a comprarem o que elas querem. 

    Muitas vezes, os rogos “ingênuos” aparecem em forma de pirraça, intimidação, choradeira, induzindo alguns pais à sujeição. Contudo, ceder a todas as vontades dos filhos (no caso das compras) pode não apenas desequilibrar o orçamento familiar e levar os pais a contrair dívidas, porém também pode contribuir para instalar nas crianças uma série de comportamentos inadequados e tornar os filhos manipuladores e menos tolerantes à frustração, prejudicando seu desenvolvimento e suas relações sociais presentes e futuras. 

    Concordamos que uma das estratégias para evitar contendas com os filhos durante as compras pode ser combinar regras sobre o que poderá ou não ser comprado antes do passeio. Para que essa solução seja eficiente, a mãe deve ser clara e firme na hora do acordo. Os filhos, quando crianças, registram em seu psiquismo todas as atitudes dos pais, tanto as boas quanto às más, manifestadas na intimidade do lar. Por esta razão, os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um diálogo franco com os filhos, sobretudo, amando-os, independentemente, de como se situam na escala evolutiva. Devemos transmitir segurança aos filhos através do afeto e do carinho constantes. Afinal, todo ser humano necessita ser amado, gostado, mesmo tendo consciência de seus defeitos, dificuldades e de suas reais diferenças.

    A regra é clara, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, deste modo, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária. Um detalhe é muito importante: os espíritas sabem que a fase infantil, em sua primeira etapa (dos 0 aos 7 anos), é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com indiferença e ou insensibilidade. 

    Principalmente a mãe que “deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. Desde a infância, deve prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.”.(1)

    Para Emmanuel a mãe “não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo. Na hipótese de fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães incompreendidas entregar o fruto de seus labores a Deus, prescindindo de qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá apreciar os seus sacrifícios e abençoará as suas penas, no instituto sagrado da vida familiar.”.(2)

    Os filhos rebeldes são filhos de nossas próprias obras, em vidas anteriores, cuja Bondade de Deus, agora, concede a possibilidade de se unir a nós pelos laços da consanguinidade, dando-nos a estupenda chance de resgate, reparação e os serviços árduos da educação. Dessa forma, diante dos filhos insurgentes e indisciplináveis, impenetráveis a todos os processos educativos, “os pais depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação deles, é justo que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.”.(3)

    Os pais, após esgotar todos os recursos a bem dos filhos e depois da prática sincera de todos os processos amorosos e enérgicos pela sua formação espiritual, sem êxito algum, “devem entregá-los a Deus, de modo que sejam naturalmente trabalhados pelos processos tristes e violentos da educação do mundo. A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar, não obstante o serviço inestimável do afeto paternal, humano. Eis a razão pela qual, em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que os pais estejam revestidos de suprema resignação, reconhecendo no sofrimento que persegue os filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituído por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual.”.(4)

    O Espiritismo não propõe soluções específicas, reprimindo ou regulamentando cada atitude, nem dita fórmulas mágicas de bom comportamento aos jovens. Prefere acatar, em toda sua amplitude, os dispositivos da lei divina, que asseguram, a todos, o direito de escolha (o livre-arbítrio) e a responsabilidade consequente de seus atos. Por todas essas razões, precisamos aprender a servir e perdoar; socorrer e ajudar os filhos entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se nos associam à existência e, se nos entregarmos realmente no combate à deserção do bem, reconheceremos os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.

    Em últimas instancias quando os filhos são rebeldes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos, "os pais, depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa dos filhos, sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento."(5)

    Referências bibliográfica:

    (1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, per. 189

    (2) Idem per. 189

    (3) Idem per. 190

    (4) Idem per. 191

    (5) Idem per. 190

    terça-feira, 20 de outubro de 2015

    Que 13! Que Agosto! Que Desgosto! Sobre O Aborto no Brasil.

    Luiz Carlos Formiga

    “Será o maior no Reino dos Céus aquele que não tenha nenhuma pretensão de ser superior ou infalível. O Espiritismo mostra pequenos na Terra na posição de grandes no mundo dos Espíritos. E, bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos.”

    Não podemos confundir poder e status (1). “Poderosos podem chegar ao outro mundo privados de tudo. O Espiritismo fala de reencarnações sucessivas. Os que, numa existência, ocuparam elevadas posições descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição.”(2)

    “O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Os filhos do Reino Divino enchem o mundo de benefícios sem que o homem os veja, à feição do que ocorre com o próprio Pai. O discípulo não pode ignorar que a permanência na Terra decorre da necessidade de trabalho proveitoso e não do uso de vantagens efêmeras que, em muitos casos, lhe anulariam a capacidade de servir. É ilógico disputar a estima de um mundo que, mais tarde, será compelido a regenerar-se para obter a redenção.” (3)

    Os governos “poderosos” patogênicos destroem o binômio ensino-pesquisa nas universidades (4) e também são capazes de planejar a morte humana, antes do nascimento.

