O objetivo
deste trabalho é apenas chamar a atenção dos dirigentes de centros, livrarias e
clubes do livro espírita quanto à responsabilidade que assumem ao divulgarem
informações tão distorcidas, redigidas em linguagem incompatível com a nobreza,
a dignidade e a seriedade da Doutrina Espírita.
A
Escada de Jacó
“Acordando mal-humorado, respondi ao
cumprimento de Manoel Roberto com um simples muxoxo e fui direto para o meu
gabinete.” (30)
Seria possível um diretor de hospital do Mundo Espiritual,
acordar mal-humorado?
“— Para aparecer alguém e colocar tudo a perder, não
é, Modesta? Eu não sei o que o Odilon tem a dizer, mas, no que me compete, eu o
mandaria às favas... O Espiritismo não tem dono e a mediunidade também não! Se,
na condição de espírita, eu tivesse que prestar obediência a alguém, eu não
seria espírita! Vocês me conhecem, e neste ponto, sou radical.” (94)
Bravatas e grosserias
comuns nas manifestações desse Espírito.
“— Doutor,
não me deixe morrer! O que houve com os meus braços, que não consigo senti-los?
Onde estão o meu pai e a minha mãe, a minha avó e os meus primos? Está doendo
muito, Doutor!...” (186)
Conversando com um
menino árabe, atingido por explosão que lhe arrancara os dois braços. Não
explicou se estava materializado, ou se o menino era médium vidente, e como
falara árabe.
“A uns duzentos metros do local, um camelo atingido
por tiros de metralhadora agonizava e observei que, de sua boca e narinas,
escorria uma substância esbranquiçada.
— O “plasma” daquele pobre animal nos servirá. Teça
com ele uma espécie de manta... Não temos tempo a perder!” (186)
Afirma ter estancado
a hemorragia com ectoplasma de um camelo agonizante. Por que, então, os
Espíritos não buscam, para socorro a encarnados, essa substância abundante em
matadouros?
“Não tivemos que esperar muito. Curtindo tremenda
ressaca, o casal se despiu dos trajes mais íntimos e, com certeza, o resto os nossos
irmãos nos dispensarão de relatar. Digo-lhes somente que fiquei sem entender
quando, após terem atingido o orgasmo, Flávio foi praticamente sugado
dos meus braços e, como se o perispírito ainda mais se lhe restringisse,
atravessando a barreira das dimensões diferentes, encolheu-se feito um filhote
de pássaro no ninho.” (282)
Descrição grosseira
da invasão na intimidade de um casal, contrariando o que André Luiz relata em
“Missionários da Luz”, cap. 12, quando fala do respeito que os Espíritos têm
pela intimidade do casal, e que a ligação do reencarnante à forma física se dá
horas depois do ato sexual. No livro “O Pensamento Vivo do Dr. Inácio”, ele
próprio se desmente, citando Chico Xavier: “O processo é mais lento,
tratando-se de reencarnação compulsória, nessa categoria de espírito. Leva mais
de ano para completar o restringimento” (121)
A Vida Viaja na Luz
– No outro dia, bem
cedo, na companhia de Modesta e Manoel Roberto, fui ver, nas imediações do
Hospital, uma chácara que conseguíramos em regime de comodato, para a
realização de velho sonho. (25)
Aluguel de terreno no Mundo Espiritual?
– O Hospital dos
médiuns será a instituição mantenedora da Sociedade Protetora dos Animais
“Francisco de Assis”!
– Uma Sociedade
Protetora dos Animais no Além! (27)
– O Hospital dos
Médiuns, do ponto de vista jurídico, responderá pela Sociedade “Francisco de
Assis”. (30)
Tentativa de desmerecer as revelações de André Luiz, levando as
semelhanças da vida no Mundo Espiritual com a da Terra a níveis inaceitáveis.
– Ultimamente, muitos
espíritas recém-desencarnados marcam consulta comigo. Não que estejam
propriamente doentes, mas desejam ajustar certas ideias em conflito com a
realidade da Vida, ante a qual se deparam na existência de Além-Túmulo. (184)
Não só ele, mas também outros Espíritos buscam demonstrar que
pouco valeram, para os espíritas, as luzes do Espiritismo, pois chegam
necessitando de “marcar consulta” com um psiquiatra. Onde, na obra de André
Luiz, vimos esse funcionamento tão terreno de um consultório médico?
– Você é espírita?
– Sim, há mais de 40
anos...
– Desencarnou, e daí?
– Não aconteceu
absolutamente nada. Estou na mesma
– Não volitou?
