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  • sábado, 27 de fevereiro de 2016

    NÃO EXISTEM SEXOS OPOSTOS, MAS COMPLEMENTARES (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen



    Jackson Katz, mestre em educação pela Universidade Harvard e doutor em estudos culturais pela Universidade da Califórnia, foi um dos criadores, em 1993, do Mentors in Violence Prevention, um programa de prevenção contra o assédio e o abuso sexual nos Estados Unidos. Dedica praticamente todo o seu tempo ao combate à violência contra a mulher e a promover a igualdade entre os gêneros. O método do treinamento Katz é focado nalguns objetivos como conscientizar as pessoas sobre os males de o sexismo mudar o conceito de masculinidade. O fato de homens serem educados para serem dominantes sobre as mulheres, para serem abusivos na hora de conseguir o que querem é inaceitável. Urge mudança dos métodos de educação e socialização dos meninos para que no amanhã a violência contra a mulher desapareça.

    Antecipando-se no tempo, Kardec já protegia a mulher contra os desvarios de sua época. Teve a cautela de deixa-las envoltas em uma capa de semi-anonimato, pois o preconceito contra elas ainda era colossal. Basta notar que 129 operárias americanas foram queimadas vivas dentro de uma fábrica, pelo “crime” de reivindicarem salários iguais aos dos homens. O fato ocorreu a apenas 41 dias do lançamento de O Livro dos Espíritos. E, além de mulheres, as médiuns estudadas por Kardec ainda eram jovens e paranormais (bruxas?). Um “banquete” para a mentalidade vitoriana do século XIX.

    Na França do fim do século XIX a imprensa parisiense se agitava em um debate em torno da legalidade de diplomar ou não uma jovem bacharela de 20 anos que acabara de se graduar academicamente, tão-somente por causa da sua condição feminina. O Codificador explana o fato: “Depois de terem reconhecido que ela tinha alma, lhe reconheceram o direito à conquista dos graus de ciência, o que já é alguma coisa. E afirma que os direitos das mulheres não são concessões dos homens, como atestavam alguns intelectuais, mas resultado da própria Natureza, que não fez nenhum superior ao outro. É com o mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos sexos diferentes: aquele que foi homem poderá renascer mulher e vice-versa, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições e sofrer-lhe as provas necessárias ao progresso”. [1]

    Na questão 817 de O Livro dos Espíritos os Benfeitores atestam que “Deus outorgou a ambos [homem e mulher] a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir, sendo esse o maior sinal da igualdade entre ambos”. [2] Não existem, portanto, diferenças entre o homem e a mulher senão no organismo material (que se extingue com a morte), dando por lei natural a igualdade de direitos, mas com funções diferentes, apropriadas às características intrínsecas de cada sexo.

    Noutro lado do debate, observamos com pesar o movimento feminista onde a mulher moderna, de modo geral, indiferente aos seus deveres de mulher, embrenha-se nas ilusões políticas, na concorrência profissional, nas peçonhas filosóficas que invadiram os seus ideais. Não são muitas as mulheres que se mantêm com humildade nos postos de serviço com Jesus, convictas da transitoriedade das posições humanas. “A ideologia feminista dos tempos modernos, com as diversas bandeiras políticas e sociais, pode ser um veneno para a mulher desavisada dos seus grandes deveres espirituais na face da Terra. Se existe um feminismo legítimo, esse deve ser o da reeducação da mulher para o lar, nunca para uma ação contraproducente fora dele. É que os problemas femininos não poderão ser solucionados pelos códigos do homem, mas somente à luz generosa e divina do Evangelho”[3]

    A “era tecnológica pretende, na essência, construir uma civilização sem as mães, e isso é um erro muito grande, de modo que, criando dificuldades para a mulher e, especialmente, para a maternidade, estamos condenando a nós mesmos a muitas perturbações, porque a mulher sem apoio entra naturalmente em desespero, dando origem a determinadas teorias que não são aquelas do feminismo autêntico, aquele feminismo correto que prepara a mulher para a independência construtiva” [4]

    A mulher deve reduzir o quanto lhe for possível o tempo gasto no trabalho profissional e se esforçar mais na tarefa da educação de seus filhos, preferindo ganhar um pouco menos em valores materiais e potencializar seus tesouros espirituais. Sabemos que atualmente isso não é tarefa fácil, pois a sociedade se curvou ante o consumismo, a concorrência profissional, sequestrando a mulher do lar para enclausurá-la nas funções hodiernas, às vezes subalternas à sua grandeza e quase sempre estranhas à sua natureza.

    No entanto, no desafio que se impõe à mulher, pensamos que é sua principal missão sensibilizar o mundo com uma atuação profissional mais humana, menos burocrática e mais efetiva em favor do semelhante, sem porém nunca esquecer a ternura do lar, invertendo os valores legítimos da alma. A mulher deve conciliar o papel de mãe e esposa, muitas vezes deixado para segundo plano.

    "Homem e mulher são iguais perante Deus e têm os mesmos direitos porque a ambos foi outorgada a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir."[5] Não existem sexos opostos, mas complementares. “O homem e a mulher, no instituto conjugal, são como o cérebro e o coração do organismo doméstico. Ambos são portadores de uma responsabilidade igual no sagrado colégio da família; e, se a alma feminina sempre apresentou um coeficiente mais avançado de espiritualidade na vida, é que desde cedo o espírito masculino intoxicou as fontes da sua liberdade, através de todos os abusos, prejudicando a sua posição moral no decurso das existências numerosas, em múltiplas experiências seculares”.[6]

    Referências bibliográficas:

    [1] Kardec Allan. Revista Espirita / Janeiro 1866/ RJ: Ed FEB, 1972
    [2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Perg. 817 e seguintes, 9a. ed. de bolso. RJ: Ed FEB, 2005. 
    [3] Xavier Francisco Cândido. O Consolador, perg. 67, RJ: Ed. FEB, 2000
    [4] Xavier, Francisco Cândido. A Terra e o Semeador, ditado pelo Espirito Emmanuel, SP: Ed. Ideal, 1975
    [5] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Perg. 817 e seguintes, 9a. ed. de bolso. RJ: Ed FEB, 2005

    [6] Xavier Francisco Cândido. O Consolador, perg. 67, RJ: Ed. FEB, 2000

    sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

    A Terra é uma Síntese do Universo


    José Sola
    A Terra encerra em síntese o protótipo da vida a manifestar-se no universo infinito.

