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José Sola |
Alguns confrades queridos se utilizam das questões 17, 18, 19 de o livro dos espíritos, no intento de negarem a evolução anímica, alguns a partir do reino do minério, e outros em nenhum momento da vida, e atentos apenas à letra, mas esquecidos da essência, do sentido profundo que estas ocultam, acreditam que com estas questões estão apresentando um cheque mate a essa possibilidade, vejamos:
17- Pode o homem conhecer o princípio das coisas?
R- Não. Deus não permite que tudo seja revelado ao homem, aqui na terra.
18- O homem penetrará um dia o mistério das coisas que lhe estão ocultas?
R- O véu se ergue na medida em que ele se depura; mas, para a compreensão de certas coisas, necessita de faculdades que ainda não possui.
19- O homem não poderá, pelas investigações da ciência, penetrar alguns segredos da natureza?
R- A ciência lhe foi dada para o seu adiantamento em todos os sentidos, mas ela não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.
Quanto mais é permitido ao homem penetrar nesses mistérios, maior deve ser sua admiração pelo poder e pela sabedoria do Criador. Mas, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o torna frequentemente joguete da ilusão. Ele acumula sistemas sobre sistemas, e cada dia que passa mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades repeliu como erros. São outras tantas decepções para seu orgulho.
Mas como sempre Allan Kardec está correto, pois não é, e jamais será possivel ao espirito, saber da origem da vida, tanto quanto do ápice da mesma, ou seja, do alfa e do ômega - Kardec nos apresenta outras questões em o “Livro dos Espíritos” que confirmam esta que estamos apresentando - e não me demorarei tentando contestar estas questões, pelo contrario, estarei buscando extrapola-las a luz da lógica e da razão que estas encerram.
Lembro, contudo de que ao apresentarem estas respostas a Kardec, os espíritos não desejavam que este deixasse de pesquisar os fenômenos muitos que se manifestam na vida, apenas informa-lo de que as suas pesquisas o conduziriam a essa realidade.
Temos ainda algumas outras questões que reafirmam as que transcrevi, mas não vejo a necessidade de inseri-las, pois, as mesmas apenas corroboram esta verdade apresentada pelo mestre lionês, então verifiquemos a priori a possibilidade de descobrirmos a origem da Vida, e a seguir o ápice da Mesma.
Principiemos lembrando uma verdade que é inconteste, e que é crença generalizada na doutrina espirita, Deus é eterno, é Ele a Vida absoluta a manifestar-se no universo, e conforme Kardec em o livro “A Gênese” o universo está para Deus, tanto quanto nosso corpo está para nosso espirito.
E como já o sabemos nosso espirito está no todo de nosso corpo, onde haja um órgão espiritual, há um órgão energético (períspirito), tanto quanto um órgão físico.
Uma lei da física nos informa de que dois ou mais corpos não ocupam um mesmo lugar no espaço, e esta lei é exata, desde que estes corpos se demorem vibrando numa mesma dimensão, entretanto o espirito, o períspirito, e o corpo de matéria, se demoram em condições vibracionais diferenciadas.
E é natural de que nesta analogia que nos apresenta Kardec, nos pretende informar de que Deus se manifesta no infinito do universo, e assim como o espirito é a vida do corpo, Deus é a vida do ilimitado.
E se o universo é a manifestação de Deus na vida, não temos como, de forma lógica e racional, aceitar o inicio do universo a quinze bilhões de anos, como nos informam alguns astrofísicos, e alguns espíritas desinformados que lhes fazem coro, entendemos que se Deus é eterno, se é Vida terá que haver Se manifestado em plenitude na eternidade, do contrario temos que concordar de que Ele, por quais motivos ignoramos, se omitiu em manifestar a vida, em uma eternidade que antecede a esses breves quinze bilhões de anos; sendo a Vida absoluta do universo - e isto quer dizer, plena, completa - como e onde ocultou Ele esta Vida?
Imaginar que Ele se demorasse no nada é inconcebível, pois o universo é infinito, e para que possamos ter uma ideia de infinito, vamos nos imaginar viajando em uma direção do universo, numa velocidade de trilhões de vezes maior que a da luz, viajemos quintilhões de anos luz, vamos dar uma paradinha, e nos aperceberemos de que estamos apenas em um ponto do universo, então vamos ampliar a velocidade da luz ao infinito, e vamos viajar na eternidade, e continuaremos apenas em um ponto do mesmo, e assim sucessivamente. Neste infinito absoluto, onde existiria o espaço para o nada?