– Mal me arrastei e
estou me arrastando...
– Come e dorme?
– E bebo água!
– Faz sexo?
– Faço!
– Com o que?
– Doutor, o senhor é
louco!
– Responda.
– Com as coisas, ué!
– Você é espírito
vampiro?
– Não, eu sou normal.
– Então, você faz sexo
é com desencarnado?
– É! Pensou o quê? Eu
não sou íncubo...
– Tem orgasmo?...
Bem, desculpem-me, mas
o restante da entrevista é proibido para menores e não quero poluir a cabeça
desse nosso pessoal beato, que considera pecado ter orgasmo num só lado da
Vida, quanto mais nos Dois! (190/191)
P.S: No que se refere à
coragem do testemunho e verdadeiro amor à Causa, não posso deixar de reconhecer
que, por seus ovários, muitas mulheres possuem mais “bolas” do que muitos homens!
(271)
Julgo desnecessário qualquer comentário do texto acima, pois
parece retirado de uma revista humorística de baixo nível.
Chico Xavier Responde
—
Mas você não era Allan Kardec reencarnado?
—
E quem vocês pensam que era Allan Kardec? (9)
Além de colocar lenha nessa fogueira infeliz alimentada por
espíritas novidadeiros, procura, ao mesmo tempo, rebaixar o conceito que temos
do Codificador.
—
O que teria a dizer aos que afirmam que André Luiz fez literatura de ficção?
—
Que a ficção sempre se antecipa à realidade.
(28)
Tentativa de diminuir o valor da obra de André Luiz.
—
E quem foi Hippolyte-Léon Denizard Rivail?
—
Alguém que, não fossem os Espíritos, teria vivido no mais completo anonimato;
um homem comum, como tantos outros que vivem esquecidos dos homens...
(45)
Nova tentativa de reduzir a figura do renomado educador francês
de quem a Espiritualidade Superior se valeu para trazer-nos o Espiritismo. Para
se inteirar-se de quem foi o Professor Hippolyte-Léon Denizard Rivail só
consultar as obras de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen e de Dora Incontri.
—
Faltava um pouco de Chico a Kardec ou de Kardec a Chico?
—
Creio que de Chico a Kardec.
(47/48)
Mais uma tentativa de diminuir a figura do Codificador, dizendo,
talvez, que lhe faltasse a humildade e a doçura de Chico.
—
Como médium, Chico, na recepção das mensagens ditas particulares, você
necessitava de um contato prévio com os familiares encarnados do espírito comunicante?
—Ainda
que fosse mínimo.
—
Com qual objetivo?
—
De estabelecer sintonia, facilitando o mecanismo que se coloca em funcionamento
no diálogo que se estabelece entre encarnados e desencarnados. (70/71)
Aqui, esse Espírito fascinador entra no terreno da mentira, da
calúnia. Qualquer pessoa que tenha conhecido o Chico tem consciência da
falsidade dessa afirmação. O médium desse Espírito fascinador é que usa dessa
prática, conforme declarou na imprensa.
— Você é contra ou a
favor do abortamento, em casos em que o feto esteja se desenvolvendo sem cérebro?
— Creio que o assunto seja pertinente ao livre
arbítrio dos genitores, especialmente ao da mãe, mas, qual o significado se
levar a termo uma gestação que, com os modernos recursos da Medicina, já se
sabe de antemão comprometida do ponto de vista genético? Não seria penalizar,
desnecessariamente, os familiares?
— Em caso de estupro, é lícito o abortamento?
— Em casos de estupro, a única vontade que deve prevalecer e ser
respeitada é a da mulher que foi vítima de semelhante agressão.
(140)
Um posicionamento contrário à Doutrina Espírita, em dois livros.
Estudando
Nosso Lar
...
vasculhando papéis sobre a mesa, me deparei com a carta que uma irmã me
endereçara da Terra.
–
Dr. Inácio, – escrevera ela –, fico encantado (sic) com o seu amor aos animais...
(95)
Esse Espírito fascinador subestima tanto a capacidade de análise
do leitor, que não explica como uma carta de um encarnado chega ao Mundo
Espiritual e é colocada sobre sua mesa. E ele a responde!...
– Cavalos e cães que, além de
comer, fazem sexo...
– Eu sabia que o senhor chegaria
aí! – comentou Domingas. (254)
Novamente, defende a tese da reencarnação no Mundo Espiritual
(Reencarnação sem carne!)
– Isso é uma aula de botânica!
Brincou Domingas.
– Muitos dirão que é pornografia...