    Para essa espécie de agente etiológico da morte a esperança repousa na ação de um antibiótico bacteriostático, representado na figura de um projeto que está para ser votado no Congresso Nacional. O substitutivo para o Projeto de Lei 5.069 de 2013, será capaz de impedir o desenvolvimento da cultura da morte no Brasil. No entanto, para sua aprovação necessitamos da ação dos adeptos da cultura da vida. A sua votação, na Comissão de Constitucionalidade e Justiça da Câmara, está programada para outubro, ou inicio de novembro deste 2015.

    Gigantesca é a pressão exercida pelas ONGs que promovem o aborto e são financiadas pelas Fundações Internacionais. O projeto pela vida estabelece que no caso de gravidez resultante de estupro, o aborto somente deixará de ser punido se a gravidez for constatada em exame de corpo de delito e comunicado à autoridade policial. Adicionalmente ele criminaliza o anúncio-venda de substâncias destinadas a provocar aborto e a orientação de como praticar o aborto. Os que são favoráveis à morte sustentam um falso número aumentado de abortos clandestinos. Uma palestra realizada em setembro de 2015, no Congresso Nacional aponta em outra direção. (5)

    Multiplicaram-se os casos de abortos praticados pelos serviços públicos em que não houve qualquer violência, depois que a palavra da gestante passou a ser recebida com a presunção de veracidade, sem necessidade de nenhuma prova.

    A ideia básica, internacional, para a implantação gradual e completa do aborto é alavancada através da implantação de uma rede de serviços de abortos, em casos de estupro, e a ampliação do conceito de estupro. Nesse particular, em 1989, Luiza Erundina (PT), enquanto prefeita da cidade de São Paulo, ofereceu contribuição à cultura da morte ao criar o primeiro serviço no Hospital Jabaquara, que depois foram sendo construídos em todo o Brasil. A ampliação do conceito de estupro foi ideia maquiavélica. Se uma mulher casada realizou com o marido, uma relação sexual que não queria e engravidou, fica coberta pela lei para abortar, alegando “violência sexual.”

    Em relação à cultura da morte, um dos primeiros atos do Presidente Lula foi assinar o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, em que se comprometia a legalizar o aborto no Brasil.

    Abril de 2005. O governo apresentou à ONU um documento com o compromisso de legalizar o aborto ainda no mandato deste presidente.

    Setembro de 2005 o presidente apresentou ao Congresso Nacional, através da Ministra Nilcéia Freire, ex-reitora da UERJ hoje diretora da Fundação Ford no Brasil, um projeto de lei, conhecido como substitutivo do PL 1135/95, que pretendia tornar legal e totalmente livre o aborto durante todos os nove meses da gravidez. Um grande compromisso, com a Lei de Causa e Efeito, assumido pela médica-ministra.

    Aprendemos que pela Lei Natural, o indivíduo só colherá aquilo que plantar. Um médico, que se coloca contra a vida, pode produzir perdas e danos por ignorância profunda do plano espiritual. Oferece assim provas robustas de seu desconhecimento das evidências científicas sugestivas de imortalidade da alma e da reencarnação. Não nos cabe julgamento. Emmanuel advoga, em defesa daquele que ignora, perguntando: ”Se Deus, Senhor Absoluto da Eternidade, espera com paciência, por que motivo, nós outros, servos imperfeitos do trabalho relativo, não poderemos esperar?” (6)

    Abril de 2006. A descriminalização do aborto foi oficialmente incluída, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), como diretriz do programa de governo para o segundo mandato do Presidente Lula.

    Setembro de 2006. O Presidente Lula incluiu o aborto em seu programa pessoal de governo.

    Setembro de 2007. O Terceiro Congresso Nacional do PT aprovou a descriminalização do aborto, em caráter obrigatório para todos os membros do Partido.

    Setembro de 2009. Num julgamento presidido pelo presidente nacional do partido, Dep. R. Berzoini, o PT condenou, por infração contra a Ética Partidária, os deputados federais Luiz Bassuma e Henrique Afonso por terem se posicionado contra o aborto.

    As dificuldades em implantar o aborto fizeram o governo contratar um grupo de Estudos para elaborar um novo programa. Surge o “Termo de Cooperação nº 137/2009”, Diário Oficial da União de 21 de dezembro. Assim se estabelece um grupo de "Estudo e Pesquisa para Despenalizar o Aborto”.

    Junho de 2012. O governo Dilma declara que "o sistema de saúde acolheria mulheres que desejassem fazer aborto e as orientaria na utilização correta dos métodos. O governo declara à imprensa que "é crime praticar o próprio aborto, mas entende que não é crime orientar uma mulher na sua realização”.

    Em 2013. Surge uma das votações mais estranhas da história das casas do legislativo. Um projeto para implantar o aborto, com título “enganoso” foi, por quatro vezes, aprovado por unanimidade. O projeto, tramitado com a velocidade da luz, ocultava o verdadeiro teor da proposta. O Projeto de Lei tramitava desde 1991, com o nome de PL 60/1999. Em um só dia, o pedido de urgência foi aprovado, emendado, apresentado, relatado, votado e aprovado por unanimidade no plenário da Câmara.

    Nos três meses seguintes o projeto foi novamente relatado e aprovado por unanimidade em duas comissões e no plenário do Senado. Praticamente, tudo por iniciativa dos parlamentares do PT.