A lógica e a racionalidade nos levam a crer, de que o Universo é eterno tanto quanto Deus, pois não nos é possivel imaginar Deus sem universo, e menos ainda o universo sem Deus, entretanto alguns espiritas ainda atidos à letra me estarão apresentando as questões 37 e 38 do Livro dos espíritos, pois estas dizem respeito à criação do universo, vamos extrapola-las.
37. O universo foi criado ou existe desde toda a eternidade como Deus?
- Ele não pode ter sido feito por si mesmo; e se existisse de toda a eternidade como Deus, não poderia ser obra de Deus.
A razão nos diz que o universo não poderia fazer-se a si mesmo, e que, não podendo ser obra do acaso, deve ser obra de Deus.
38. Como criou Deus o universo?
Para me servir de uma expressão corrente: por sua vontade. Nada exprime melhor essa vontade todo-poderosa do que estas belas palavras do Gênese: Deus disse: Faça-se a luz, e a luz foi feita.
Deus não criou o universo na concepção literal em que compreendemos a criação, pois nos temos demorado a crer que Deus haja criado o universo a partir do nada, entretanto o nada é inconcebível. Sendo assim o universo em sua manifestação de vida, está contido em Deus, mas não deixa de ser obra do Criador, pois o mesmo é um eterno vir a ser, e movimentando Sua vontade absoluta, Deus criou, cria, e criará eternamente o Universo, maturando a substância através de Sua vontade, exteriorizando a vida nas infinitas modalidades de ser, e isto é criação.
Deus é a razão absoluta de todos os atributos que se manifestam na vida do universo, inteligência, amor, sexo, insaciabilidade, e infinitos outros, que sequer podemos conceber. E manifestando sua vontade Ele criou e cria eternamente, pois o universo é um eterno vir a ser, é mutável, variável, se demora num relativo constante, nele tudo se modifica e se transforma. Então podemos dizer que Deus se demora ainda, e demorar-se a eternamente, criando o universo, e esta criação se fez, faz e fará na manifestação de sua vida através de sua vontade, pois Ele se demora absoluto no universo.
Temos nos detido a letra, esquecendo-nos da essência fenomênica, que encerram as revelações apresentadas por Allan Kardec em suas obras básicas, e com isto, temos extrapolado de maneira equivoca as questões inseridas em O Livro dos Espíritos. E por consequência as temos destituído da lógica que estas encerram, tenho tentado equalizar algumas questões cuja extrapolação apresentada não suporta a lógica e a razão. Dentre outras, estas questões do “Livro dos Espíritos”, em que alguns espíritas entendem que Kardec pretende opor-se a possibilidade da evolução anímica, sendo que estas questões a corroboram conforme minha extrapolação, pois para ser franco, não me é preciso sequer extrapola-las, apenas compreende-las.
E quanto à questão da Criação, se interpretarmos a resposta apresentada pelo espírito da verdade, observando literalmente á letra, teremos que acreditar em uma Criação, em que Deus se demorasse ordenando a vida, para que esta acontecesse, vejamos: Deus disse faça se a luz e a luz foi feita. Entendo que o espírito da verdade se utilizou desta expressão, como uma metáfora, pois do contrário seriamos levados a crer na criação bíblica, em que Deus criou a Terra o céu e tudo que nele existe em seis dias, havendo descansado no sétimo. Entretanto como uma metáfora ela responde perfeitamente à questão, demonstrando que o Criador manifesta a sua vontade na obra da criação.
Então somos levados a compreender de que se Deus é a vida do universo, é natural de que toda a vida que neste se manifesta é criação de Deus, pois é ele a fonte absoluta da Mesma.
Pelo já apresentado fica claro de que Deus não cria a vida conforme a crença monoteísta, em que Deus cria a partir de um nada, pois o nada é inconcebível, e quando informamos que Deus é absoluto, estamos afirmando que O mesmo contém a vida plena do universo.
Se aceitarmos a possibilidade de Deus criar algo, que não exista na vida do universo estaremos a torna-Lo mutável, entretanto já temos visto em outros textos por mim elaborados, que ao universo nada se adiciona, e tampouco se subtrai que o mesmo é absoluto, é completo, acreditar que Deus se demorasse modificando a vida do cosmo, é destitui-lo de sua condição absoluta de perfeição, tornando-O perfectível, pois o mesmo seria suscetível de alterações em seu contexto absoluto de Vida.