    Dizendo isto não pretendo afirmar de que a mesma apresente em sua manifestação os infinitos atributos que de Deus se manifesta na vida do universo, entretanto os conserva em potenciação como um eterno vir a ser.

    E não me reporto aqui restritamente ao planeta em sua constituição psíquica, energética, e material, mas ao planeta com a gama imensurável de vida que o mesmo desenvolve e sustenta.

    O protótipo da vida é único no universo, quando da maturação da substância, plasma divino do Criador, a mesma inicia sua caminhada em busca da individualidade no reino do minério, percorridos bilenios, ao haver maturado suas potenciações, ingressa no reino vegetal, para após outros tantos bilenios transcorridos ingressar no reino animal.

    Ao haver atingido a condição animal, o principio inteligente já conquistou a individualidade, e após haver transcorrido outros tantos bilenios, o “Ser” adentra no reino humanoide, conquistando a era da razão, e a partir de então seguirá sua caminhada evolutiva, como um ser inteligente e racional na eternidade.

    A Terra é o que podemos chamar de mundo laboratório, pois esta recebe a sustância, matéria prima a manifestar-se de Deus, esta matéria prima contém em seu núcleo a centelha divina de que nos informa Kardec, o elemento energia - matéria, o psiquismo, e o corpo energético (períspirito).

    Para sermos mais explícitos, diremos que a Terra é uma das salas de um imenso laboratório, sala esta que apresenta o produto final de um processo que consumiu bilenios sem conta, trabalhando, maturando o mesmo, para atingir a condição de obra prima do Criador, o espirito eterno, os deuses no universo, imagem e semelhança de Deus.

    Como sabemos esse laboratório não se constitui apenas de uma sala, imaginemos que esse laboratório seja a nossa galáxia, e que muitos outros mundos sejam salas em que a substância que é a matéria prima, se demore, vivendo nestes a maturação necessária que lhe permita na Terra oferecer condições precisas para complementar à obra, vejamos, para complementá-la, mas não concluí-la, pois o espirito aprimora- se e evolui na eternidade.

    Lembramos ainda de que pode haver seres diferentes em outros mundos (outras salas), basta-nos apenas lembrar de que mesmo na Terra, temos uma infinidade de formas que se manifestam através da evolução anímica dede o reino do minério até o reino humanoide.

    O que não podemos é nos esquecer da unicidade da vida no universo, pois Deus é a vida do mesmo, e a inteligência suprema é única, então fica evidente de que todos os elementos constitutivos da vida se complementam, e em especial os elementos que façam parte de um mesmo projeto.

    Jesus o arquiteto divino que construiu a Terra colocando-a em orbita ao redor do Sol, se utilizou do psiquismo que já apresenta-se a maturidade suficiente para atender aos requisitos evolutivos que esta requeria, tanto quanto a energia que forma o corpo energético da Terra, e ainda e também o corpo ciclópico de matéria; e estes elementos todos fizeram sua maturação em mundos e sois que já se desintegraram.

    E porque é que chamamos a Terra de mundo laboratório, porque está matura a substância na condição psíquica, energética, e matéria, como os demais mundos e sois, mas como retro informado, propicia a Vida aconteça manifestando uma gama infinita de vidas que se desenvolvem e evoluem no planeta.

    Em o livro Missionários da Luz, André Luiz nos narra, no capitulo Reencarnação de que o mentor Alexandre examinou os mapas cromossômicos, informando-nos de que Segismundo estaria vivendo problemas do coração.

    Esta é uma atividade de Alexandre na escolha dos genes que respondessem a necessidade do espirito de Segismundo, permitindo-lhe rever um passado de transgressões, e em analogia foi realizado pelo Arquiteto divino da Terra, evidentemente que em condições ainda mais complexas, um estudo que lhe permitisse analisar, a maturidade desse psiquismo. 

    Para estar selecionando o psiquismo que atende-se aos requisitos de vida que se desenvolveria na Terra, Jesus se utilizou de um processo de analise, mapeando as partículas psíquicas que respondessem ao desenvolvimento de infinitas outras vidas psíquicas que se desenvolveriam no planeta.

    Os psiquismos que se manifestam como o principio inteligente de um planeta, ou de um Sol, como tudo na vida do universo está subordinado ao mecanismo da evolução, antes de atenderem a um mundo como o é a Terra, ou infinitos outros mundos símiles a esta, como um “eu” diretor do mesmo, animam outros mundos de menor complexidade.

    Se prestarmos atenção, a Terra esta no universo em analogia ao homem para com a mesma, pois o homem como retro informado é a obra prima do Criador, é a resultante da maturação da substância através da evolução anímica. Nosso planeta é a resultante da evolução dos elementos psíquico, energético, e matéria, nas experienciações e vivenciações infinitas em que se demoraram atendendo a vida na condição de outros mundos.

    E a Terra em seu projeto divino, atende a manifestação e a evolução da vida na eternidade, pois embora saibamos que a mesma vai se desintegrar na sua constituição de matéria, preexistirá na sua constituição psíquica e energética, tanto quanto a de matéria em outra dimensão.

    Sabemos através da física de que o átomo é divisível ao infinito, e se o átomo é suscetível de ser dividido ao infinito, isto nos diz de que existem infinitas partículas da matéria, sendo que a física já dimensionou algumas delas, tais como o elétron, o próton, o neutro, e outras.

    E nosso Mestre Kardec antecipando-se a física a 18 de abril de 1857, na questão 22 de o “Livro dos Espíritos” nos informava da matéria em outra dimensão, vejamos: Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria, para vós, porém, não o seria.

    Mas infelizmente a física ainda não aceita matéria em outra dimensão, e o que é mais interessante, é que está ciência nos informa de que o átomo é suscetível de desmontar-se ao infinito, entretanto não entenderam ainda a finalidade dessas infinitas partículas da matéria.

    Na visão ainda estreita em que nos demoramos, acreditamos que a Terra vai se desintegrar e desaparecer para sempre do cenário da vida, e nós que acreditamos nas muitas moradas na casa do Pai, entendemos que os Avatares divinos estarão construindo outros mundos mais evoluídos para que estes nos sirvam de morada na caminhada evolutiva que nos compete perfazer na eternidade: será?

