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  • quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

    Sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com
    Brasília.DF

    Após ganhar um Emmy de melhor série de não ficção, a série O Planeta em Perigo, série documental da Nat Geo , retorna com nova temporada. Desta vez, astros como o apresentador David Letterman, os atores Don Cheadle, Arnold Schwarzenegger (que também é um dos produtores do programa), Joshua Jackson, America Ferrara, e a modelo Gisele Bündchen, participam de reportagens nas quais apresentam como diferentes partes do mundo estão sofrendo com mudanças climáticas. [1]

    No terceiro episódio, por exemplo, Thomas Friedman, repórter especialista em meio ambiente do The New York Times, vai para a Nigéria e o Senegal conhecer os ‘refugiados climáticos’, pessoas que estão saindo de onde moram pelas temperaturas extremas. “Falamos muito sobre os refugiados políticos, mas cerca de seis milhões de africanos terão que deixar seus países de origem porque o solo deles, que antes era fértil, está se transformando em areia por conta da desertificação”, explica Gelber. “Não há dúvida de que as pessoas que menos contribuem para mudanças climáticas são as mais afetadas por elas.”[2]

    A O Planeta em Perigo ganha uma importância ainda maior no contexto político atual dos Estados Unidos: o presidente eleito, Donald Trump, não acredita na ciência por trás das mudanças climáticas. Em diversas ocasiões, Trump afirmou que o conceito de aquecimento global foi criado pelos chineses para deixar a produção industrial dos Estados Unidos menos competitiva.

    Pesquisas indicam que a “mudança climática tem matado cerca de 315 mil pessoas por ano, de fome, de doenças ou de desastres naturais, e o número deve subir para 500 mil, até 2030”.[3] Quase 25% da população mundial estão ameaçados pelas inundações, em consequência do degelo do Ártico, segundo um estudo publicado há 8 anos, pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF). À medida que a extensão do gelo diminui, e que a superfície dos oceanos aumenta, a quantidade de energia solar absorvida, também, aumenta.

    Urge que se crie uma mentalidade crítica, que permita estabelecer novos comportamentos com foco na sustentabilidade da vida humana. A sociedade deve formatar novos modelos de convivência, lastreados na fraternidade e no amor. A falta de percepção, da interdependência e complementaridade, entre os indivíduos, gera, cada vez mais intensamente, o desequilíbrio da natureza. O cientista Stephen Hawking, em seu livro "O Universo numa Casca de Noz", expõe, de forma curiosa, que: "Uma borboleta batendo as asas em Tóquio pode causar chuva no Central Park de Nova Iorque”. [4]Hawking explica, que "não é o bater das asas, pura e simplesmente, que gerará a chuva, mas a influência deste pequeno movimento sobre outros eventos em outros lugares é que pode levar, por fim, a influenciar o clima.” [5]

    Desde o início da revolução industrial, em 1750, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram mais de 30%, e os níveis de metano cresceram mais de 140%. A concentração atual de CO2 na atmosfera é a maior registrada nos últimos 800 mil anos. Quais serão as consequências disso? A escala do impacto pode levar à escassez de água potável, trazer mudanças grandes nas condições para a produção de alimentos e aumentar o número de mortes por decorrência de ondas de calor e secas.

    As nações, frequentemente, lutam para ter ou manter o controle de matérias primas, suprimento de energia, terras, bacias fluviais, passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. "Esses conflitos tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a competição por eles". [6] Precisamos nos adaptar ao meio como os demais entes vivos neste momento.

    Realmente, a consciência de proteção ambiental cresce com o nosso desenvolvimento intelectual e moral. Os recursos “renováveis” que se consomem e o impacto sobre o meio ambiente não podem ser relegados a questões de menor importância, principalmente levando-se em consideração a utilização da água potável, cuja posse no futuro pode ser o motivo mais explícito de confronto bélico planetário.

    "A Natureza é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos". [7]

    A vida no planeta depende da convivência pacífica entre o homem e a Natureza. E nós espíritas, o que fizemos, ou o que pretendemos fazer? Mahatma Gandhi afirmou certa vez que toda bela mensagem do Cristianismo poderia ser resumida no Sermão da Montanha, que nos serve de exemplo quando diz: sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo.

    Referências:

    [1]Disponível em http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/11/pessoas-que-menos-contribuem-para-mudancas-climaticas-sao-mais-afetadas-por-elas.html acesso em 26/12/2016

    [2] Idem

    [3]Trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro "Nosso Futuro Comum"

    [4]Cf. Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa-EUA

    [5]Texto de Marcos Tadao Mendes Murassawa. Aquecimento Global - Ficção x Realidade acessado em 01-01-08

    [6]Trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro "Nosso Futuro Comum"

    [7]Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, questão 121

    segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

    Extinção, prejuízo, abandono e “luto” (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com
    Brasília.DF


    Um estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, descobriu que aqueles que viveram recentemente um quadro de luto [1], especialmente idosos, podem passar por um processo de redução das funções dos neutrófilos.[2] Mas apesar do peso do conhecimento científico sobre o relacionamento entre luto e a doença física, os sintomas costumam ser completamente inesperados.

    Para Jessica Mitchell, gerente do serviço de apoio telefônico da ONG Cruse Bereavement Care, as pessoas ficam bastante assombradas com a notícia da morte de um parente e se sentem atormentadas achando que há algo errado com elas. As pessoas realmente não entendem, porque não se discute mais sobre a morte, explica Susan Hughes, da ONG Compassionate Friends, que presta suporte aos familiares após a morte de crianças. [3]

    A falta de compreensão do tema “morte e o luto” reflete a dificuldade da sociedade em falar francamente sobre a deserncarnação de alguém da família. Para alguns trata-se de um grande tabu. As pessoas não querem nem ouvir ninguém falar sobre esse assunto.

    Ora, em verdade o luto não é essencialmente tão insuportável quanto se imagina. Sabe-se que grande parte dos enlutados consegue suplantar bem a “perda” de um parente; entretanto por que razão algumas pessoas não conseguem superar o trauma? Muitas pessoas atravessam anos sobrevivendo como nos primeiros e mais complicados períodos do luto. Elas não conseguem retomar a vida. Cultuam a dor, em uma espécie de luto crônico, chamado pelos psiquiatras de “luto patológico” ou “luto complicado”. Nas mortes traumáticas, como acidente, suicídio ou assassinato, pode haver uma fase de negação mais prolongada; a culpa e a revolta podem aparecer com mais intensidade.