    01 de agosto de 2013. O projeto foi sancionado integralmente, Lei 12.845, pela presidente Dilma Rousseff. Que 13! Que agosto! Que desgosto! Que karma! 

    A lei não menciona a palavra aborto uma só vez. Ilude, parecendo tratar apenas do atendimento médico às vítimas de violência sexual, mas é um “Cavalo de Tróia.” Declara que todos os hospitais devem oferecer às vítimas de violência o "atendimento integral dos agravos decorrentes de violência sexual". No artigo 2 do “ Cavalo de Tróia” a violência sexual, que nas Normas do Ministério, era sinônimo de estupro, passou a ser definida como "qualquer relação sexual não consentida". Uma mulher casada, que engravidou do marido numa relação sexual que não queria, pode alegar “violência sexual” para abortar.

    Como basta apenas a palavra da gestante, nos serviços para atendimento da gravidez após estupro, está havendo aumento de abortos em situações inteiramente comuns e que não são resultantes nem de estupro nem de qualquer outra forma de violência.

    A história completa da implantação da Cultura da Morte pode ser encontrada nos documentos abaixo.


    2. A estratégia da redução de danos. http://www.votopelavida.com/maio2012.pdf


    4, Cronologia da lei do cavalo de Tróia. http://www.votopelavida.com/cavalodetroia.pdf

    As ONGs que promovem o aborto, em conjunto com alguns parlamentares, estão pressionando os deputados da Comissão de Constitucionalidade e Justiça para que rejeitem o Substitutivo do PL 5.069/2013. Apesar do patrocínio maciço do aborto pelas grandes financiadoras internacionais, hoje, no poder são poucos os favoráveis ao direito de matar a vida humana, ainda não nascida. Os argumentos da cultura da morte são apenas ideológicos.

    Nesses dias que antecedem a votação na Comissão de Constitucionalidade e Justiça da Câmara, podemos ajudar enviando, através do correio eletrônico, mensagens educadas, com as próprias palavras (sem padronização), a todos os integrantes da comissão, pedindo que aprovem o Substitutivo do PL 5.069/2013.

    Nossa manifestação não deverá ser religiosa, mas cidadã ou profissional. Considerando que a mensagem pode ser apagada por qualquer funcionário ativista bem remunerado da cultura da morte é muito vantajoso o telefonema (ou fax) aos gabinetes das lideranças e aos deputados do próprio Estado do cidadão. Os gabinetes dos deputados de cada estado dão mais atenção aos seus eleitores do que aos de outros estados.

    Podemos também assinar a petição da Citizengo.


    A lista de contatos pessoais é muito preciosa. Apele para que todos participem da defesa da vida intrauterina. Lutemos sem esmorecer pela vida, mas sem agasalhar qualquer pensamento de esmagar o adversário. Já sabemos que “não basta a mulher de César ser honesta, ela tem que ser e se mostrar honesta”

    Estamos na vitrine sendo observados por uma multidão de testemunhas desencarnadas.

    Como uma pessoa religiosa pode ser ativista pró-aborto? Não basta saber que é uma alma imortal, um espírito, tem que se orientar pela Lei Natural ou Divina e desenvolver a Inteligência Espiritual. (7, 8)

    Diz Emmanuel que “o discípulo gravará o Evangelho na própria existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.” (9) 

    Leitura Adicional

    (1) Desenhando um/a “Presidente/a Neurótico/a (#).

    (2) O.E.S.E., Cap VII. Bem-Aventurados os Pobres de Espírito, item 6.

    (3) Caminho, Verdade e Vida. Emmanuel. Lição 103. Estima do Mundo.

    (4) Universidade da Alma.

    (5) Vídeo. Congresso Nacional.

    (6) Caminho verdade e vida, lição 162.

    (7) Seria eu um espírito?

    (8) O Imbatível Amor Materno

    (9) Pão Nosso. Lição 149. Crer em vão.

    UMBANDA E ESPIRITISMO CRISTÃO NUMA AVALIAÇÃO OPORTUNA (Jorge Hessen)


    Confrades solicitaram-me comentar novamente sobre a tendência umbandista nas instituições espíritas cristãs. Disseram-me que muitos centros “espíritas”, localizados no planalto central, possuem dirigentes, trabalhadores e frequentadores que ainda não se desataviaram dos ritos umbandizantes. São frequentadores, médiuns e doutrinadores que não conseguem se livrar das entidades de “terreiro”. Como se não bastasse, há os que elegem na instituição espírita cristã “mentores ou mentoras” de espíritos impregnados dos atavismos psicológicos de “vovós sicranas” ou “vovôs beltranas”, ou veneram “ex” “preto(as) velhos(as)” etc., como se tais “entidades” fossem campeãs da humildade. Nada mais inconsistente! E não se podem comparar tais “entes” com os sensatos espíritos que se apresentaram como “ex-padres” e “ex-freiras” na concepção da Codificação Espírita.