    Lógico que não. A evolução é ininterrupta, é constante, ela acontece a partir da fonte que é Deus na maturação da substância divina e propicia a evolução de todos os elementos que se manifestam na vida numa simbiose absoluta, evolui a centelha divina, o corpo energético, o psiquismo, e o elemento matéria - energia, e evidentemente outros elementos de que ainda não temos concepção de sua existência; pois em nossa míope visão, não temos a pretensão de havermos descortinado todos os elementos que constituem a vida do ”Ser” na Terra.

    Não podemos nos esquecer de que a vida obedece a um determino lógico e racional em sua manifestação no absoluto, e a evolução não dá saltos, e tampouco lega lacunas vazias, e não acontece a involução em momento algum da eternidade, e Kardec disto nos adverte, quando nos informa que o espirito não regride. E se o espirito não regride nada regride, pois o espirito é o “Eu” diretor do “Ser”, não vemos como poderiam regredir o corpo energético, e a matéria, sendo que o espirito continua sua evolução na eternidade.

    Alguns espiritualistas chamam de involução, o processo de envelhecimento de um corpo de matéria, entretanto essa involução é apenas aparente, pois os elementos psíquico, energético, e matéria que constituíam esse corpo se maturaram, isto é, evoluíram. 

    E nesse processo ininterrupto de evolução, mundos como a Terra, maturam-se na eternidade, o principio psíquico desses mundos, em sua evolução se demorarão revestidos pelo mesmo corpo energético, e pela mesma matéria agora em outra dimensão, não podemos nos esquecer de que tudo evolui, de que a evolução é uma constante da vida.

    E corroborando que tudo evolui, que a matéria também evolui, lembramos ainda uma mensagem escrita por Santo Agostinho, inserida em o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capitulo três, Na casa de meu pai há muitas moradas, com o subtítulo, Progressão dos mundos. 

    Nesta mensagem Santo Agostinho confirma a evolução da matéria vejamos: “Do mesmo passo que os seres viventes progridem moralmente, os planetas por eles habitados avançam materialmente. Quem pudesse seguir um mundo nas suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeram os primeiros átomos constituintes, vê-lo-ia percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas por graus insensíveis a cada geração, e oferecer aos vossos habitantes, um pouso agradável, à medida que avançam por si mesmos no caminho do progresso. Assim marcha paralelamente o progresso do homem e dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, pois nada permanece estacionado na natureza”. 

    Em outras palavras a Terra em seu potencial encerra um eterno vir a ser, atendera a evolução do espirito na eternidade, foi precisamente por esta razão que Jesus nos disse, que os justos herdariam a Terra, pois se assim não o fosse, esta herança seria de curtíssima duração, seria uma herança de apenas mais alguns milênios, utópica mesmo.

    E não só evoluem os mundos, mas também todos os aparatos que atendam a necessidade do espirito em sua evolução, pois o espirito em sua evolução na eternidade necessita de equipamentos apropriados para continuar experienciando, e elaborando mesmo, no desenvolvimento da evolução.

    E esta apreciação nos leva a concluir de que a ciência colabora ativamente para o progresso e a evolução da humanidade, pois devemos à ciência a evolução do homem na Terra, sem o labor desta não haveríamos ainda conquistado o desenvolvimento em que nos demoramos, e esta vai continuar perquirindo na busca das causas que se ocultam aos fenômenos que se manifestam na vida. E vão sequenciar sua tarefa meritória na elaboração de elementos que propiciem a evolução do espirito na eternidade, embora de momento discordem desta possibilidade. 

    Vivemos uma apreciação equivocada, quando entendemos de que as descobertas utilitárias da ciência sirvam apenas para a obtenção do conforto momentâneo no momento evolutivo em que nos demoramos, ou que estas atendam apenas as necessidades sociais, tal como a alimentação, a vestimenta, etc.

    As necessidades físicas em que nos demoramos, são meios propulsores da evolução, pois as descobertas, as construções de equipamentos diversos, - sendo que o computador é um deles, - vão evoluir num sequencial ininterrupto, acompanhando-nos em nossa evolução na eternidade, evidentemente que com um psíquico mais rarefeito, e serão revestidos com matéria em outra dimensão.

    Nós apreendemos em espiritismo que nada morre tudo se modifica e se transforma, entretanto vemos alguns confrades afirmarem que apenas a forma morre o que não é verdade, pois na evolução anímica, apreciamos a forma se modificando, entretanto permanecem arquivadas em nossos inconscientes, atual, e passado. 

    E esta premissa é confirmada pela própria genética, pois quando o espirito está elaborando o corpo já foi confirmado, que o mesmo vive uma auto regressão, reprisando de maneira rápida as formas que viveu no reino animal, e sabemos ainda de que um espirito superior, pode se apresentar através da vidência, com a configuração de uma vida anterior, por uma questão de necessidade, é lógico.

    No universo nada morre, a vida coexiste como um todo no absoluto, e se expande ao infinito na eternidade, e está expansão acontece através do processo maturativo, nenhum elemento constitutivo da vida permanece estacionário, nem mesmo a matéria que denominamos de matéria inerte.

    Nós temos informado de que a matéria em outra dimensão vai formar mundos, habitats, equipamentos os mais diversos e variáveis, e muito mais complexos de que os que nos utilizamos no momento evolutivo na Terra. Mas não devemos nos esquecer de que o nosso próprio corpo energético é revestido dessa matéria, e o revestimento do espirito por matéria em outra dimensão, não acontece apenas em outros mundos, mas também nas colônias espirituais. 

    E vamos nos valer de mais uma revelação de Alexandre descrita por André Luiz, esta está inserida em o livro “Missionários da Luz” no capitulo da Reencarnação, pagina 210 e 211, vejamos:

    “A observação era muito nova para mim e continuei indagando:

    - Mas o organismo períspirítico de Segismundo não é o mesmo que ele trouxe da Crosta, ao desencarnar pela ultima vez? 

    - “Sim – concordou o orientador-, tem a mesma identidade essencial: todavia, com o curso do tempo, em vista de nova alimentação e novos hábitos em meio mui diverso, incorporou determinados elementos de nossos círculos de vida, dos quais é necessário se desfaça a fim de poder penetrar, com êxito a corrente da vida carnal. Para isto, as lutas das ligações fluídicas primordiais com as emoções que lhes são consequentes desgastam - lhe as resistências dessa natureza, salientando-se que, nesta noite, faremos a parte restante, mobilizando, em seu auxilio, nossos recursos magnéticos”.

    Nestas palavras endereçadas a André Luiz, nosso amigo Alexandre o esclarece, informando-o de que o espirito se reveste de elementos pertencentes ao mundo, ou colônia em que este se demore.