    Para alguns o luto pode provocar uma grave crise doméstica, pois exige a tarefa de renúncia, de excluir e incluir alguns papéis da cena familiar. Percebe-se então que existe aí uma confusão, pois essa crise pode estancar o desenvolvimento dos parentes, fator que pode definir o processo de um luto crônico coletivo.

    É importante destacar aqui que o luto não advém apenas pela morte de um ente querido. Há diferentes tipos de lutos, às vezes mais intensos, que acontecem depois da perda de um objeto ou abandono afetivo de alguém a que se tinha apego. É verdade! Muitos adoecem fisicamente, totalmente apegados a algo, circunstância ou alguém. Eis aí a razão de suas desditas e o entrave para a ascensão espiritual.

    Talvez o grande preceito da vida, que experimentamos severamente, é desapegarmos de coisas, situações e pessoas. Obviamente desapegar não é desamar ou abater a valor do objeto, da coisa, mas compreender e acolher o fato da transitoriedade das circunstâncias, dos objetos e pessoas. É importantíssimo irmos desapegando do passado remoto ou recente e sintonizarmos as emoções no presente, sobretudo naquilo que é essencial dentre as coisas e pessoas.

    O Espiritismo nos esclarece bem sobre a imortalidade. Jesus, há dois mil anos, reafirmou a realidade da sobrevivência do espírito após a morte e a continuidade da vida em outras dimensões. Por isso, alivia-nos os corações sofridos no luto pelas grandes “perdas”, seja pela visita da desencarnação, seja pelo abandono de alguém querido, seja pela perda de ilusórios haveres ou de posição social. Tudo passa! Até mesmo o luto.

    Referências:
    [1]                   Luto [do latim luctu] – 1. Sentimento de pesar ou de dor pela morte de alguém. 2. A exteriorização do referido sentimento ou o tempo de sua duração. 3. Consternação, tristeza.
    [2]                 A parte mais abundante dos glóbulos brancos do sangue, responsáveis por combater bactérias como a da pneumonia

    [3]                 Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/geral-37030767. Acessão 08/12/2016

    quarta-feira, 23 de novembro de 2016

    Na ética cristã ou no “jeitinho brasileiro" - onde nos identificamos? (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen
    Brasília – DF

    Um estudo inédito realizado pela consultoria BrandAnalytics, empresa ligada à Millward Brown Optimor, um dos maiores grupos de pesquisa do mundo, revela o que os brasileiros pensam do País. Se o Brasil fosse “uma pessoa”, a principal característica, aquela que se vê logo de cara, seria a desonestidade. 

    Segundo Dulce Critelli, professora de filosofia da PUC de São Paulo, os resultados da pesquisa demonstram que grande parte da população não confia nem no País nem no compatriota. No clássico “Raízes do Brasil”, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, ao falar do “homem cordial” destaca igualmente o que chama de “personalismo” do cidadão brasileiro. No Brasil, diz Holanda, as pessoas cultuam o mérito pessoal (o “cada um por si”), em vez do trabalho coletivo. [1]

    Isso realmente corresponde à realidade? Olhemos para o lado e pensemos bem: a maioria das pessoas de nosso convívio é desonesta? Elas querem levar vantagem sobre nós? Ou como se diz: querem nos “passar a perna”, nos enganar, ludibriar, “dar o cano” ? 

    Desde a Proclamação da República, construida sob os anseios dos valores da ordem e do progresso, até os nossos dias, ainda não nos ajustamos rigorosamente à honradez e à honestidade. 

    Os brasileiros (ressalvadas as honradas exceções) necessitamos modificar a cultura da desonestidade, a fim de que nossa pátria progrida em ordem. Até porque, enquanto prosseguirmos conectados à tradição do “corrompido jeitinho”, o futuro desta pátria estará comprometida pela desordem e decadência geral. 

    No cinismo das vis tendências desonestas trouxemos abaixo alguns cenários e práticas dos trágicos “jeitinhos” , a fim de que avaliemos se nos identificamos ou não como protagonistas. 

    Vejamos, são os conterrâneos que furam a fila de carros em frente do colégio para pegar os filhos ou que colocam a viatura na vaga reservada para deficientes e idosos nos estacionamentos dos hospitais, supermercados, shopping. 

    Compatrícios que furtam toalhas, roupões, talheres e outros utensilhos de hotéis, clubes, repartições públicas etc.; há os que surrupiam sinais de Internet e tv a cabo do vizinho; que oferecem dinheiro (propina) para subornar o policial, a fim de fugir da multa; que não emitem nota fiscal ao cliente; que não declaram Imposto de Renda; que bolam doenças para fraudar o INSS.

    Há os conterrâneos que falsificam carteirinha de estudante (para meia entrada); que assinam a “folha de pontos” do colega; que compram produtos “pirateados”; que não restituem troco recebidos a maior; que batem o ponto pelo colega; que compram diplomas falsos para participação em concursos públicos e, mais comum ainda, há os que recorrem a falsos atestados médicos, para justificar ausências mais prolongadas no trabalho. 

    Não haverá futuro promissor para um país com uma sociedade assim estruturada. É urgente uma higienização moral, aproveitando o momento histórico que estamos atravessando no Brasil, para que sejam exaltados os valores da Ética Cristã e consagrada a honestidade. 

    É inconcebível um espírita desonesto. Um seguidor fidedigno do Cristo e de Kardec tem que ser fiel ao Evangelho e aos princípios que a Doutrina dos Espíritos impõem e ter noção de que honestidade é prática obrigatória para todo ser humano, principalmente para um “espírita cristão”(*). 

    Cabe-nos viver e exemplificar a honestidade no lar, na vida profissional, nos negócios, na política, na administração pública, bem como nas outras situações, consultando sempre a consciência, onde estão inscritos os códigos da lei de Deus. 

    O Brasil será um país bem-sucedido se cada compatriota banir da própria cultura o conspurcável “jeitinho brasileiro”.