Uma banana para eles, de preferência verde! (256)
– Pronto! Agora está me puxando o
saco... E o pior, não, o melhor é que espírito também tem isso... (264)
Livros como este não necessitam de exame doutrinário. É só o
leitor lembrar-se de que um Espírito que tenha um mínimo de refinamento jamais
usaria expressões como essas. Será que quem se expressa dessa forma conviveria
no Mundo Espiritual com Eurípedes, Bezerra, Emmanuel, André Luiz, conforme
declara em seus livros?
Fala,
Dr. Inácio!
– Só para
determinado jornal, eu respondi a três entrevistas que não foram publicadas...
– Eu sei, mas também quem manda
você não contemporizar? Faça política... È o que esse pessoal quer: ser bajulado!
Diga que eles foram personalidades ilustres em vidas anteriores, ligadas a
Allan Kardec, etc. Você não mente... Como é que quer fazer parte da “panela”,
se não entra nela? Corrompa-se, e você terá espaço. (71)
Seriam conselhos como esse
dados por um Espírito equilibrado? Onde, na legítima literatura espírita viu-se
algo semelhante?
– E quando se
trata de gravidez ocasionada por estupro?
– Quando se
trata de estupro, creio que se deve dar à mulher o direito de decidir, e
respeitá-lo, seja qual for. (128)
– Mesmo que ela decida pelo aborto?
– A sociedade não pode obrigá-la
a arcar com as consequências de tal violência. Ponhamo-nos no lugar da mulher
aviltada em sua dignidade... A pretexto de ética religiosa ou o que o valha,
não podemos traçar regras de comportamento para os outros. (128)
Não se trata de uma “ética
religiosa” discutível. Trata-se do que nos ensinam os Espíritos Superiores,
conforme “O Livro dos Espíritos” (item
358)
– A mulher deve ter o direito de abortar o anencéfalo?
– Creio que Deus, através dos
progressos da Ciência, está nos dotando de meios a fim de que tenhamos certas
provas suavizadas. Sabemos que a dor é benéfica para o espírito, no entanto,
recorremos ao analgésico. (131)
Sim, é lícito o uso do
analgésico, mas para aliviar uma pretensa dor moral, seria lícito o assassinato
de um nascituro?
– Então, a gravidez do anencéfalo deve ser interrompida?
– Se os pais, e principalmente a
mãe tomarem tal decisão, após a confirmação do diagnóstico, cabe-nos, repito,
acatá-la sem recriminações. (131)
Então a Codificação está
errada?
Fundação
Emmanuel
Confesso-lhes
que eu não conseguia tirar os olhos do ventre daquela menina que me passou a
inspirar enorme simpatia. (98)
— Para quando será a criança, minha
filha? – questionei.
—
Dentro de uma semana, completarei os cinco meses...
—
Faltam três, para oito...
—
Não, doutor, o nosso tempo de gestação é menor – se passar da data, não será
muito. (100)
Além do absurdo de uma gestação no
Mundo Espiritual, há até erro no número de meses da gestação na Terra: são nove
e não oito.
— É verdade também o que o Resenha está
dizendo?...
—
A menos que os jornais daqui também se equivoquem como os da Crosta costumam se
equivocar – respondi.
—
“Aos espíritas que me criticam...” – leu o rapaz, em voz alta.
—
“...ofereço, solenemente, uma banana!...” – não me esquivei de concluir, na
alusão grotesca ao gesto feito com a mão esquerda apoiar-se no braço direito,
tendo o antebraço voltado para cima com a mão fechada. (135)
Esse Resenha é um
jornal que circularia no Mundo Espiritual, relatando fofocas da Terra.. Ao contrário
do que se lê na obra Nosso Lar, cap. 23.
As manifestações de grosseria do “Dr. Inácio” continuam...
—
Desembuche, Manoel, antes que eu continue dizendo e escrevendo o que não
devo...
— Dr. Inácio – esclareceu –,
quatro padres estão à sua espera...
—
Quatro?!... Um só já seria muito! Que
desejam? Me converter?
— Estão pedindo permissão para
uma visita ao Hospital, alegando que receberam graves denúncias. (186)
Agora inventou padres fazendo inspeção num hospital...
—
Que aparelho é esse no braço dela?
(...)
— É, então, um minicomputador...
— Funciona como se fosse e é
capaz de apontar, com precisão absoluta, desequilíbrios de risco para o organismo.
— Como, por exemplo, a iminência
de um colapso cardíaco, alteração da pressão sangüínea?
— Taxas de glicose, oscilação de
temperatura, presença de um microorganismo patogênico... (226)
Aqui explica que a jovem grávida corria risco “de morrer”
durante o parto, lá no Mundo Espiritual!