    E estes elementos naturalmente não são outra coisa que não a matéria em outra dimensão, se analisarmos como livres pensadores, entenderemos de que as influencias da matéria que carregamos para a espiritualidade, é matéria em outra dimensão, pois após havermos nos despojado do corpo denso de matéria, o espirito carrega ainda partículas materiais, partículas essas que lhe oferecem a densidade que apresentam na espiritualidade.

    Quando os espíritos são recolhidos do umbral, ou da Terra, não se apresentam em Nosso Lar, ou em outra colônia qualquer, como uma abstração, são assistidos em suas feridas, ou em seus distúrbios psíquicos, e este tratamento acontece no corpo energético (períspirito) que se demora revestido das influencias da matéria, ou seja, da matéria em outra dimensão.

    Conforme o espirito vai modificando seu pensamento, seus costumes, sua alimentação, isto é, conforme o espirito vai evoluindo, vai modificando as condições da matéria em outra dimensão, que transportou da vida física para a espiritualidade, sendo envolto ainda pela matéria que paira na colônia, ou no mundo em que habite, são estes os elementos de que nos informa Alexandre. 

    Entretanto não acontecerá a aderência da matéria do ambiente espiritual em que o espirito se demore, enquanto ele não modifique sua vibração, que por resultante modificará a vibração da matéria que carregou consigo, pois não haveria condições sintônicas para que está simbiose acontecesse.

    Como podemos analisar, e nosso amigo André o confirma na pagina 211 vejamos:

    “- Oh! – disse eu – não teremos aqui um fato semelhante á morte física na Crosta?

    Alexandre sorriu e aquiesceu.” 

    De fato o momento da reencarnação é símile ao do desencarne, o espirito passa pelo processo da miniaturização, desvencilhando-se dos elementos aderidos no período de permanência nessa colônia espiritual, pois ao reencarnar o espirito estará elaborando um corpo de matéria virgem, corpo este que ele vai elaborar com a adesão de células e moléculas de átomos inteiros, elaborando a matéria densa que atenderá ao espirito em sua romagem na Terra.

    Apesar de alguns confrades espiritas se demorarem adversos à premissa da evolução da matéria, se fizermos uma retrospecção rápida analisando a Terra da era das cavernas, dos homens Erectus e Sapiens, dos homens de Neandertal, com a Terra no momento hodierno em que nos demoramos, somos levados a corroborar as palavras de Santo Agostinho quando nos informa em o Evangelho Segundo o Espiritismo; evolui o homem, (espirito) os animais, os vegetais, e o mundo que nos serve de morada. 

    Como retro informado a Terra não manifesta em seu momento evolutivo a vida que se manifesta de Deus no infinito do universo, em sua plenitude, e nunca a manifestará, pois a evolução vai ao infinito na eternidade.

    Mas a mesma contém como um eterno vir a ser, os potenciais infinitos que atendem a manifestação de vida no universo, em outras palavras, em seu potencial a mesma é absoluta.


    Em tão busquemos a justeza, apliquemo-nos na conquista de nossa evolução, desenvolvamos o amor, para que possamos usufruir da benção de habitá-la na eternidade, e então veremos cumprirem-se as palavras de nosso Mestre Jesus; os justos herdarão a Terra.

    quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

    Desencarnação de Altivo Ferreira

    Altivo Ferreira

    Desencarnou em Santos, no início da noite do dia 24/2, Altivo Ferreira, que foi militante no Movimento Espírita desde os anos 1930, tendo sido vice-presidente da FEB e redator de Reformador até março de 2012. O sepultamento será no Memorial de Santos às 17 horas desta 5a. feira.
    Temos a maior admiração e respeito por Altivo que foi grande amigo nosso durante décadas. Nossas homenagens e reconhecimento ao seu valoroso espírito. (Antonio Cesar Perri de Carvalho)



    Antonio Cesar Perri de Carvalho
    ex-presidente da FEB.
    ALTIVO FERREIRA  
    Por Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

    Altivo Ferreira desencarnou no dia 24 de fevereiro de 2016, com 90 anos de idade, em Santos (SP), sendo sepultado no dia seguinte na mesma cidade. 

    Altivo atuou no movimento espírita desde sua juventude, no final dos anos 1930, na região de sua terra natal Barretos (SP) e na capital paulista. Frequentou Mocidades Espíritas e participou de ações históricas como a fundação da USE-SP em 1947, participação expressiva nas Concentrações de Mocidades Espíritas do Brasil Central e Estado de São Paulo (COMBESP), movimento iniciado em Barretos em 1948 e encerrado na mesma cidade em 1966. Era conferencista neste e em outros eventos jovens. Atuou na I Concentração de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil (COMJEB), Marília (SP), em abril de 1965. Teve expressiva atuação e foi presidente da União Municipal Espírita de Santos (órgão da USE) e eventos da USE-SP. Como conferencista atendia a convites de vários Estados. Até poucos meses antes de sua desencarnação proferia palestras rotineiras em instituições espíritas de Santos.

    A convite do presidente da FEB Francisco Thiesen, tornou-se colaborador da mesma, como diretor e depois vice-presidente, cargo exercido nas gestões de Juvanir Borges de Souza e Nestor João Masotti. Exerceu a função de redator da revista “Reformador”. Nessa função, durante anos, viajava mensalmente de Santos para o Rio de Janeiro, para coordenar o fechamento da revista “Reformador”. Participou na organização do Congresso Espírita Internacional (1989) e do 1º Congresso Espírita Brasileiro (1999). Foi secretário geral do CFN da FEB (2001-2004) e coordenador das Comissões Regionais do CFN da FEB.

    Participou das reuniões preparatórias para a criação do Conselho Espírita Internacional, inclusive na sua fundação em 1992. Representou a FEB em várias reuniões do CEI e compareceu aos Congressos Espíritas Mundiais até o evento em Cartagena (Colômbia, 2007).

    Foi um dos representantes da FEB no 1º Encontro Mundial de Líderes Religiosos pela Paz (The Millennium World Peace Summit for Peace) promovido pela ONU, em sua sede em Nova York, no final de agosto/início de setembro de 2000.

    Mesmo já privado da visão manteve atuação, com apoio de secretárias e revisoras, como redator de “Reformador” até março de 2012, quando deixou a vice-presidência da FEB.