    (*). Hão “espíritas” que não se consideram cristãos

    Referência:

    [1] Disponível em http://istoe.com.br/360834_O+DESENCANTO+COM+O+BRASIL/ Acesso 23/11/2016

    sábado, 19 de novembro de 2016

    Eras esperançosas! Brasil -corrupções ancestrais e as novas gerações (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen
    Brasília.DF

    Nestes inquietantes tempos de desonra moral desabando sobre o povo brasileiro, em que políticos geram supostas manobras sorrateiras, dispondo rebaixar as atuais estruturas investigativas no âmbito policial e judicial, é urgente permanecermos em estado de vigília e oração ininterrupta em favor da paz social no Brasil. 

    Mas a despeito do preocupante cenário social, político e econômico, enxergamos um horizonte promissor de uma nova geração que vem surgindo em nosso país composta de executivos, professores, médicos, advogados, engenheiros, historiadores, delegados, procuradores e juízes, todos trabalhando com entusiasmo e intrepidez pela consagração da ética em nosso país. Isto nos pacifica sob a expectativa decisiva de transformação dos valores morais que tem manchado esta nação dilacerada pela corrupção destruidora. 

    Tal conjuntura nos envia ao último capítulo do livro A Gênese de Allan Kardec. Aí arranjamos algumas adequações para fins de comparação com a realidade supra descrita. Vislumbramos uma nova geração de brasileiros, desenfaixados dos detritos do velho sistema corrupto. Observamos pessoas mais moralizadas e possuídas de ideias e de sentimentos muito diferentes da velha geração que está sendo deportada para mundos afins. [1]

    As sociedades se modificam, como já se transformaram noutras épocas, e cada transformação se distingue por uma crise moral. Contudo, nessas ebulições sociais, a fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas, inexiste fraternidade real, sem o avanço moral. Somente o progresso moral pode fazer que entre nós reinem a honestidade, a concórdia, a paz e a fraternidade. 

    A velha geração (daqueles atolados nas arapucas da corrupção) que está se despedindo (da Terra) levará consigo seus erros e estragos sociais; a geração que surge, imprimirá à sociedade o progresso moral que assinalará a nova fase da evolução geral no Brasil e no mundo.

    Essa fase já se revela atualmente no Brasil, em razão do conjunto de práticas revolucionárias no combate à improbidade, à imoralidade, à falcatrua através de efetivas e duras punições. Nesse contexto, os espíritas estamos sendo convocados para irradiarmos compreensão, amor e paz em favor dos cidadãos de bem, a fim de facilitar o movimento de regeneração em nosso Pais. 

    Grande, é ainda o número dos ímprobos; que nada poderão contra a ética da nova geração que surge. Os desonestos irão desaparecer aos poucos, mas ainda defenderão palmo a palmo os seus obscuros interesses de poder e tramoias. 

    Não nos enganemos, haverá, um embate moral inevitável, desigual da geração degradada e já envelhecida, a cair em frangalhos, contra o futuro da nova geração de seres audazes e incorruptíveis. Hoje no Brasil vemos com clareza quem é quem nesse cenário. 

    Para que haja paz em nosso país, preciso é que somente a povoem espíritos bons, encarnados e desencarnados. É chegado o tempo das grandes debandadas dos que praticam o mal pelo mal. Serão excluídos, para não ocasionarem perturbação e obstáculo ao progresso. 

    Após a desencarnação, muitos irão expiar em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas. A época atual é sem dúvida de transição; confundem-se os personagens das duas gerações. Assistimos à partida de uma e à chegada da outra. Têm ideias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo das disposições intuitivas e inatas, cabendo-lhe (nova geração) fundar a era do progresso moral. 

    A nova geração se distingue por coragem, inteligência e talentos precoces, tem sentimento inato da honestidade. Já os corrompidos ainda trazem a maldade, a malícia, a mentira. Em face disso têm de ser expurgados porque são incompatíveis com o império da honradez, da fraternidade e porque o contacto com eles (os corruptos e corruptores) constituirá sempre um sofrimento para os bons. 

    Quando o Brasil se achar livre dos desmoralizados, os homens de bem caminharão sem óbices para o futuro melhor. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais dos tempos que chegaram, destinados a realizar uma higienização e remodelação moral da sociedade brasileira. 

    Referência bibliográfica:

    [1]            Kardec, Allan. A Gênese, cap. 18, RJ: Ed. FEB, 1977

    sábado, 12 de novembro de 2016

    A sexualidade ante o imperativo da educação, da disciplina e do emprego digno (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com
    Brasília.DF

    Atualmente estamos atravessando períodos instáveis na área da sexualidade e do sentimento humano. Em um artigo publicado no Mail, David Levy, autor de ‘Love and Sex With Robots’ (Amor e sexo com robôs, em tradução livre), diz: “Os robôs sexuais serão muito semelhantes aos humanos em tamanho e aparência. Eles terão órgãos genitais como os dos humanos, e será possível práticas sexuais com eles de acordo com a orientação e as preferências sexuais do dono.” “As máquinas em questão estão sendo desenvolvidas pela empresa Abyss Creations em sua fábrica na Califórnia. O preço estimado para o varejo é de U$ 15 mil (cerca de R$ 48 mil). [1]

    Noticia-se horríveis casos de pedofilia, zoofilia, necrofilia, febofilia, pederastia, entre outros intermináveis tipos perversões sexuais. Atualmente há ativistas que copulam literalmente com a natureza para “salvá-la” da destruição(!...?...) Isso mesmo! Apareceu uma nova modalidade de comportamento sexual, o ecossexualismo, que está se disseminando especialmente no hemisfério Norte. 

    Narram que os ecossexualistas praticam o coito com árvores. Se penduram desnudos nos galhos e arriscam chegar à descarga orgástica. Se auto-excitam debaixo de cachoeiras ou rolam no chão, ou na grama até atingirem o ápice do prazer.

    Fomos informados sobre um tipo de relacionamento afetivo em regime de poliamor ou seja, os poliamantes praticam, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos. O praticante defende a possibilidade de se estar envolvido de modo “responsável” em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros simultaneamente.