Entendemos de que a vida do universo está em constante mutação, pois o universo é um eterno vir a ser, entretanto esta mutação não acontece por acréscimo, ou subtração dos elementos que constituem a vida do mesmo, mas por expansão através da maturação da substância nos seus infinitos momentos evolutivos de ser.
E é a crença monista que responde com lógica e racionalidade aos conceitos da vida no universo, pois esta nos informa de que é na maturação da substância, que a centelha divina, o corpo energético, o psiquismo, e o elemento matéria-energia, em simbiose divina, inicia no reino do minério, sua caminhada rumo a individualidade.
É na maturação da substância que estes elementos que compõem o “Ser” se manifestam em simbiose, num único e mesmo momento, a caminho da individualidade, pois o elemento matéria - energia, não teria como revestir a centelha divina, sem o corpo energético que é o elemento plasmático que permite à aderência da matéria a centelha divina; então somos levados a deduzir de qualquer um desses elementos, dissociados um do outro, estariam impossibilitados de exercerem as suas funções, sem um destes o “Ser” não se formaria, e não aconteceria a evolução.
E alguns confrades não aceitam a evolução anímica a partir do reino do minério, alegando que a matéria não tem espirito, e por isto mesmo não é inteligente, e concordamos plenamente que a matéria não tem espirito, e isto Allan Kardec o corrobora na questão 78 de o “Livro dos Espíritos”, mas que a matéria não tenha um principio inteligente que a anima, isto não da para concordar, mas não concordar não basta, então vamos primeiro apresentar a questão de o Livro dos Espíritos, extrapola-la, e a seguir afirmaremos a inteligência da matéria.
78 – Os Espíritos tiveram um principio ou existem de toda a eternidade, como Deus?
R. – Se os Espíritos não tivessem tido principio seriam iguais a Deus; mas, pelo contrario são sua criação, submetidos a sua vontade, Deus existe de toda a eternidade, isso é incontestável; mas como e quando Ele criou, não sabemos. Podes dizer que não tivemos principio, se com isso entendes que Deus, sendo eterno, deve ter criado sem cessar: mas quando e como cada um de nós foi feito, eu te repito, ninguém o sabe; isso é um mistério.
E mais uma vez concordamos com Kardec, como não concordar, mas concordamos não por ser ele o codificador do espiritismo, mas pela lógica e racionalidade que o mesmo apresenta na codificação da doutrina espirita, e é com justeza que recebeu o titulo de o bom senso encarnado.
Realmente o espirito é criado por Deus, como retro informado, não a partir do nada, pois o mesmo é eterno, este coexiste no núcleo da substância desde a eternidade e isto Kardec o corrobora - Podes dizer que não tivemos principio, se com isso entendes que Deus, sendo eterno, deve ter criado sem cessar - entretanto não temos como penetrarmos os arcanos da eternidade, mergulhar no amago do Criador e verificar quando a centelha divina tem seu inicio. Eu acredito que na eternidade em Deus a vida vem se processando, mas repetimos com Kardec, ninguém o sabe; isso é um a mistério, pois não temos como definir a que momento da eternidade, o principio inteligente começa a se manifestar, enquanto no núcleo da substância.
Mas se não nos é possivel descobrir a origem do principio inteligente do universo, pois ignoramos por completo a essência da vida a manifestar-se em Deus, antes do momento da maturação da substância no reino do minério, podemos a partir de então apreciar as manifestações inteligentes que no mesmo se manifesta, - pois estas manifestações se repetem - e então podemos apreciar a vida a manifestar-se de Deus, a partir desse momento, e os que admitem a evolução anímica, entendem que é a partir desse instante, que Deus cria o espírito. (Ver o texto Evolução Anímica)
Porém não podemos chamar a esse principio inteligente que atua na matéria de espirito, mas de centelha divina, pois no reino mineral, tanto quanto no reino vegetal, a alma ainda se demora a dormitar, e a sonhar, embora o “Ser” já exista completo, como centelha divina, como corpo energético, como psiquismo, e como elemento matéria- energia, e infinitos atributos de Deus que ainda ignoramos, mas não conquistou ainda a sua individualidade, entretanto ao agitar-se no reino animal, acordará no reino humanoide, como obra prima do Criador.