    Profissionalmente inicialmente era estaticista, como funcionário do IBGE, depois economista, atuando como professor universitário e secretário municipal da Fazenda em Santos; exerceu funções junto à Receita Federal e o Ministério da Fazenda em Brasília, durante as gestões dos presidentes Figueiredo e Sarney.

    Conhecemos Altivo Ferreira durante a I COMJEB, em Marília, em 1965; convidamos e hospedamos juntamente com sua esposa Dagmar em função de eventos em Araçatuba (SP) nos idos dos anos 1970; teve várias atuações durante nossa gestão como presidente da USE-SP. Ele e a esposa participaram o lançamento nacional da Campanha “Viver em Família”, realizado em São Paulo, em janeiro de 1994. O seminário deste evento gerou o livro “Laços de Família”, com capítulo de autoria do casal Altivo e Dagmar, editado pela USE-SP. A amizade com o casal e com nossa esposa registra bons momentos.

    Mesmo privado da visão, sua secretária lia e-mails e períodos para ele, e mantinha continuados contatos conosco, por telefone e e-mails, durante nosso período de presidente interino e presidente da FEB (2012/2015), comentando ações e artigos nossos. No artigo sobre a história da juventude espírita no Brasil que publicamos na RIE, em 2015, registramos que contamos com informações fornecidas por Altivo. Mesmo em janeiro de 2016 mantivemos contato com o companheiro. Somos testemunhas de como Altivo era respeitado e querido pela equipe da revista “Reformador”.

    Altivo Ferreira foi homenageado na cerimônia de instalação do 16º Congresso Espírita Estadual, promovido pela USE-SP, na cidade de Santos em abril de 2015, oportunidade em que proferimos a palestra de abertura.

    Com tristeza recebemos a informação da desencarnação do amigo, feita pelo seu filho dr. Paulo, ainda no início da noite do dia 24. Registramos nossa sincera homenagem ao nobre espírito que deixa marcantes contribuições ao Movimento Espírita!

    (*) – Ex-presidente da FEB e da USE-SP; membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

    sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

    O ABORTO E OS ZUMBIDOS DAS MURIÇOCAS – “DESPERTA BRASIL!” (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen

    A epidemia do vírus zika requer urgente  debate  e muita prudência. É estranhável apontar o algoz Zika, um vírus que foi descoberto  na década 1940,  e que nunca foi notório por causar defeitos de nascimento. Mas, as instituições que estão pesquisando esses surtos estão buscando “provas” de uma relação entre o vírus Zika e a microcefalia, embora sejam necessárias mais investigações para entender essa relação. De qualquer forma, em nome das prováveis causas,  supõe-se também o conjunto de falhas e metodologias grosseiras, realizados pelo Ministério da Saúde, SUS, seus institutos associados e suas autoridades constituídas, que supostamente provocaram e continuam provocando a inquieta crise de microcefalia em todo o Brasil.

    Conjetura-se ter conexão aos mosquitos transgênicos desenvolvidos pela empresa de biotecnologia britânica Oxitec, que é financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. A Oxitec tem lançado os mosquitos Aedes geneticamente modificados no meio selvagem no Brasil desde 2011 para combater a dengue. A empresa produz até dois milhões de mosquitos geneticamente modificados por semana em sua “fábrica” em Campinas, Brasil. [1]

    Noutro debate, acusa-se a vacina dTpa [2] que nunca foi aprovado e seguro para uso durante a gravidez. Na verdade, dTpa é classificado pela FDA - Food and Drug Administration , como droga de Classe C, indicando que não é uma escolha segura durante a gravidez. Para alguns especialistas, as [sinistras]consequências desta vacina testada é o que está sendo “varrida para debaixo do tapete” [3]O que aponta mais uma vez para Bill Gates, o Imperador da eugenia e Vacinas.

    De modo óbvio , o Ministério da Saúde e a Fiocruz afiançam que não há até o momento nenhuma evidência científica nacional ou internacional que relacione o aparecimento da microcefalia à administração da vacina dTpa ou qualquer vacina que faça parte do calendário nacional de imunização O Ministério da Saúde afirma ainda que "as vacinas dupla e tríplice viral são usadas mundialmente, e não haveria condições de isso (más-formações) ocorrer apenas no Brasil.

    Conversa vai , conversa vem , os arautos do aborto começam a mostrar as unhas e fazer seus estragos. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara , de Goiás, já autorizou uma série de abortos legais em casos de anencefalia e outras patologias raras.  Na opinião de Jesseir  se o aborto é permitido por lei em casos de fetos anencéfalos , também se justifica em gestações de microcéfalos, pois ambos casos são “incompatíveis com a vida”.  Diz que para tomar a decisão, são necessários três laudos médicos, mais parecer favorável do Ministério Público. Todavia, contestando o conceito do juiz goiano, o   Conselho Federal de Medicina divulgou uma recente nota, assegurando que no caso de fetos com diagnóstico de microcefalia, em princípio, não há incompatibilidade com a vida. E o Movimento Brasil Sem Aborto assevera que interrupções em gestações de fetos com microcefalia ou outras más-formações são inaceitáveis sob qualquer aspecto.

    A diretora do Centro Latino-Americano de Saúde Materno-Infantil da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) disse que “os casos de zika vão pressionar o debate sobre os direitos reprodutivos. A interrupção da gravidez, em qualquer situação, é uma decisão da mulher. (…) uma jovem que engravidou sem planejamento e tem um filho com deficiência necessitará de cuidados especiais durante toda a vida. A sociedade tem de ajudar essa mulher, e ela precisa de apoio para ter suas decisões respeitadas”.[4] Ora, o argumento capcioso da “liberdade de escolha” da mulher é uma sandice. À maior interessada, que é a criança, não é dada a liberdade de escolher entre sua vida e sua morte. E mais, são inúmeros os exemplos de mulheres que pensam em abortar, mas que desistem quando são ouvidas, ajudadas, acolhidas. Propor o aborto como solução a uma grávida quando se faz o diagnóstico de microcefalia é negar a ela o amparo de que realmente necessita.

    Em países onde o aborto é legalizado, cerca de noventa por cento das gestações de crianças com síndrome de Down são interrompidas (assassinadas no útero). Não há pior forma de exclusão social do que eliminar o deficiente da existência. Neste macabro cenário do Deus nos acuda! Os abortistas profissionais identificam no pernilongo seu melhor aliado. Os políticos e meios de comunicação partidários do abortamento se unem em uníssono à campanha pró aborto. O diretor da OMS das Américas é mais explícito em uma mensagem com forte conteúdo eugênico quando afirma: “Não podemos tolerar que continuem nascendo crianças com más-formações”.