    Existem os “relacionamentos abertos”, isto é relação afetiva “estável” (habitualmente entre duas pessoas) em que os participantes são livres para terem outros parceiros. Se for casado, se diz que é um “casamento aberto”. Parece que que, o “relacionamento aberto” e o “poliamor” não são a mesma coisa. Em termos gerais, afirma-se que "relacionamento aberto" refere-se a uma não exclusividade sexual na união, enquanto o poliamor envolve a extensão desta não exclusividade para o campo afetivo ao permitir que se criem laços emocionais exteriores à relação primordial com certa estabilidade.

    Sabemos que o comportamento na área da sexualidade é essencial para o desenvolvimento individual, interpessoal e social. Também sabemos que os direitos sexuais são direitos humanos universais baseados na liberdade inerente, dignidade e igualdade para todos os seres humanos. 

    Conhecemos as leis humanas e sabemos do direito à liberdade sexual, à autonomia, à integridade, à segurança do corpo, à privacidade, à igualdade, à expressão sexual, à livre associação sexual, às escolhas reprodutivas livres e responsáveis, à informação baseada no conhecimento científico, à educação, à saúde sexual. 
    Não estamos aqui para lançar censuras a tais “direitos”, mas cumpre-nos lembrar e advertir que no Livro do Levítico, a Lei de Moisés constrói o estatuto referente às práticas sexuais, determinado as proibidas, as abomináveis e as impuras [2] Sem embargo, contudo, compreendemos que as Leis de Deus estão inscritas na consciência de cada um.

    Sobre o tema sexualidade Emmanuel desenvolve conceitos doutrinários a fim de explicar que as teorias, ao redor do sexo, foram objeto de sensatas explicações por Kardec no Século XIX, na previsão dos choques de opinião, em matéria afetiva, que a Humanidade de agora enfrenta. O mentor de Chico Xavier sintetizou todas as divagações nas regras seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. [3]

    Portanto, sem educação, sem controle, sem disciplina, sem emprego digno, será enganar-nos, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, até porque o emprego do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um. 

    Admoesta o autor de Vida e Sexo que em matéria de comportamento sexual todos nós nos achamos muito longe da meta por alcançar. Se alguém nos parece cair, sob enganos do sentimento, devemos silenciar e esperar. Se alguém se nos afigura tombar em delinquência, por desvarios do coração, devemos esperar e silenciar. [4]

    Devemos calar as nossas possíveis acusações, ante as supostas culpas alheias, porquanto nenhum de nós, por agora, é capaz de medir a parte de responsabilidade que nos compete a cada um nas irreflexões e desequilíbrios dos outros. Não dispomos de recursos para examinar as consciências alheias e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é um caso particular, em matéria de amor, reclamando compreensão. [5]

    Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, coloquemo-nos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as nossas tendências mais íntimas e, após verificarmos se estamos em condições de censurar alguém, escutemos, no âmago da consciência, o apelo inolvid

    quinta-feira, 3 de novembro de 2016

    Hillary, Trumpp , Putin, seria plausível guerra de extermínio? Na dúvida, oremos!! (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    Brasília.DF

    Hoje assistimos dois candidatos à presidência dos EUA com os mais preocupantes discursos. Hillary afiança que manterá o direito ao aborto. Trumpp, conquanto contra o aborto, promete construir um muro de proteção na fronteira americana. Pronuncia que admira Putin, que tem um forte controle na Rússia.

    Trumpp é apaixonado pelas guerras, incluindo as armas nucleares. Promete instituir leis e ordens “fortes”, “rápidas” e “justas”. Garante que suspenderá a imigração de zonas do mundo onde existe um histórico comprovado de terrorismo contra os Estados Unidos, e afirma que pode consertar isso rápido.

    Nosso planeta jaz na UTI. Os governantes atuais permanecem moral e espiritualmente gravemente enfermos. Nesta semana, a Rússia mostrou um novo míssil nuclear que supostamente poderia devastar uma área do tamanho do estado do Texas, nos Estados Unidos.

    No início de outubro de 2016, 40 milhões de cidadãos russos participaram do maior “teste” nuclear desde o fim da Guerra Fria,usando máscaras de gás e se preparando para fugir para bunkers. As tensões entre a Rússia e os Estados Unidos têm se mantido altas desde que os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções econômicas ao país devido às ações da Rússia na Ucrânia em 2014.

    Neste mês de outubro, o Zvezda, um serviço de TV nacional controlado pelo Ministro da Defesa russo, disse: “Esquizofrênicos dos Estados Unidos estão afiando suas armas nucleares para Moscou.” Os laços entre Washington e Moscou se deterioraram ainda mais recentemente, após o colapso do cessar-fogo na Síria e a intensificação dos bombardeios em Aleppo por aeronaves sírias e russas.

    O General Richard Shirreff, comandante supremo da OTAN na Europa entre 2011 e 2014, descreveu a guerra nuclear com a Rússia em 2017 como algo “inteiramente plausível”. Cristina Varriale, do Royal United Service Institute (RUSI), disse ao The Sun que Putin está “pronto” para colocar as forças nucleares russas em alerta.

    Não desejando ser pessimista, porém na condição de historiador não posso deixar de refletir que há menos de 100 anos o mundo experimentou duas guerras devastadoras na Terra.

    Em A Caminho da Luz Emmanuel adverte que as teorias sociológicas continuam seu caminho, de extremismo, sem embargo das revelações do além-túmulo que descem às almas, como orvalho imaterial, preludiando a paz e a luz de uma nova era.

    A Europa e o Oriente formam um campo extenso de agressão e terrorismos. “Em face de tanto extremismo, onde estão os valores morais da Humanidade? As igrejas estão amordaçadas pelos interesses de ordem econômica e política. Somente o Espiritismo executa o esforço tremendo de manter acesa a luz da imortalidade. Porém, o esforço do Espiritismo é quase superior às suas próprias forças, e o mundo não está à disposição dos ditadores terrestres.” [1]

    Espíritos falam-nos de uma “nova reunião da comunidade das potências angélicas da qual é Jesus um dos membros que se reunirá, de novo, pela terceira vez, na atmosfera terrestre (...), decidindo novamente sobre os destinos do nosso mundo.” [2]

    Em nome do Evangelho, se perpetram todos os absurdos nos países ditos cristãos. “Porque a civilização ocidental não chegou a se cristianizar. São chegados os tempos em que as forças do mal deverão abandonar as posições de domínio. Ditadores, exércitos, hegemonias econômicas, povos instáveis e inconscientes, guerras inglórias e organizações seculares passarão com a vertigem de um pesadelo.” [3]

    Condenada pelas sentenças irrevogáveis de seus erros sociais e políticos, a superioridade européia desaparecerá para sempre, como o império romano, entregando à américa o fruto das suas experiências, com vistas à civilização do porvir.