Embora muitos confrades entendam como espírito, apenas o “Ser” inteligente que atingiu a maturação de humanoide, eu entendo que desde o reino animal já podemos chamar a inteligência neste seu momento evolutivo de espírito, pois o mesmo já conquistou sua individualidade.
(Não vou especificar aqui o conceito de individualidade, pois já o apresentei em o tema Evolução Anímica, e tornar-se-ia redundante).
E para corroborar que o animal já é um espirito, lembramos de que nos anais da metapsiquica, tanto quanto em informações apresentadas por Aksakof, Denis, e outros, temos relatos de animais que se materializaram junto aos seus donos.
Mas estão corretos os confrades que me questionaram afirmando-me que a matéria não tem espirito, pois realmente não o tem, e isto o estou demonstrando neste texto, entretanto em momento algum em meus estudos eu fiz esta afirmativa; mas será mesmo que a matéria não tem um principio animante, inteligente? Será que a matéria é realmente inerte, morta, como o supõem alguns amigos?
Principiemos analisando os elementos que formam a matéria os átomos.
Pois nós já apreendemos através da física de que os átomos, em seu peso atômico do hidrogênio até o uranio, são os elementos básicos que formam a matéria, embora existam alguns outros átomos sintéticos, sabemos ainda que os mesmos se buscam por lei de afinidade, que quando desmontados em partículas através de uma força aplicada, a tendência é se reagruparem.
Acreditamos que essa lei de afinidade que se manifesta nos átomos, não é apenas inteligente, mas é ainda e também determinante e especifica, e acreditamos que além da lei de sintonia, existe outro principio fundamental na formação das células e das moléculas, pois a formação desses corpúsculos, não acontece apenas de átomos semelhantes, por exemplo, a água, se não aceitarmos, nos átomos um principio inteligente, e determinante mesmo, temos que dar as mãos aos ateístas quando nos apresentam os fenômenos que se manifestam-na vida, tanto quanto a própria vida do universo como uma casualidade, pois estaremos aceitando um efeito sem causa.
E mais esses átomos formam as moléculas e as células, e estas por afinidade formam a matéria sólida, os líquidos e os gases, será que não existe um principio inteligente e determinante mesmo, na afinidade entre os átomos, na definição das moléculas e das células?
E como retro informado na formação das células e das moléculas, átomos de peso atômicos diferenciados se agrupam na formação das mesmas; será mesmo que não existe nenhum principio inteligente ordenando a formação desses corpúsculos?
Não existirá nenhum psiquismo revestido de um corpo energético que possibilite ao elemento matéria - energia se agrupe propiciando a configuração celular, ou molecular?
Será mesmo, que as células e moléculas, aconteçam através da atração dos átomos como partículas inertes de Matéria? E não devemos nos esquecer de que inerte para os ateístas significa morta, isto é, sem vida.
Como apreendemos com Kardec, todo efeito tem uma causa, então todo efeito inteligente haverá de ter uma causa inteligente, e por dedução lógica, somos levados a concluir de que em sua constituição o átomo, é formado de um principio psíquico, um corpo energético, e o elemento matéria, e é esse psiquismo do átomo que encerra as propriedades infinitas do mesmo.
A física já nos informou de que o átomo é divisível ao infinito, e corroborou em partes esta realidade, pois nos informam que o peso específico do próton é 1,66x10-24 gramas e 5x10-15 centímetro de diâmetro, e dimensionaram ainda o nêutron, o elétron, o neutrino, como retro informado, mas infelizmente por se demorarem ainda ateístas, não definem aplicação dessa matéria em outra dimensão, longe estão de raciocinar na existência de colônias espirituais, ou mundos constituídos de matéria mais rarefeita.
E antecipando-se a ciência Kardec já no ano de 1857, nos informou a existência de matéria em outra dimensão, em o “Livro dos Espíritos”, questão 22, vejamos.
Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria, para vós, porém, não o seria.
Então vamos apreciar a matéria em outra dimensão, em sua aplicação em colônias, tanto quanto em mundos mais evoluídos, não nos esquecendo, de que em mundos mais elevados, tanto quanto em colônias espirituais, não existem apenas as plantas que embelezam e dão vida a esses mundos, temos também a água, e para um maior esclarecimento, estaremos uma vez mais, a nos amparar nas informações de André Luiz vejamos.