    Há sóbrias razões científicas para ir de encontro ao aborto, sobretudo do microcéfalo. Com a biogenética vislumbramos a diversidade como o nosso maior patrimônio coletivo. E o embrião anormal, ainda que portador de microcefalia, compõe parte dessa diversidade. Deve ser, portanto, preservado e respeitado por elevadas razões. Os argumentos tal qual justificam a morte do microcéfalo serão os mesmo que corroboram a subtração da vida de qualquer outra pessoa - ou será que existem pessoas com mais vida e outras com menos vida? O  microcéfalo é um ser vivo intra-útero. Ele nasce com vida e pode como qualquer recém-nascido ir a óbito com minutos, dias, meses ou após muitos e muitos anos. Se ele nasce vivo, o aborto é criminoso, pois lhe ceifa a oportunidade e a experiência da reencarnação.

    Ademais, o bebê com microcefalia possui preservada a parcela mais entranhada do cérebro, matriz, portanto do controle autômato de funções viscerais, a saber: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si próprio, ao nascer. Como ainda são misteriosos os enigmas da relação cérebro-mente, não podemos consentir que nossa falta de inteligência seja o guia de deliberações erradas como a do abortamento provocado desse feto. Tal ser não pode perder a dignidade nem o direito de nascer.
    Até porque , os espíritos desses bebês especiais são espíritos que já viveram diversas outras existências, com deslizes e acertos. São espíritos que precisam passar pela experiência da microcefalia,  como um processo de ressarcimento e cura para suas pendências morais do passado danificado . Portanto, que nenhuma das mães aborte esses bebês. Ante os códigos das leis do Criador se houver um caso na família de microcefalia é porque o grupo necessita desta experiência, para dilatar os dons do amor. Assim, a família tem que se doar, pois nada ocorre por acaso , tudo tem matriz na Lei de Causalidade.  

    É a Justiça Divina atuando, ainda que não compreendamos as necessárias aplicações das sanções do Criador.

    Referências bibliográficas:
    [2]            O DTpa combina o tétano, difteria e coqueluche (tosse convulsa) vacinas em uma única vacina

    [4]            Disponível em http://www.institutoliberal.org.br/blog/microcefalia-dos-abortistas-e-sua-proposta-de-eugenia/ acesso 12/02/2016

    segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

    Apocalipse e/ou Data-limite: Seria 2019 ou 2057?! Ou seria mais um modismo sem respaldo doutrinário?!


    Leonardo Marmo Moreira

    Temos observado no Movimento Espírita, um exagero nas discussões sobre supostas "datas-limites" para uma transição espiritual mais drástica na Terra. Tais previsões seriam, em sua maioria, baseadas em alguns comentários de Chico Xavier e em algumas contas triviais com pressupostas fundamentações em textos do Velho Testamento. Tais “profecias” têm sido narradas sem uma contextualização mais bem consolidada do ponto de vista espiritista. De fato, tanto do ponto de vista do relato da opinião xavierina propriamente considerada, como do ponto de vista do estudo doutrinário, uma postulação de certo modo “dogmática” (sem uma explicação mais racional, condizente com a lógica do pensamento espírita) tem sido apresentada, gerando muita "preocupação", principalmente por parte dos novos adeptos do Espiritismo.

    Kardec sempre foi muito comedido em relação às chamadas profecias e fez uma análise cuidadosa do assunto em "A Gênese, Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo".

    Faz-se necessário um cuidado kardequiano para analisar tais relatos elaborados sem maiores explicações porque, infelizmente, Chico Xavier não está conosco fisicamente para esclarecer pessoalmente os comentários em questão. E, da forma como eles têm sido narrados, não parecem estar sendo muito produtivos para o crescimento doutrinário do Movimento Espírita. Chegam a lembrar a preocupação dos mais antigos que diziam: "Mil passará; dois mil não chegará!". Ou até daqueles autores espirituais que diziam que teríamos uma catástrofe em 1999. Ou mesmo dos que previram um "caos eletrônico" de proporções apocalípticas com o famigerado "Bug do Milênio".

    Se não der certo a previsão, muitos irão citar Chico Xavier (sem um estudo mais consistente acompanhando a citação, ou seja, fazendo da citação uma espécie de declaração dogmática, o que, certamente, Chico não aprovaria!), afirmando que "as profecias são feitas para não serem cumpridas" ou que felizmente nós evitamos males maiores pelo nosso procedimento adequado. Por outro lado, se acontecer alguma coisa mais próxima, dirão: "Viram?! Não te dissemos?!". Igualmente, sem explicações lógicas, inerentes aos estudos da Doutrina Espírita, a Doutrina da Fé Raciocinada.

    Ademais, não adianta nada o mundo supostamente, por decreto, ser promovido a um estado de regeneração ou coisa do tipo em uma data X, sendo que a gente continua enfrentando nossas dificuldades, melhorando muito lentamente pessoal ou coletivamente.

    Assim como "o sábado foi criado para o homem e não o homem para o sábado", a classificação em questão deve corresponder a uma identificação de crescimento/transição da nossa qualidade espiritual para melhor. Não deveria, portanto, constituir uma promoção drástica, imediata e artificial de nossas capacidades espirituais.

    As datas são referências históricas com valores relativos. Tal expectativa seria semelhante a achar que a Tomada da Bastilha alterou abruptamente o mundo só porque é utilizada como "data símbolo" da transição entre as idades moderna e contemporânea.

    Allan Kardec explicou com muita clareza essa questão, comentando que até os previsores mais considerados, tais como Nostradamus, têm informações questionáveis ou que podem ser interpretadas de formas diferentes. Sem desvalorizar as previsões do futuro, o Codificador recomendou-nos muito cuidado para que não as hipervalorizássemos, consciente de que, como o livre-arbítrio é base da Lei de Deus, muitos fatores podem alterar um planejamento espiritual, sobretudo quando tal medida esteja relacionada a uma coletividade muito grande, como é o caso em tela (pois se trata de uma previsão para toda a população espiritual do planeta!). 