    Era véspera da Segunda Guerra Mundial quando Emmanuel avisou que “a noite não tardaria e, no bojo de suas sombras compactas, não nos esqueçamos de Jesus, cuja misericórdia infinita, como sempre, será a claridade imortal da alvorada futura, feita de paz, de fraternidade e de redenção.” [4]

    Que Jesus nos resguarde nestas horas decisivas do mundo atual!

    Oremos!

    Referências bibliográficas:

    [1]           Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, Cap. 24, RJ: Ed. FEB 1977
    [2]           idem
    [3]           idem
    [4]           idem

    quarta-feira, 2 de novembro de 2016

    Primeiro “Em Louvor a Vida” encerrou as comemorações dos 5 anos de fundação do Instituto Vida do Distrito Federal




    Mais de 250 pessoas participaram, no último dia 31 de outubro, do primeiro Seminário “Em Louvor à Vida”, na Comunhão Espirita de Brasília. O evento fez parte das comemorações dos 5 anos do Vida- Instituto Espírita Bezerra de Menezes e contou com o apoio da Comunhão Espírita de Brasília e da Federação Espírita do Distrito Federal. 

    O Seminário foi dividido em duas partes. Pela manhã, o Presidente do Instituto Vida, Jaime Ferreira Lopes, apresentou a Rede Renascer. Um projeto que leva voluntárias espíritas ao encontro de mulheres que pensam em abortar. Em 4 anos, 143 mulheres foram atendidas e 47% delas desistiram do aborto. “Nossa meta e fazer com que tenhamos uma voluntária em cada cidade satélite do Distrito Federal e, a longo prazo, uma voluntária em cada cidade do Brasil”, afirmou Jaime. 

    Hoje, o projeto conta com 5 voluntárias para fazer todos os atendimentos do Distrito Federal. A coordenadora da Rede, Sandra Bitencourt, explicou que a capacitação de novas voluntárias vai ocorrer no ano que vem. O presidente da Federação Espírita do Distrito Federal, Paulo Maia, destacou a importância do Instituto Vida para combater o aborto. “É uma iniciativa pioneira que merece o nosso apoio”, destacou Maia. 

    Ainda na primeira parte, o médico e orador espírita, conhecido internacionalmente, Alberto Almeida, explicou, de forma didática, todo o processo gestacional. Alberto se formou em medicina na Universidade Federal do Pará, atua como médico e psicoterapeuta, com experiência em homeopatia, terapia regressiva de vidas passadas e programação neurolinguística, entre outros. Ele apresentou aspectos científicos para provar que a vida começa na concepção, como esclarece os espíritos, e que o aborto é um crime em qualquer fase gestacional.

    Na segunda parte do Seminário, Alberto Almeida, falou sobre as consequências do aborto para a mãe, a criança e todos os envolvidos. Sem revelar identidades, contou dramas vivenciados por ele no próprio consultório. Histórias envolvendo a capacidade de percepção do bebê ainda no útero, seja dos sentimentos maternos ou mesmo de situações externas. 


    O público presente se emocionou em diversas ocasiões e várias mulheres fizeram a ficha para participar da capacitação para o trabalho da Rede Renascer. “Saímos daqui com a sensação do dever cumprido. A mensagem da vida foi passada. E nós, espíritas, temos muito trabalho a fazer. Estamos só no começo”, finalizou a vice-presidente do Instituto Vida, Renata Dourado.

    domingo, 30 de outubro de 2016

    DEUS DENTRO DE UM LABORATÓRIO



    Margarida Azevedo
    Sintra/Portugal

    Não é a ciência que está a imiscuir-se nos recônditos quão complexos domínios da religião, é esta, pela voz dos seus mais altos representantes, que está a submeter Deus aos seus critérios. Ou porque estão contra ela e insistem em defender que Adão e Eva foram o primeiro homem e a primeira mulher, ou porque o mundo foi criado tal como está, ou porque a Arca de Noé foi o ponto de partida para uma regeneração da fauna; ou, ainda, pretendendo submeter a religião à metodologia científica, encravam a religião na procura das provas científicas da existência de Deus.

    Nada mais desconforme com a fé, linha recta para ateização da religião que, perdida nas descobertas científicas, teme perder os fiéis que, nos seus problemas diários, vêem nela (ou viam) o conforto regenerador.

    Com tudo isto e muito mais, não é a ciência que ridiculariza Deus, é a religião que, obsessivamente, pretende fazer Dele um objecto do cognoscível como quem estuda um animal em plena savana, ou algo experimentável como um líquido num tubo de ensaio. A religião apoia-se nas respostas da fé em detrimento da natural insuficiência de respostas, face à imensidade de questões constantes e insasiáveis, da ciência.

    Numa sociedade global tudo muda. Se é certo que não ultrapassámos os textos antigos da Filosofia, menos ainda os das Escrituras, se eles são o fiel retrato da nossa natureza, prova de que rodopiamos em torno das mesmas questões existenciais, não é menos certo que o contexto é totalmente diferente.

    Os nossos inimigos já não se matam pelas armas, o infiel já não é o que segue outra confissão religiosa; o exercício oral, que impunha saber o texto de cor, já não identifica o crente no cerco fechado de palavras sem vida interpretativa. Qualquer religião ou igreja tem que dialogar sobre o texto, com os seus fiéis. Para isso, torna-se imperioso que os oiça, homens e mulheres. Nunca o leigo foi tão necessário à vida da sua igreja porque ele confere um sentido vivencial ao texto, o que muito o enriquecce. Interpretar é falar de si. Porém, na expectativa de que o texto lhe traga respostas convincentes, o leitor permite-lhe, igualmente, que ele se lhe imponha; é a busca de uma resposta de alguém, muito sábio e vivente em tempos remotos, para um problema específico.