    A rigor, os cognominados “vós fulanas”, “vôs fulanos”, “pretos(as) velhos(as)”, “índios”, “caboclos” e semelhados, quando desencarnados, não mais pertencem a quaisquer das distintas raças humanas terrenas. No além-túmulo, o espírito não é amarelo, nem vermelho, nem negro, nem branco, embora possa apresentar em seu perispírito distinções de alguma raça, idade, se ainda assim se sentir em face da limitação moral e intelectual e ou assim se conceber, como sucedeu numa das reuniões realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em que Allan Kardec dialogou com um Espírito de um “velhinho” (Pai César), episódio narrado na “Revista Espírita” de junho de 1859.

    A entidade disse a Kardec que havia desencarnado em 8 de fevereiro de 1859, com 138 anos de idade. Tal fato [idade] chamou a atenção do Codificador, que logo se interessou em obter, da Espiritualidade, mais informações sobre o falecido. O “velhinho” disse que havia nascido na África e tinha sido levado para Louisiana [EUA] quando tinha apenas 15 anos. Desabafou, expondo a todos as mágoas guardadas em seu coração, fruto dos sofrimentos por que passara na Terra em função do preconceito da época. E tamanhas eram as feridas que trazia no peito que chegou a dizer a Kardec que não gostaria de voltar à Terra novamente como negro.

    Será que um “vovô”, uma “vovó”, um(a) preto(a) velho(a), pode ser mentor(a) espiritual de uma casa espírita cristã? Em que pese considerar estranhíssima essa situação, talvez sim! Quem sabe possa uma dessas entidades, através de suas palavras e atos, mostrar que é digna desse título, se demonstrar conhecimentos doutrinários superiores aos nossos a fim de nos orientar e manifesto amor para nos exemplificar. Porém, não! se evidenciar insuficiente cultura, pouca evolução espiritual e muito apego ainda às sensações materiais (exigir os títulos de “vovô”, “vovó”, preto(a) velho(a), linguajar primário, argumentos infantis, raciocínio vagaroso, etc.

    A maioria absoluta das comunicações de pretos-velhos como “mentores espirituais” de uma instituição genuinamente espirita cristã é resultado da insipiente sugestão mediúnica, do incabível animismo, ou dos ardis psicológicos e das teimosas mistificações. Pessoalmente não aprovo nem compreendo a manifestação de um “Bezerra de Menezes” travestido de velhinho caquético com voz de “defunto”. Creio que há animismo nesse “transe” ou vício psicológico do “intermediário”.

    Não desconhecemos que houve, seguramente, espíritos bondosos que encarnaram entre os negros africanos para inspirar aquele povo sofrido, de modo sábio e amoroso, durante o seu cativeiro. Alguns deles, após a morte, certamente tenham podido regressar à retaguarda terrena, por amor ao próprio crescimento espiritual no serviço do bem. Mas não foram numerosos tais espíritos “bonzinhos”, “humildezinhos”; pela lógica, foram raros, porque quase a totalidade dos escravos eram como nós: espíritos de mediana ou pouquíssima evolução.

    Há obsessores (e não são poucos) que fingem essa aparência e linguajar (de entes de “terreiros”) com o objetivo de iludir e manter sob hipnose os espíritas ignorantes. Diante desses perspicazes seres do além (às vezes tão-somente produto da mente do “médium”), procuramos adverti-los, alertá-los para a responsabilidade pelos seus atos. Se não acolherem nossas advertências apelamos ao expediente da austeridade verbal e da segurança moral para que se arredem do local, exorando, por nossa vez, o amparo dos diretores espirituais da sessão.

    Nas sessões mediúnicas que dirijo há 4 décadas, se ocasionalmente há manifestação de tais espíritos (“vós”, “vôs”, “pretos(as) velhos(as)”, caboclos e correlatos), se for permitida pela espiritualidade diretora da sessão, tais espíritos são orientados adequadamente. Não permitimos qualquer intolerância ou preconceito contra eles. Entretanto, analisamos atentamente sua natureza e o conteúdo de suas comunicações, como fazemos com qualquer espírito que se manifeste no grupo. Tais espíritos, para se comunicarem mediunicamente, não precisam e nem estimulamos o uso de linguajar bizarro, incompreensível aos médiuns e aos participantes da reunião.

    O bom senso recomenda que se um desses desencarnados insistir na aparência ou linguajar momentaneamente de suas personagens do passado e deseja evidenciar sua identidade, a manifestação será admissível, se houver quem o possa identificar. Caso contrário será uma comunicação improdutiva. Se tais entidades se apresentam com atavismos da última encarnação (ex-escravos “velhos ou novos”, índios etc.) buscamos orientá-los, a fim de se libertarem desse atavismo. Assim, buscamos esclarecê-los quanto à sua real natureza de espíritos em evolução. Na doutrinação nos esforçamos para advertir-lhes que já reencarnaram diversas vezes em diferentes condições e, portanto, têm patrimônio espiritual mais vasto que um simples “velho” ou correlato de uma raça sofrida.

    Deste modo, procuramos revelar-lhes que não precisam se fixar no psiquismo da existência que concluíram, e que na vida espiritual podem continuar progredindo em todos os aspectos, até mesmo no modo de se vestir e falar. Há os que usam sutis subterfúgios, dizendo que se apresentam assim porque tal ou qual encarnação lhes foi muito grata por lhes haver permitido adquirir “virtudes”, especialmente a “humildade” e daí seu desejo em exemplificar. Óbvio que esse argumento é astucioso, pois quem conquistou a virtude da humildade não precisa trombetear e ou ostentar trejeitos de falsas modéstias. Por essa razão orientamos tais “velhinhos” que a humildade não consiste em expressões verbais e aparências exteriores nem em atitudes subservientes.