    Muitos interpretam tais fenômenos semelhantes aos analistas chamados popularmente de "engenheiros de obra pronta". Depois que o tempo passa, procuram eventos e protagonistas históricos para casarem, a posteriori, com as previsões. Será que esse tipo de informação tem um valor doutrinário indiscutível que justifique tamanha ênfase?! Acho que não. Até porque se Deus desejar mudar o mundo, Ele não precisará fazer nada de especial (afinal, "Não há milagres!"). É só deixar os processos de desencarnação irem ocorrendo naturalmente e fazer uma seleção espiritual mais rigorosa dos Espíritos que serão os novos bebês. Em pouco tempo, sem alarde e "situações apocalípticas", o mundo seria transformado lenta e paulatinamente pela sucessão das atuais gerações por outras de Espíritos mais evoluídos. As tão badaladas discussões de data-limite, bastante em voga atualmente no Movimento Espírita, tem um valor bem relativo. Realmente, percebe-se uma hipervalorização do assunto em nossos arraiais, distraindo os confrades de problemas doutrinários mais sérios, os quais o Movimento Espírita está enfrentando em diversos contextos.


    Priorizemos o que é prioritário: ser submisso às Leis Divinas e o mais atuante possível na obra da Criação, fazendo o melhor possível no dia de hoje, pois o amanhã dependerá do que cada um de nós fizer no dia que corre. Ademais, devemos confiar, cada vez mais, que Jesus governa o planeta Terra com inefável amor e sabedoria e como só nos acontece o que é de melhor para nós, de acordo com as nossas necessidades e merecimentos, sendo vigilantes, estaremos sempre amparados pela Misericórdia Divina.

    domingo, 7 de fevereiro de 2016

    O ESPIRITISMO ANTE O MERECIMENTO E AS DESIGUALDADES Jorge Hessen


    Jorge Hessen

    A economia do mundo atual está periclitante e não consegue se recuperar da debacle econômica de 2008, aliás, a maior das últimas 8 décadas. Tudo teve início nas quebras de grandes bancos nos EUA, deixando um rombo estimado em quase US$ 3 trilhões. A crise de então se expandiu pelo planeta, provocando amplos cenários de desemprego e recessão. A rigor, as principais economias do mundo ainda não se recuperaram. Apesar de toda essa tempestade econômica, paradoxalmente o número de bilionários duplicou. 

    Os fatos demonstram que as crises econômicas têm o poder de concentrar renda e deixar os ricos mais ricos. Como resolver isso? Seguramente não será com as ideologias extremistas do igualitarismo. Quanto maior a desigualdade econômica num país, mais forte tende a ser a divisão ideológica entre os chamados grupos do “igualitarismo” e do “liberalismo”. E a história sugere que a superconcentração de recursos redunda em algum tipo de desordem. Por isso, a desigualdade das riquezas é um dos problemas que preocupa muita gente. Mas, debalde se procurará resolver tal desigualdade levando em conta apenas a unicidade das existências. 

    Afinal, por que não são igualmente ricos todos os homens? Indagou Kardec aos Benfeitores que responderam: “Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar”. [1] E mais, é fato matematicamente demonstrado que “a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente. Por outra, se efetuada essa partilha, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões. Supondo ainda que seja possível e durável essa divisão, cada um teria somente com o que viver e o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade”. [2]

    Ora, “se Deus concentra a riqueza em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades. Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos”. [3] Eis aí uma prova da Sabedoria e da Bondade Divina. Dando o livre-arbítrio ao homem, quer Deus que o mesmo chegue, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e opte pelo bem, de livre vontade e por seus esforços. Obviamente a harmonia da sociedade não virá por decretos, nem de parlamentos que caracterizam sua ação por uma força excessivamente passageira. 

    Os conceitos do Espiritismo defendem a meritocracia do ideário liberal, a liberdade individual e quem pugna por esses valores não deve ser tido como um reacionário. O princípio da improfícua ideologia igualitária sempre fascinou a mente revoltosa, porque parece ser mais “justa”, e atender melhor à parte mais desprotegida da humanidade. Irrisão! Essa ideologia carrega consigo uma mancha execrável. Não é capaz de respeitar o que é inerente ao ser humano, que é o livre arbítrio individual. Como não conseguirá jamais se estabelecer com a concordância dos cidadãos, precisa se impor à força para que os “mais iguais” (grupos artificiais) minoritários liderem e dirijam a “liberdade” do resto da população reprimida.

    Reafirmamos que os adeptos do materialismo sonham com a igualdade irrestrita das criaturas, sem compreender que, recebendo os mesmos direitos de trabalho e de aquisição perante Deus [aceitem ou não!], os homens, por suas próprias ações, são profundamente desiguais entre si, em inteligência, virtude, compreensão e moralidade. E consta nos anais da História que o “trabalho” , o “batente”, o “rala rala”, o “labor diário” para o ganha pão não é a credencial moral dos reivindicadores do princípio igualitário. 

    Sob o ponto de vista reencarnacionista, o Espiritismo ilustra os contra-sensos das teorias radicais do igualitarismo e coopera na restauração do adequado caminho da evolução social. Emoldurando a ideologia igualitária nos apelos cristãos, não se deslumbra com as reformas exteriores, para rematar que a excepcional renovação considerável é a do homem interior, célula viva do organismo social de todos os tempos, justando pela intensificação dos movimentos educativos da criatura, à luz eterna do Evangelho do Cristo.

    De acordo com a História sempre existiram, existem e deploravelmente existirão grupos de materialistas, ateus e rebeldes extremistas em número significativo, que são estrepitosos, violentos e constituem ameaça à liberdade do cidadão. E quem se opõe à sua cartilha agressiva não pode ser considerada uma “maioria” alienada e muito menos cidadãos que se sentem ameaçados nas suas conquistas, construídas com trabalho e dignidade. Ora, qualquer ideologia de princípios igualitários não pode perder de vista a sábia máxima do Cristo “a cada um segundo seus merecimentos”. 

    Cabe ressaltar ainda que os princípios contidos em o Livro dos Espíritos relativos às leis morais, e mesmo no Evangelho de Jesus, dão sustentação à fraternidade sem quaisquer pechas de ideologias igualitárias. Será perda de tempo valer-se da retórica vazia de que o livro “Nosso Lar” descreve uma comunidade com as falácias socialistas igualitárias, não é verdade! Pois lá se reafirma a lógica da meritocracia em que o indivíduo é abonado pelas virtudes e talentos morais conquistados. Aliás, um exemplo para qualquer sociedade de hoje ou amanhã.