    Estamos a viver outros paradigmas: ecologia, direitos humanos, direitos das mulheres, da criança, do idoso, dos animais; a crise económica, a hiper-actividade, a fadiga psicológica provocada pela tensão e a ameaça constante de perder os meios de subsistência; o sentir-se excedentário, como os idosos que são depositados em lares, que, por mais condições que tenham, são salas de espera para a morte, porque são a primeira saída definitiva das suas casas, porque quantos são arrancados à força, levados ao engano a pensar que vão dar um passeio ou visitar um amigo, para viverem em comunidades deshumanizadas, na sua maioria; são as crianças que perdem a referência da família como fonte de afecto e a base para a socialização; é a solidão, cada vez maior; o sexo como satisfação imediata e a fragilidade dos sentimentos; o terrorismo feroz e a crueldade crescente; a impaciência provocada pela neurose do esvoaçar do tapete voador.

    Há que perceber que os fiéis estão vulneráveis. Fazem parte de um humano que está cada vez mais infantilizado, recente na história da criação, e à procura, perdido, de explicações. Os fiéis não querem a ciência misturada com os afectos, mas respostas cabais para a sua situação de problematicidade. É de sofrimento e de imortalidade que se ocupam. Paradoxalmente, ao procurarem na ciência as provas da existência de Deus, as religiões temem que, se não o conseguirem, acabarão por fracassar. E disso não temos dúvidas, porque um templo não é um laboratório. Contrariamente, se a ciência continuar a sua tarefa reveladora, acabará por matar Deus, mais cedo ou mais tarde, é apenas uma questão de tempo, não pelos seus próprios meios, mas porque acolitada pela religião que abdicou das suas funções, a saber, as almas.

    Ora há que perceber que a fé alongou-se. Já não é apenas uma questão de acreditar em Deus, mas também no/a próprio/a homem/mulher cá neste mundo. As condições materiais de existência tornaram-se demasiado importantes, a História tornou-se, também para os cristãos, não apenas para os Judeus, a própria manifestação de Deus. É no acontecer diário, na realidade nua e crua, que encontamos este Deus que, desta forma, nos desafia. Sim, efectivamente, vivemos os nossos desafios existenciais como caminhos, mais ou menos tortuosos, mas que não deixam de ser caminhos para a vivência real da fé, que começa, imperiosa, na relação com o outro. E se assim é, cabe à religião envolver-se também com a fé em nós mesmos. Ninguém chega a Deus sem acreditar nos(as) homens/mulheres, previamente, nem Deus existe como resultado das insuficientes ou insipientes respostas da ciência. Sejam quais forem as suas respostas, as questões existenciais prevalecerão e Deus continuará inalterável.

    Neste empobrecimento religioso que estamos a viver, há quem não perceba que a imensidade de leis, o encadeamento das mesmas, o cosmos não poderiam ser aleatórios. A maior prova da existência de Deus é a Vida e a Complexidade, a Precisão. Deus não cabe nas nossas cabeças, logo também não pode ser redutível aos nossos mecanismos electrónicos. Não medimos a quantidade de amor, nem a fé que sentimos; não é possível fazer uma estatística da dor ou da felicidade, não há metodologias criteriosas nem tabelas periódicas para definir quantidades de amor, pontuar o ciúme ou a inveja. Compreender não é provar, mas reconhecer a existência de um artífice. Não é possível destronar a ciência do conforto que, ao longo dos séculos, conseguiu trazer à Humanidade. Se a religião falhou, nesta área, é porque não esteve devidamente voltada para o humano, mas para a luta desigual entre as verdades das escrituras e as da ciência; apostou em traçar caminhos para Deus mediante imposição de comportamentos desfasados, impraticáveis, desconextualizados dos factores culturais dos povos. A religião não se ocupou em questões como a salvação, a paz e o amor incondicional. Esteve, contrariamente, ocupada em criar tementes, assustados, medrosos, ignorantes, impondo ideologias exclusivistas racistas e xenófobas. As evangelizações foram autênticas torturas, no meio de algumas coisas boas, mas não deixaram de o ser. Apresentaram-se perante o outro com ares de superioridade e não num propósito fraterno.

    O que é que é mais importante: Saber de cor as escrituras, ou ajudar o próximo numa aflição? Procurar a santidade ou benefícios no céu, ou ter um computador e estar em contacto com o mundo, saber o que se passa a kilómetros de distância, em segundos? Viver em austeridade ascetica, ou ter meios de subsistência, filhos saudáveis, ter acessso à saúde? Quais são os maiores problemas da actualidade? Não ter casa, viver sem condições materiais, ou haver ou não provas científicas da existência de Deus? Em que medida provar a existência de Deus, cientificamente, ainda que essa ridicularia fosse possível, tráz mais felicidade que ter um emprego certo, uma máquina de lavar roupa, um automóvel, amigos?

    E ainda que fossse possível, o que faríamos com as provas científicas da existência de Deus? Não temos dúvidas, as portas da curiosidade jamais seriam fechadas e outro ou outros deuses se inventariam para recomeçar tudo de novo. É que o problema não está nas provas, mas na curiosidade insaciável do ser humano, na sua incondicional vontade de transcendência, porque é isso que efectivamente o define, a curiosidade sem fim. Mas não só. O Humano carece do não-humano, o finito do infinito, o mesurável do desmesurado. Um só tem sentido mediante o outro.


    Deus não cabe num telemóvel, não é captável por observatório algum. Assumirmos que somos pequeninos nem tão pouco faz parte da humildade. Trata-se tão somente de nos confrontarmos com a nossa natureza. Humano é todo aquele que olha para as estrelas e sente-se um grão de poeira, ou então, quando olha ao seu redor, se confronta com o pouco que fez no muito que há por fazer.

    sexta-feira, 28 de outubro de 2016

    A “psicoscopia”, diante da ciência atual que “lê” e “interpreta” as emoções humanas (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen
    Brasília.DF

    Pesquisadores do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts) desenvolveram um sistema que detecta o estado emocional de uma pessoa por meio de sinais wireless (sem fio). Trata-se do EQ-Radio, um router wi-fi que tem a capacidade de “ler” as emoções. Através dos sinais de radiofrequência, o router consegue captar padrões do ritmo cardíaco e da respiração. O aparelho afere o estado emocional das pessoas em todas as circunstâncias da vida. Um médico, um psicólogo, um professor entre outros, podem acompanhar a saúde física, psíquica, emocional e intelectiva em qualquer lugar que o seu paciente e ou aluno esteja.