    Muitas pessoas supõem que pretos-velhos, índios e caboclos sejam serviçais para lhes atenderem aos pedidos. Outras acreditam que eles tenham poderes misteriosos, capazes de resolver de modo mágico os problemas dos consulentes. Parecem também julgá-los subornáveis, já que aceitariam agir em troca de algum “pagamento” ou compensação. Em verdade, uma evocação por rituais específicos convidam e condicionam certos espíritos a se apresentarem como preto-velhos, índios ou caboclos. E alguns espíritos, às vezes até os bonzinhos, adotam essa aparência para que assim as pessoas do meio em que se vão manifestar (“terreiro”) acolherão mais espontaneamente a sua apresentação e recomendações.

    Enfatizamos porém, que se não estimularmos esse condicionamento, muitos espíritos deixarão de se apresentar como vermelhos, pretos, brancos, velhos, novos etc. etc. etc., passando a se comunicar em seu modo próprio e natural. Muitos entendem que os “vovôs”, “vovós”, “caboclos” e “pretos-velhos” são mais eficazes. Creem que as proteções que os Espíritos normais não obtêm os tais mágicos “velhinhos” e “índios” conseguem. Nada mais bisonho!

    Sobre o linguajar de tais entes, observamos que a fala de “pretos velhos” não costuma corresponder aos legítimos dialetos africanos ou aportuguesamento deles de épocas remotas. É mais uma tagarelice, uma enrolação, uma confusão de vozes sem significado ou ligação com o que os africanos falavam. A isso classifico de mistificação. Sobre os tais caboclos, é óbvio que índios brasileiros não poderiam jamais se denominarem por exemplo “caboclos 7 flechas” (não tinham noção de número), não se autodenominariam “flecha ligeira”, “nuvem branca” etc., como o fazem os índios norte-americanos, os quais as academias de hollywood popularizaram nos filme de “bang bang”.

    Em suma, somos espíritas cristãos, e como tais devemos nos comportar e agir no dia a dia, especialmente nas sessões mediúnicas. Em boa lógica, quem não acolha ou não se encaixe nos conceitos e práticas espiritas cristãs precisa procurar diferentes recintos afins, até porque nenhuma pessoa é constrangida a ser espírita cristã.

    SEMINÁRIO: Manifestação de fundo umbandista no meio espirita
    Parte 1
    Parte 2
    Parte 3

    sábado, 17 de outubro de 2015

    ENTREVISTA COM PROF. ANTONIO CÉSAR PERRI DE CARVALHO

    ENTREVISTA COM PROF. ANTONIO CÉSAR PERRI DE CARVALHO

    BOTUCATU, 22-09-2015


    Antonio César Perri de Carvalho

    Perguntas ao Prof. Antonio César Perri de Carvalho - ex presidente da USE-SP e da FEB; atual membro do Conselho Superior da FEB - Brasília-DF – e membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional, quando esteve em visita à Botucatu-SP, na UNESP - Instituto de Biologia - pelo PROGRAD/UNESP, em 22-09-15:


    Jornal "O Caminho da Luz":

    A comunidade espírita botucatuense, hoje bastante ampliada, é muito grata pelo seu empenho desde sua atuação no Movimento de Unificação em Araçatuba-SP, depois na capital paulista e agora em Brasilia-DF. Como o confrade descreve os progressos do movimento espírita brasileiro?

    Perri – O movimento espírita brasileiro tem e crescido quantitativa e qualitativamente. Atualmente são aproximadamente 14 mil centros no país. De acordo com dados do Censo de 2010, em percentual, os espíritas cresceram significativamente em comparação com o Censo do ano 2000. O importante é o belo e produtivo trabalho que é efetivado junto às comunidades em todas as regiões do país..

    Suas passagens por Botucatu-SP na década de 1980-90, sempre junto com sua equipe de trabalho ( sua esposa Célia, confrade Nestor Masotti, seu irmão Dr. Paulo, prof. Madeira e outros) deixaram inesquecível lembrança entre nós. Quais as espectativas do orgão diretivo nacional ( FEB ) quanto à expansão do Movimento Espírita Nacional e Internacional?

    Perri – Em nossa trajetória de vida e de movimento espírita tivemos a felicidade de conviver com grandes companheiros e contar com o apoio e participação da esposa. E atuamos em todos os níveis, desde os momentos iniciais na mocidade e no centro espírita. Nos últimos 15 anos houve atuação decisiva do Conselho Federativo Nacional da FEB e do Conselho Espírita Internacional. Documentos de trabalho importantes e muito úteis foram elaborados de forma coletiva. Nossa expectativa é o aprofundamento desta linha de trabalho para cada vez mais se atuar de forma participativa e envolvente com os centros, que são a base do movimento espírita.

    Temos acompanhado seus artigos na Revista Internacional do Espiritismo ( RIE- Matão-SP ) e gostaríamos de saber sua opinião em relação à expectativa de outras nações sobre o papel esperado do Brasil no que diz respeito à acolhida de imigrantes aqui.