Em o livro “Nosso Lar”, no capitulo O Bosque das Águas, Lísias esclarece André Luiz quanto à importância da água na colônia, informando-o ainda de que a mesma era uma das raras tarefas materiais realizadas pelo Ministério da União Divina. Não vou transcrever este capitulo, pois é longo, entretanto recomendo aos que lerem este texto, e desejarem maiores esclarecimentos que o leiam, pois é infinitamente esclarecedor.
E pelo que pudemos apreciar nas palavras de Lísias a água é tida como matéria na colônia de Nosso Lar, pois o mesmo é muito explicito quando afirma a André, que a manutenção da água é uma das raras tarefas materiais realizadas pelo Ministério da União Divina, confirmando as palavras que os espíritos apresentaram a Kardec na questão 22 de o “Livro dos Espíritos”.
Apreendemos em química de que a composição molecular da água é composta por H2O, ou seja, por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.
Estes são átomos inteiros conforme retro informado, pertencem à escala de peso atômico do hidrogênio ao uranio, átomos estes, que formam toda a matéria solida, liquida, e gasosa que constitui nosso planeta.
Lembramos ainda de que a água da colônia Nosso Lar, não tem a mesma constituição da água da Terra, pois é composta de partículas atômicas que por hora não podemos mensura-las, alias a física nem aceita ainda esta possibilidade.
E esta concepção é corroborada pelo que nos informa André Luiz em o livro “Obreiros da Vida Eterna” no capitulo O Sublime Visitante. A água existente nessa colônia é elaborada por mentes de Avatares divinos; a água tanto quanto tudo o mais que compõe a mesma, existe em matéria em outra dimensão.
Embora a água em “Nosso Lar” mantenha as mesmas propriedades, e conserve a mesma característica, logicamente mais sutil, mais diáfana, entretanto como vimos, não é formada por átomos inteiros, mas por partículas infinitesimais desses átomos, corroborando de que os átomos tem um psiquismo, e que este psiquismo encerra um principio inteligente, pois a configuração material dos átomos de H2O não são as mesmas que formam a água na Terra, pelo menos no que concerne ao dimensionamento, entretanto as propriedades se preservam; não seriam essas, partículas dos átomos inteiros de Hidrogênio e de oxigênio, que em sua evolução, viveram a miniaturização do elemento matéria?
Mas Kardec deixou explícita a evolução anímica, e não a partir do reino animal, mas desde o reino do minério, nos itens 17 e 540 do livro dos espíritos, vejamos:
“Kardec (Livro dos Espíritos, Introdução, item 17): Se observarmos a série dos seres, percebemos que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente”.
E na questão 540 desse mesmo livro a evolução anímica a partir do reino do minério é reafirmada novamente, vejamos:
“(...) é assim que tudo serve que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto! ”.
Parece-me que quando Allan Kardec afirma que os seres formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta, ele define a questão; pois que outra explicação pode-se apresentar a esta questão? E ainda esta; é assim que tudo serve que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou por ser átomo.
E encontramos ainda em A Gênese, no “Capítulo X - “Gênese orgânica”, no tópico “O homem corpóreo”, mais um apontamento em que Kardec corrobora outra vez mais a possibilidade da evolução anímica, a partir do reino do minério, vejamos:
28. — Por pouco que se observe a escala dos seres vivos, do ponto de vista do organismo, é-se forçado a reconhecer que, desde o líquen até a árvore e desde o zoófito até o homem, há uma cadeia que se eleva gradativamente, sem solução de continuidade e cujos anéis todos têm um ponto de contacto com o anel precedente. Acompanhando-se passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior. Visto que são idênticas às dos outros corpos as condições do corpo do homem, química e constitucionalmente; visto que ele nasce, vive e morre da mesma maneira, também nas mesmas condições que os outros se há de ele ter formado. (Kardec 2007e, pagina 233).
Nestas três questões retro apresentadas encontramos de maneira explicita a informação de que existe uma cadeia que se eleva gradativamente sem solução de continuidade, e como todos sabemos o que seja uma cadeia, entretanto este vocábulo aqui aplicado deixa claro tratar-se de sucessão de fenômenos, de acontecimentos ou de elementos relacionados entre si; uma cadeia de eventos.
Então somos levados a raciocinar, se não existir no minério, e nas plantas um psiquismo inteligente, e determinado mesmo, o que é que possibilita aconteça esse elo sequencial do inferior para o superior?
Afirmar que a matéria inerte (morta), sem uma força que a impulsione a seguir um curso sempre evolutivo, é acreditar na manifestação de um efeito sem causa, e esta possibilidade Kardec a rejeita.