    Ao medir as mudanças sutis dos ritmos respiratórios e cardíacos, o EQ-Radio consegue detectar se uma pessoa está animada, feliz, irritada, tensa, triste ou mentido – e pode fazer isso sem sensores colados no corpo. Dina Katabi, a líder desse projeto do Laboratório de Ciência da Computação e de Inteligência Artificial (CSAIL) no MIT, garante que o sistema poderá ser utilizado nos cuidados com a saúde, com o aprendizado, e pela indústria do cinema e da publicidade, em testes para medir a reação em tempo real dos espectadores ao assistir a um filme ou ver um anúncio, por exemplo.

    Por similaridade ao assunto, recorrermos ao livro Nos Domínios da Mediunidade, psicografado há mais de meio século por Chico Xavier. Na obra lemos sobre o emprego do psicoscópio pela espiritualidade que funciona à base de eletricidade e magnetismo, utilizando-se de elementos radiantes, análogos na essência aos raios gama. É aparelho “espiritual”, constituído por óculos de estudo, com recursos disponíveis para a microfotografia transcendente. [1]

    Portanto, é um equipamento eletrônico construído no além-túmulo para definir a qualidade das vibrações mentais emanadas de encarnados e de desencarnados, registrando os mais íntimos sentimentos de que são portadores aqueles que a ele são submetidos. Deste modo, o psicoscópio, dentre outras possíveis finalidades, é utilizado num grupo mediúnico, com o objetivo de análise da personalidade de seus integrantes a fim de medir-lhes as reais possibilidades de trabalho. Os instrutores do além afirmam que os encarnados são geradores de força eletromagnética, com uma oscilação por segundo, registrada pelo coração.

    Os mestres transcendes elucidam que todas as substâncias vivas da Terra emitem energias, enquadradas nos domínios das radiações ultravioletas. Podem, desse modo, projetar raios mentais, em vias de sublimação, assimilando correntes superiores e enriquecendo os raios vitais de que são dínamos comuns. Somos todos fontes irradiantes de energias resultantes do produto mental, que vibram em torno de nós, propagam-se e revelam o estado de evolução em que nos encontramos.

    Tal dispositivo do além funciona à semelhança de aparelhos existentes na Terra, como o estetoscópio, o eletrocardiógrafo, os raios X, os tomógrafos dentre outros que são empregados pela medicina terrena e revelam o estado orgânico do paciente, permitindo o acesso a informações inacessíveis sem o seu uso. Anotam os Espíritos que se o espectroscópio permite ao homem perquirir a natureza dos elementos químicos, localizados a enormes distâncias, através da onda luminosa que arrojam de si, com muito mais facilidade identifica-se os valores da individualidade humana pelos raios que emite. [2]

    A moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção psicoscópica. O aparelho extra físico tem esse caráter revelador e impede que os trabalhadores envolvidos no serviço mediúnico, tanto os médiuns como os espíritos comunicantes, ocultem ou dissimulem seus sentimentos e suas intenções. Portanto, também funciona como uma espécie de "detector de mentira". Diante dele, o espírito se desnuda. Nada pode ser escondido com relação aos seus sentimentos e pensamentos. Com isso, a sua utilização nas reuniões mediúnicas permite à espiritualidade superior uma melhor administração do intercâmbio mediúnico.

    Ponderam os gênios do além que com a psicoscopia, por si só, dá margem a preciosas reflexões. Imaginemos uma sociedade humana que pudesse retratar a vida interior dos seus membros. Isso economizaria grandes quotas de tempo na solução de inúmeros problemas psicológicos. O estudo repousa nos alicerces das radiações humanas com o seu prodigioso campo de influenciação. [3]

    A ciência dos raios imprimirá, em breve, grande renovação aos setores culturais do mundo. Aguardemos o porvir, previram os mentores de André Luiz na obra citada. Finalmente, já conquistamos o EQ-Radio. O que virá adiante?

    Referência bibliográfica:
    [1]        Xavier , Francisco Cândido.  Missionários da luz, “O psicoscópio” , RJ: Ed FEB, 1988
    [2]        idem


    [3]        idem

    terça-feira, 25 de outubro de 2016

    "Eu perdoo" (Jorge Hessen)




    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com
    Brasília DF

    Brryan Jackson foi deliberadamente infectado pelo vírus HIV, aos 11 meses de vida, por seu próprio pai - um técnico em hematologia que estava se separando da mãe de Brryan e estava preocupado com o pagamento de pensão.

    O episódio aconteceu durante uma internação hospitalar por causa de uma asma. O pai, Brian, aproveitou uma saída da mãe do quarto para injetar o vírus na corrente sanguínea do filho. Quando descobriram o que afetava o Brryan, já aos cinco anos de idade, os médicos lhe deram apenas cinco meses de vida. Os clínicos temiam não apenas os efeitos da doença, mas do coquetel de remédios que ele precisava tomar para tentar mantê-la sob controle.

    Atualmente, a rotina médica de Brryan Jackson já não envolve mais andar com sondas pelo corpo, como nos tempos de escola. As 23 pílulas diárias hoje são apenas uma, embora de três em três meses ele precise ir ao médico para checar seu sistema imunológico. A doença, obviamente, afetou sua vida social. Diversos relacionamentos foram interrompidos por pais receosos.

    Hoje, aos 25 anos, Jackson confessa que cogitou o suicídio, mas optou pela religião. A conversão ao Cristianismo fez com que decidisse “perdoar” o pai, que foi condenado à prisão perpétua em 1998. Conta que nunca teve contato com o progenitor. Contudo poderá ficar frente a frente com ele ainda este ano, quando uma junta examinará um pedido de liberdade condicional. Jackson, apesar de o ter “perdoado”, pretende ler um comunicado em que recomenda que o pai continue preso. (1)

    Como agir diante de uma situação dessas? Será que realmente Brryan perdoou seu pai? O assunto é ingrato e merece algumas avaliações doutrinárias. Em verdade, aprendemos com os Benfeitores espirituais que se alguém nos prejudicou, não podemos permitir que o sentimento de vingança desgaste nosso estado psicoemocional. (2) Nem que seja por “egoísmo” é importante perdoar incondicionalmente. Até porque, quem sofrerá com a mágoa guardada somos nós e não quem nos lesou, causando consternação ou desgosto.