    Perri – Em nossa atuação junto ao CEI e visitas e atuações em dezenas países, sempre sentimos uma grande expectativa na relação respeitosa e participativa do movimento espírita brasileiro. Numa ótica ampliada de solidariedade e de fraternidade, cremos que o Brasil deve sempre abrir os braços e acolher os imigrantes.

    Recentemente, este Jornal e a RIE publicaram matéria sobre 'Centro Espírita em tempo integral'. Foi sugerido que a casa espírita não cerrasse as portas e mantivesse atividade permanente de acolhida e difusão ( ou escola ). O que o senhor acha da ideia?

    Perri – Concordamos plenamente com a idéia e conhecemos alguns centros, em várias partes do país, que já atuam durante todo o dia. Inclusive, abrem oportunidades a trabalhadores, que às vezes, somente podem ir ao centro logo cedo, antes do trabalho, e a idosos – faixa etária que cresce -, e que naturalmente têm mais dificuldade de freqüentar o centro à noite. É uma questão de se preparar equipes para a atuação ao longo do dia.

    A FEB está na capital federal - centro político nacional. O senhor recomenda a atuação política dos espíritas?

    Perri – O Conselho Federativo Nacional da FEB aprovou já para dois qüinqüênios, desde 2007, o “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro”, a diretriz “Participação na sociedade”. As atuações em defesa da vida, na assistência e promoção social, na prevenção de desequilíbrios pessoais, de saúde e no âmbito social, a em participação em conselhos municipais previstos na Constituição, são atuações políticas. Há diferença entre atuação política – no sentido vasto -, e de atuação político-partidária. Esta última é uma opção pessoal, mas com o cuidado de não se mesclar com o movimento espírita.

    Na Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, um grupo de jovens espíritas ( profissionais e estudantes ) propôs um programa de estudos ( 1990 ) que resultou em Projeto de Extensão Universitária ( aprovado pela Reitoria ) denominado "SAÚDE E ESPIRITUALIDADE". Realizou neste ano o seu XII Congresso. Está sendo proposta à FMB a inclusão de Disciplina curricular com o mesmo nome. Como o senhor vê essas iniciativas? 

    Perri – Com entusiasmo e boa expectativa. Temos conhecimento de algo semelhante ocorrendo em universidades estrangeiras. Nos EUA há vários grupos de pesquisa universitários analisando a relação da religiosidade, saúde, e expectativa de vida. Conhecemos pessoalmente em evento da A.M.E. nos EUA, o prof. Harold Koenig, que realiza pesquisas nesta área. Afinal, saúde não é a resultante de um equilíbrio bio, psíquico e social?

    Em 2014 fundamos aqui em Botucatu a Associação Médico Espírita e, em 2015, ela desenvolve trabalho de pesquisa aprovado pela Comissão de Ética da FMB-UNESP, sobre "Ação do passe espírita na ansiedade". Qual a opinião do Conselho Federativo da FEB sobre essas iniciativas no campo médico?

    Perri – Daremos nossa opinião pessoal, favorável plenamente à idéia. No período em que fomos presidente da FEB, autorizamos que a Associação Médico Espírita do Brasil e a do Distrito Federal, a utilizarem a sede da FEB, em Brasil, para o atendimento de projeto similar. E implantamos o Conselho Nacional da Entidades Especializadas da FEB, o ilustra o apoio e interesse que temos com tais Entidades, como a A.M.E. Brasil.

    Temos acompanhado inúmeras manifestações em torno da chamada 'data limite' ( Chico Xavier- Pinga-Fogo, 1972 ). Qual a abordagem recomendada sobre o assunto tão polêmico?

    Perri – Entendo que não devemos ficar presos a interpretações superficiais de palavras de Chico Xavier. Precisamos aproveitar o exemplo dele, de trabalho e dedicação incessante para a renovação interior e de produtiva interação para com o próximo, e, no limite de nossas forças e de nosso tempo. Cada um deve fazer sua parte na etapa de transição em que vivemos. É o papel do Espiritismo como o “Consolador Prometido” pelo Cristo.

    Que o senhor pensa sobre a educação infantil e espiritualidade? A técnica de meditação pode ajudar?

    Perri- A criança deve ser compreendida como ser integral desde cedo. Já temos conhecimento de adoção dessas técnicas, de forma adequada, à infância. Vivemos em uma época que não cabem mais os “engessamentos” programáticos e metodológicos. As escolas formais já caminham de forma diferente há algum tempo, desde as premissas da UNESCO para a educação, de 1998; as idéias de Edgard Morin que marcaram aquele período, e, a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996.

    Quais os encaminhamentos da FEB ou suas idéias para a atualidade brasileira?