Assim sendo temos que convir exista uma causa inteligente e determinada mesmo a impulsionar a matéria nessa cadeia ascensional que percorre, e para não me demorar em preâmbulos, lembro de que os órgãos genitais das plantas apresentam uma similitude com os dos animais, tanto quanto dos homens, com a diferença de que no homem está se apresenta numa desenvoltura maior.
Alguns amigos espiritas negam a evolução anímica a partir do reino do minério, e pretendem encontrar em Kardec alguma informação que corrobore essa sua maneira de pensar, e às vezes nos apresentam estas que estou apresentando, tentando extrapola-las conforme seu entendimento; mas eu pergunto se Kardec tentasse negar a evolução anímica desde o reino do minério, quais seriam os motivos que o levariam a confirma-lo? Pois não existe uma extrapolação que se utilize da lógica e da racionalidade que possa negar a concordância de Allan Kardec com a evolução anímica, desde o reino do minério.
No meu entender Kardec não teria por que provar a existência dessa cadeia ininterrupta, - pois ele a confirma, - no intento de negar que existe este elo, com certeza teria apresentado informações que negassem esta possibilidade, e em momento algum ele o fez, e que bom que ele corroborou esta premissa, pois se tentasse negar essa cadeia de continuidade ininterrupta, lhe haveria faltado o senso lógico e racional.
Mas como a proposta deste texto é confirmar que Kardec está correto de que não é possivel ao espirito, descobrir a origem da Vida, - se a mesma tivesse uma origem - pois para que realizássemos está façanha, teríamos que perscrutar nos arcanos da eternidade que nos antecede, mergulhando no núcleo da substância, plasma divino do Criador, para verificarmos esse inicio, entretanto como verificamos, não podemos apreciar nossa origem, isto é impossível.
Só nos é possivel apreciar a manifestação da vida a partir do reino do minério na maturação da substância, e isto porque os fenômenos que demarcam nossa caminhada em busca da individualidade se reproduzem infinitamente aos nossos olhos, nos permitindo aprecia-los e analisa-los.
Então fiquemos com as palavras do Espirito da Verdade apresentadas a Kardec, na questão 78 “Podes dizer que não tivemos principio, se com isso entendes que Deus, sendo eterno, deve ter criado sem cessar”.
E na questão 21 de o Livro dos Espíritos, temos confirmada essa realidade, quando Kardec questiona o Espirito da Verdade e este lhe responde, vejamos:
21 - A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele num certo momento?
R – Só Deus o sabe. Há, entretanto, uma coisa que vossa razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade, jamais esteve inativo. Qualquer que seja à distância a que possais imaginar o inicio da sua ação, podereis compreendê-lo um segundo na ociosidade?
Como centelhas divinas de Deus que somos, somos levados a deduzir de que sendo eterno o Criador, como já o informamos acima neste texto, ao universo nada se adiciona e nada se subtrai, pois, a vida do universo é absoluta, é plena, completa, se Deus adicionasse, ou subtrai-se algo a vida o Mesmo, perderia seu atributo de imutabilidade, pois Ele é a Vida do universo.
E quanto ao termino da vida este não existe, pois apreendemos no espiritismo de que a evolução vai ao infinito na eternidade, de que não existe um ápice em nossa caminhada, de que vamos evoluir na eternidade.
E assim sendo somos levados a compreender de que jamais seremos perfeitos, seremos eternamente perfectíveis, pois um “Ser” que necessite evoluir não pode ser perfeito, perfeito é apenas Deus, pois se demora no absoluto, isto é, Ele abarca toda a vida do universo, pois é Ele essa vida.
E atentos a este raciocínio, somos levados a concluir com Einstein, que na vida do universo, alfa e ômega, não passam de uma única e mesma coisa, pois se demoram absorvidos pela eternidade, isto é, nunca existiu a origem da Vida, e tampouco haverá um fim da mesma, a menos que pretendamos matar Deus.
José Sola – jul/2016
(revisado ago/2016)
Referências bibliográficas:
KARDEC, A. Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.
KARDEC, A. A Gênese. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 19965.
CHAVIER, F.C. Espírito André Luiz. Nosso Lar. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.
CHAVIER, F.C. Espírito André Luiz. Obreiros da Vida Eterna. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.
SOLA, J.A. Texto: Evolução Anímica. São Paulo, SP: 2.010.