    Quantos são aqueles que dizem que desejam perdoar, mas não o conseguem? Ora, distanciando-nos do caso Brryan Jackson, urge ponderar alguns aspectos. Será que quem nos magoa queria nos prejudicar propositalmente? Muitos erros são cometidos sem a intenção de nos danificar. Porém, se tiverem sido intencionais, será que o nosso agressor se arrependeu? Neste caso, será que estamos realmente dispostos a indultá-lo?

    Em verdade, só podemos perdoar o outro se perdoarmos a nós mesmos. Reflitamos nos erros que cometemos com o próximo e desculpemo-nos. Livremo-nos da culpa e estaremos prontos para perdoar. efetivamente, esquecer a ofensa nos favorece porque faxina o coração da ira e da contrariedade. Perdoar alguém que nos fez mal revoga o ciclo de pensamentos negativos, que só servem para nos abater moral e espiritualmente.

    É um sinal de amadurecimento, pois ofertar o perdão favorece o agressor, contudo beneficia muito mais quem perdoa. Proporciona uma duradoura percepção de liberdade. É verdade! Ao saírmos da posição de vítimas, a sensação é de grande liberdade - deixamos de ser escravizados de um sentimento que antes nos aprisionava. Ajuda-nos a retomar as rédeas da vida.

    Quem profere do fundo d’alma "eu perdoo" se sente mais forte e capaz de comandar o próprio destino. 

    Nota e Referência:

    (1) Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36608335 acesso 23/10/2016
    (2) É aquela nossa ação interior para vivermos emoções através de nosso intelecto

    quarta-feira, 19 de outubro de 2016

    Felicidade está dentro de nós, e deve ser partilhada (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com
    Brasília.DF

    A felicidade é uma atraente sensação que experimentamos de euforia, uma percepção vivaz; todavia ela não ocorre em condições contínuas e permanentes, porquanto felicidade não é o mesmo que euforia. Alguns procuram estados eufóricos sob efeito dos fármacos psicoativos. Em verdade, se a felicidade não for simples, se ela for ornada em excesso, inchada de coisas inúteis, nesse caso não é felicidade, é apenas ilusão.

    Nossa felicidade não se constrói com o aumento do salário, com o ganhar na loteria, com algum bem caro que possamos adquirir. Porém, muitos nos iludimos achando que a felicidade mora no ter, no possuir, no aparentar, no exibir. Todavia, a felicidade verdadeira e perene é simples e modesta.

    Há pessoas que creem que a felicidade é a posse de bens materiais. Dinheiro, realmente produz uma certa euforia, porém, muito rápida, muito momentânea, muito episódica, fugaz. O endinheirado entra em processo obsessivo de imaginar que a consumolatria e a posse contínua de bens é que vão deixá-la feliz. Porém, o que ocorre normalmente é que ele vai ficar em estado de vazio existencial e de pungentes ansiedades.

    A felicidade é simples e advém daquilo que é essencial, e o essencial na vida é a amizade, a fraternidade, a lealdade, a sexualidade (sadia), a religiosidade. Muita gente confunde o essencial com o fundamental. Em realidade o fundamental é o que nos ajuda a chegar ao essencial. Observemos que dinheiro não é essencial mas é fundamental, pois sem ele teremos problemas materiais. Mas dinheiro em si não nos traz felicidade, até porque não se compra amor com dinheiro, compra-se sexo (dissoluto); não se compra amizade com dinheiro, compra-seinteresse; não se compra fidelidade com dinheiro, mas compra-se reciprocidade (toma lá, dá cá).

    É bem verdade que o dinheiro em si não é desprezível, mas ele não é suficiente para a realização pessoal. O equívoco está quando se procura a felicidade naquilo que é secundário, em vez de procurá-la na sua fonte primária, que é o que de fato nos dá autenticidade para usufruir a felicidade. Os Benfeitores espirituais afirmam que ainda não podemos desfrutar de completa felicidade na Terra. Por isso que a vida nos foi dada como prova ou expiação. De cada um de nós, porém, depende a suavização dos próprios males e o sermos tão felizes quanto possível na Terra.

    Ponderemos que a felicidade é uma obra de construção progressiva no tempo. Somos quase sempre obreiros da própria infelicidade. Mas praticando a lei de Deus, a muitos males evitaremos e assentaremos em nós mesmos uma felicidade tão grande quanto o comporte a nossa rude existência.

    Nos paradoxos da vida, muitos fogem de casa para serem felizes, porém outros retornam para casa em busca da mesma felicidade. Uns se casam, outros se divorciam, com o mesmo intuito de felicidade. Uns desejam viver sozinhos, outros desejam possuir uma grande família a fim de serem felizes. Uns desejam ser profissionais liberais para comandar a sua própria vida e poder gozar de felicidade, outros desejam apenas ter um emprego para ganharem o salário no final do mês e, assim, serem felizes.

    A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desventura de outro. Nenhuma sociedade é perfeitamente feliz, e o que julgamos ser felicidade quase sempre camufla penosos desgostos. O sofrimento está em todos os lugares. As amarguras são numerosas, porque a Terra é lugar de expiação. Quando a houvermos transformado em morada do bem e de Espíritos bons, deixaremos de ser infelizes, assim, enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será lícito cogitar de felicidade isolada para nós mesmos.

    Tal como concebemos, a felicidade não pode existir, até agora, na face do orbe, porque quase sempre nos encontramos endividados e não sabemos contemplar a grandeza das paisagens exteriores que nos cercam no planeta. Apesar disso, importa lembrar que é na Terra que edificaremos as bases da ventura real, pelo trabalho e pelo sacrifício, a caminho das mais sublimes aquisições para o mundo divino de nossa consciência. Portanto, quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, meditemos na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

    A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros. Sim, a felicidade consiste na satisfação com o que temos e com o que não temos. Poucas coisas são necessárias para fazer o homem sábio feliz, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaz a um inconformado.

    Tenhamos certeza: a única fonte de felicidade está dentro de nós, e deve ser repartida.