    Perri – Ratificamos o que já dissemos em outra questão, e enfatizamos que é necessária a colocação em prática das diretrizes do “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2012-2017)”, elaborado, discutido, e aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, que é integrado pelas Entidades Federativas Estaduais do país. As oito diretrizes devem subsidiar e fundamentar planos de ação locais e regionais, a serem elaborados em cada ambiente, de acordo com as diferentes necessidades e demandas das localidades. Particularmente, e entendendo que em coerência com o citado ”Plano”, estamos preocupados e agindo no sentido de se refletir sobre a simplicidade que deve caracterizar nossa atuação para, efetivamente, atingirmos a maior parcela de nossa população, levando-se em consideração a chamada “pirâmide social”. Relacionada com esta linha de atuação está o nosso foco com a divulgação do Evangelho à luz do Espiritismo, incluindo o estímulo ao estudo e a difusão de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Constatamos que esta obra básica de Kardec, com raras exceções, vem sendo utilizada para leituras preparatórias e em algumas citações em palestras. Precisamos nos alinhar – na prática – com a grande proposta do “Consolador Prometido”. Vale a pena relermos e meditarmos sobre o conteúdo das partes introdutórias dessa obra do Codificador: a mensagem do Espírito de Verdade e as considerações de Kardec.


    (*) Fonte: Jornal "O Caminho da Luz"

    Desenhando um/a “Presidente/a Neurótico/a (#)

    Luiz Carlos Formiga
    Diz Martha Medeiros: “poderoso é quem distribui, compartilha, multiplica. É quem produz ideias e soluções, e as torna úteis e benéficas para os outros”. (1)

    "Criar estruturas coletivas saudáveis não é fácil". (2)

    Como organizar uma estrutura de poder que seja coerente com a busca espiritual?

    Martha pede ao que “deseja mordomia que bata em outra vizinhança. Deve entrar para a política apenas aquele que deseja servir ao país, e não ser servido por ele.”

    O que diria Martha ao espírita que exige carro e motorista particular?

    No movimento espírita, como organizar uma estrutura de poder que seja coerente com a busca espiritual?

    "Poder possui duplo sentido. Um é a posse de poder sobre alguém. O outro é a posse de poder para fazer algo, o que nada tem a ver com dominação, mas maestria no sentido de capacidade. Aí, poder significa potência. Dominação e potencia são excludentes, uma vez que o primeiro é a perversão do segundo".

    Como um artista plástico representaria o poder, mas com enfoque no neurótico? O poder neurótico é encontrado, apenas, em políticos profissionais? (3) Existem “profissionais da mediunidade”?

    O futuro vai contar ao presidente (Centro Espírita?), com projeto de se eternizar no poder, que sua gestão foi “um golpe falso no bilhar”, porque sofreu influência de seu “vice”, que na “realidade” era de outro partido (religião). Isso pode num Centro Espírita?

    Chávez, após a derrota no referendo, não escondeu a fúria e atribuiu a culpa à imaturidade da sociedade e dos eleitores, sobretudo à classe média, que não percebeu a vantagem de eternizar o mandato presidencial, modificando 69 dos 350 artigos da Constituição. (4) Isso pode no Brasil?

    Comenta Marcos Fonseca em Poder Neurótico, Jornal O Rebate (2)

    Maior exemplo de Liderança que tivemos. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

    "625. Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?

    — Vede Jesus.

    Comentário de Kardec: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.

    Se alguns dos que pretenderam instruir os homens na lei de Deus algumas vezes s desviaram para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o que era apenas leis humanas, instruídas para servir às paixões e dominar os homens."

    Esse é o verdadeiro modelo.

    Como divulgar o Espiritismo no ambiente universitário sem flertar com o “elitismo” e o Poder Neurótico?

    No ensino e pesquisa na universidade, o pesquisador-professor pode guiar ovelhas inconscientes. Estas devem obedecer ao traçado do caminho e comer a pastagem escolhida pelo docente-pesquisador. Mas, os alunos e colegas desconfiam deste pastor (presidente?). Um bom Pastor deve ser ético. As ovelhas adultas são inteligentes e responsáveis por suas decisões e atos, sempre dispostas ao diálogo com “Seu Pastor”, para juntos descobrirem os melhores caminhos. (5)


    Ver e Ler como complemento



    (#)
    http://1.bp.blogspot.com/-jje3xXNBy4k/TZR0xXbB1II/AAAAAAAABLY/QqdI7Xq
    YgkA/s400/a%25C3%25A9go%2Bao%2Bpoder.jpg


    (1) Poder e Status.
    http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/opiniao/noticia/2015/
    09/martha-medeiros-poder-e-status-4859162.html

    Citação em – Ah! Que saudade de Yvonne Pereira!

    Ah! ¡Ah! Señorita Ivonne Pereira!
    http://issuu.com/merchita/docs/ahse__orita_ivonne_pereira_dr_luiz_?e=8707178/30707472

    http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2015/10/ah-que-saudade-de-yvonne-pereira.html

    http://pointier.blogspot.com.br/2015/10/ah-que-saudade-de-yvonne-pereira.html

    http://passiniehessen.blogspot.com.br/2015/10/ah-que-saudade-de-yvonne-pereira.html

    http://paespirita.blogspot.com.br/2015/10/ah-que-saudade-de-yvonne-pereira.html


    (2) Poder Neurótico
    http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2011/03/apego-ao-cargo-o-poder-neurotico.html

    http://issuu.com/merchita/docs/apego_al_cargo_dr_luis_carlos_formi?e=8707178/13395844


    (3) Desenhando palavras
    http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/DESENHANDO_PALAVRAS_LCF.html

    http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/
    2015/06/como-fazer-um-alemao-entender-o.html


    (4) Em Busca do Poder
    http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.13.htm


    (5) Enseñanza, investigación y ética en la microbiología médica
    http://issuu.com/merchita/docs/ense__anza__investigaci
    __n_y___tica?e=8707178/13513611

    sexta-feira, 16 de outubro de 2015

    Ah! Que saudade de Yvonne Pereira!