    Referência bibliográfica:

    [1] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, RJ: Ed. FEB
    [2] Idem
    [3] Idem

    A NOVA GERAÇÃO. INTELIGENTES E MAIS FELIZES.


    Luiz Carlos Formiga
    Ainda na universidade, diante de alunos, fiz perguntas sobre a vida.
    Quem decidiu sobre nossa existência, sobre o seu valor?
    Qual o sentido do Universo e da existência humana?
    Que é o homem?
    O fato de ser portador de um diploma, de conhecimentos, leva o homem a reconhecer o caminho do seu dever?
    Num universo submetido à entropia, arrastado para uma desordem crescente, por que e como aparece a ordem?
    O maior problema da filosofia que a ciência positiva não resolve é o da conduta ou do valor da ação humana.
    A atitude do homem perante o homem e o mundo, e a projeção dessa atitude como atividade social e histórica é tema da filosofia (1).
    Para que o adulto viva na plena consciência da existência será necessário, no período infantil, atender sua necessidade maior, encontrar um sentido para a vida.
    Sem isso, quando adulto, pode passar pela neurose dominical, a depressão dos que se dão conta da falta de conteúdo de suas vidas, quando passa o corre-corre da semana e o vazio interior se torna manifesto. Alguns bebem todas.
    Há muitos casos de suicídio onde a causa se pode atribuir ao vazio existencial.
    Fenômenos tão difundidos como depressão, agressão e drogas não podem ser entendidos se não reconhecermos o vazio existencial subjacente a eles.
    Estudiosos  da área médica dizem que 90% dos alcoólicos haviam sofrido de uma falta abismal de sentido da vida e 100% dos dependentes de drogas acreditavam que as coisas pareciam sem sentido.
    Artigos em revistas médicas apontam para a religiosidade e a espiritualidade como fatores protetores ao consumo de drogas. Eles dizem que as pessoas que dão relevante importância à sua crença ou praticam as propostas da religião professada, apresentam menores índices de consumo de drogas lícitas e ilícitas.
    Com a inteligência espiritual é que podemos formular e reformular pensamentos, revogar regras e modificar valores. Com ela é que se descobre um poder superior capaz de devolver a sanidade e a felicidade relativa (2).
    Nessa hora, o educador possui importante papel. No entanto, o principal é daquele que ampara a criança nos primeiros passos.
      “Aqueles que procuram educar a criança à luz dos ensinamentos espíritas buscam não perder tempo, aproveitando essa fase de aceitação de novas informações, a fim de sensibilizá-lo em relação às verdades e à noção de valores trazida pelo Evangelho, para que, mais tarde, quando as tendências de sua bagagem aflorarem, o espaço já esteja ocupado, pelo menos parcialmente, pelas ideias renovadoras.” (3)
    Na sensibilização, as expressões artísticas ganham papel de destaque. Colaboradora de primeira ordem, a arte trabalha para dar sentido à vida e facilitar a compreensão do mundo social, cultural e espiritual, do ser de natureza biológica e psicológica. Despertando a sensibilidade e aprofundando o senso de contemplação, tem como meta a materialização do belo, para produzir o bem. Desta forma aprimora sentimentos e direciona impulsos, para zonas superiores da vida. Vida eterna. A noção de imortalidade que o Espiritismo faculta ao homem abre-lhe a possibilidade de desenvolver um estado de consciência que se poderia chamar, com Passini,  de cidadania espiritual.”(3)
    A arte melódica, harmônica, rítmica da música é capaz de calar fundo na alma impulsionando-a para o alto de modo que aproxime de campos vibracionais nobres e elevados. O mesmo podemos dizer em relação ao teatro, à literatura...
    Estas manifestações artísticas, que mobilizam as energias do bem, são capazes de conduzir ao autoconhecimento fazendo desabrochar a estética e a escala de valores ético-morais.
    “Educadores modernos valorizam a educação desde o nascimento. A educação, à luz do Espiritismo, reconhece isso e vai um passo além, lembrando à mãe que ela deve dialogar com o nascituro desde que se percebeu grávida.” (3)
    Kardec era educador e com ele a educação se torna “incentivo para que cada ser imortal revele, diante dos homens, a luz que traz em si por herança divina”(3)
    O papel da arte ganha destaque porque a arte no bem , com amor, conduz à libertação, quando o espírito em educação passa a ser autor e personagem de sua própria história e herdeiro de si mesmo. A voo da liberdade é aquele onde a pessoa age em si própria, trabalha a reforma íntima, onde o intelecto é apenas uma parte do ser multifacetado. A arte propicia essa integração do espírito imortal consigo, com a Inteligência Suprema com o universo. Na arte da vida essa integração está repleta de significados.
    Para o magistério superior na universidade da paternidade não se exige o doutorado, mas é necessário ter, para oferecer, “sete pães”.
    “Quantos pães tendes?
    E disseram-lhe: - Sete.” (Marcos, 8:5).
    Emmanuel, no livro Fonte Viva, lição 133, comenta que “Jesus decerto procurava uma base, a fim de materializar o socorro preciso. A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde para iluminar o aposento. Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto.”(4)
    A arte melódica, harmônica, rítmica da música, poesia de Tom, de Vinicius, é capaz de calar fundo na alma. O leitor vai pensar em Abgail, quando ouvir:  “Existiria a verdade. Verdade que ninguém vê”.
    O título é uma síntese. “Se todos fossem, no mundo, iguais a você.” (5)
    Na literatura espírita lemos que Abgail era noiva de Paulo (6).
    Em assuntos complexos, somente são capazes de clareza e concisão os espíritos que já atingiram níveis altos da inteligência espiritual.
    Paulo pergunta. O que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
    Abgail -  Ama.
     Penoso testemunhar dedicação, sem o real entendimento dos outros.
     Como fazer para que a alma alcance tão elevada expressão de esforço com Jesus?
     – Trabalha.
    Que providências tomar contra o desânimo destruidor?
     – Espera.
    Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?
    – Perdoa.

    A Educadora, consciência desperta, faz poesia. Alerta precioso. Indriso e reflexão (7).

    José Passini  [em 2009]...
    Ao comentar uma reflexão do NEU*...
    Cita a resposta da questão 383[LE]...

    Fundamentado sugere uma mobilização...
    Em prol da criança, a Evangelização...
    Uma Campanha, por que não!

    "Educar" [os Valores do Evangelho] no bem e para o bem...

    “Educação Preventiva”, a bandeira da redenção!

    Leitura adicional