    Luiz Carlos Formiga

    Lendo Jorge Hessen (1) lembrei Martha Medeiros (2).

    Jorge cita Chico Xavier. Martha comenta “que deputados na Suécia moram em apartamentos funcionais de 40 metros quadrados com lavanderia comunitária. Seus gabinetes de trabalho possuem 18 metros quadrados, sem secretária, assessor ou carro com motorista. O dinheiro do contribuinte não é usado para privilégios de qualquer espécie.”
    Quando cheguei a Uberaba percebi que o Centro Espírita da Prece, onde Chico trabalhava não tinha forro. Mas quanto se produziu ali!
    Quando o representante do Ministério da Saúde entrou no meu pequeno laboratório na Faculdade de Ciências Médicas da UERJ não deve ter entendido nada. Não era uma Petrobrás! Como fazer “daquilo” um Centro de Referência? (*)
    Martha em Brasília recebeu um carro só para ela e pensou que “tinha algo errado ali”. Claro, sem depreciar a “Ordem do Mérito Cultural”, uma honraria recebida no Palácio do Planalto e da qual se orgulhava.
    Jorge diz que sente muita saudade de Chico e de suas ponderações:
    "É preciso fugir da tendência à "elitização" no seio do movimento espírita. É necessário que os dirigentes espíritas, principalmente os ligados aos órgãos unificadores, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e para com ele dialogar."
    Alguns não vão entender. Nem Chico, nem Martha. Ela diz que “o poder é horizontal. Poderoso é quem distribui, compartilha, multiplica. É quem produz ideias e soluções, e as torna úteis e benéficas para os outros. É quem não passa a vida tentando preencher o próprio vazio.”
    Jorge adverte para que simpósios programados por espíritas não venham a parecer uma competição entre intelectuais com titulação acadêmica, como se essas fossem um “passaporte” para traduzirem “melhor” os conceitos Kardequianos.
    Martha e Jorge parecem “duros”, mas discutem poder e status.
    Martha pede ao que “deseja mordomia que bata em outra vizinhança. Deve entrar para a política apenas aquele que deseja servir ao país, e não ser servido por ele.”
    O que diria Martha daquele que vai ao Centro Espírita palestrar, sim, “se” lhe oferecerem carro e motorista?
    Jorge citou de Chico Xavier o que se aplica a um NEU. "O diálogo entre grupos reduzidos de estudiosos sinceros, apresenta alto índice de rendimento para os companheiros que efetivamente se interessam pela divulgação dos princípios Kardequianos."
    Como divulgar no ambiente universitário sem flertar com o “elitismo”?
    Podemos fazer um trabalho com bom rendimento?
    Como chegar a esse poder?
    “Poderoso é quem distribui, compartilha, multiplica. É quem produz ideias e soluções, e as torna úteis e benéficas para os outros.”
    Temos divulgado contribuições e comemorado em outubro.
    Lutamos em 2015 contra o suicídio também no Setembro Amarelo. O NEU-UERJ programou palestra para comemorar o seu 17º Aniversário. No dia 02 de outubro de 2015 a oradora Yasmin Madeira enfatiza a necessidade do socorro aos suicidas. Enaltece a importância do trabalho e roga por sua continuidade.
    Alguns textos foram produzidos, enfatizando a importancia desse setembro, que foram enviados a todos os membros do NEU-UERJ.  A leitura pode ajudar a perceber importância do tema na atualidade e sua ligação com a nossa universidade. Os espíritas sabem que muito se pode fazer com um sorriso, um abraço e uma prece, mesmo num pequeno grupo.
    Como informação é “vacina”, pedimos desculpas mas colocamos adiante seus endereços eletrônicos.
    Espiritismo, Suicídio e Usuários de Substâncias de Abuso.
    Suicídio e resiliência
    O suicídio. a prevenção e o centro espírita.
     O suicídio e a esperança em Cristo
     O aumento no suicídio pode ser a ponta do iceberg
    Suicídio na Infância

    “Há um extravagante formalismo por parte daqueles que são responsáveis pelas casas espíritas”, diz Jorge Hessen. Em seguida, cita frase de Chico Xavier: "prioriza-se a preocupação com o patrimônio material ao invés do espiritual e doutrinário.”
    Como não lembrar Martha? “Status é ranking. Costuma ser valorizado por quem verticaliza as relações. Não vejo problema em se proporcionar coisas belas, saborosas, requintadas. Se são pagas com o próprio suor, é um direito adquirido, mas não confere poder algum, apenas bem-estar privado.”
    Ah! Que saudade de Yvonne Pereira!

    Leitura adicional
    1. Ah! Que saudade do Chico Xavier!
    2. Poder e Status (Martha Medeiros)