—
Meu caro Dr. Hernani – aparteou Odilon, aproveitando a deixa –, o senhor não
repare, se precisamos ir; temos ainda uma visita a ser feita hoje...
— Que pena! – lamentou.
— Voltaremos para uma nova
sessão de piadas – enfatizei. — Tenho algumas para lhe contar, mas só nós
dois...
— Picantes?
— Piada espírita não tem graça,
Hernani!
(241)
Agora, envolve Hernani Guimarães Andrade e Cairbar Schutel numa
roda de piadas, como se Espíritos desse nível fossem tão mundanos como ele...
Infinitas
Moradas
—
Estou olhando, Desidério – disse, fazendo o possível para não explodir. — Pode
falar... Estou com conjuntivite; cheguei há pouco da Terra e, como sempre,
havia muita fumaça lá embaixo... (...) (87)
Assim
que ele se retirou, fazendo um esforço imenso para me controlar, pedi ao jovem
enfermeiro que me chamasse, às pressas, o Manoel Roberto ao consultório. (90)
Essa, uma entrevista com um pretenso paciente, desenvolvida ao
longo de uma conversa sem sentido, sem nenhum ensinamento, a não ser a
revelação de que depois de desenvolver uma conjuntivite, a partir de uma contaminação
adquirida na Terra, um psiquiatra do Mundo Espiritual, diretor de um hospital,
quase se descontrolou ao final de uma conversa vazia, que tomou cinco páginas
de um livro... Note-se ao absurdo que esse Espírito fascinador leva seus
leitores: Um Espírito desencarnado contaminar-se com doenças da Terra.
Do
Outro Lado do Espelho
“– O espírita tem a mania de se julgar sempre
com a verdade.” (16) “— Nós, os considerados mortos, em
matéria de mediunidade temos que nos contentar com percentagem: 30% nossos, 70%
do médium... Quando, pelo menos, são 50% para cada lado, vá lá... Raro o médium
que nos permite o empate. Isso sem falarmos nos médiuns que vivem colocando
palavras inteiramente suas em nossos lábios: é um tal de termos dito, sem
termos dito nada... (...) Os médiuns
hoje querem improvisar... Quanta mistificação!...” (160)
Um
discurso específico visando ao descrédito da mediunidade. Descrédito que se
estenderia até à Codificação, que teria, no mínimo, 50% de contribuição dos
médiuns com os quais Kardec desenvolveu a Codificação.
Na Próxima Dimensão
“(...) grande hospital, cuja direção, no Mais Além,
estava sob minha responsabilidade (eu não sei quando é que vou me livrar desse
carma!)” (12)
Todo
desencarnado equilibrado sente-se honrado em trabalhar no Mundo Espiritual.
Como pode um Espírito que se diz diretor de um hospital, fundado por Eurípedes
Barsanulfo, ver essa honrosa tarefa a ele atribuída como carma? E desejar desincumbir-se
dela?
“(...) o casal
havia renunciado a qualquer tipo de convivência mais íntima na esfera sexual,
para devotar-se aos valores do espírito, e, tanto assim que ambos não geraram
herdeiros diretos (...)” (56).
Aqui entra na vida íntima de Kardec e
sua esposa para fazer essa “revelação”. Em livro subsequente, diz que eram
estéreis.
“(...) também sou suscetível a periódicas crises de
depressão... Afinal, ao que me consta, ainda sou gente, não é?” (138).
Seria crível que um diretor de um hospital psiquiátrico,
fundado por Eurípedes Barsanulfo, sofrer crises de depressão?
“O sexo, além da morte, não é algo pecaminoso: é
instrumento de sublimação.”
(216).
O
sexo não é pecaminoso nem na Terra, nem no Mundo Espiritual. O seu mau uso,
sim.
No Limiar do Abismo
Que os nossos
irmãos, pois, permaneçam atentos e não se deixem ludibriar; não há sobre a
Terra, na atualidade, um único médium encarnado com suficiente autoridade para
penetrar nos enigmas pertinentes às anteriores experiências reencarnatórias de
quem quer que seja. O que revelam, nesse sentido, não passa de mera suposição
ou invencionice.
(62)
Como é que, em livro
posterior, ele “revela” que Chico foi a reencarnação de Anchieta.
— Preciso ir
ao sanitário – disse-lhes, tentando me colocar de pé.
— Sanitário, aqui?!... – reagiu,
Paulino, tão surpreso quanto eu.
— Por favor – solicitei, afrouxando
a calça –, afastem-se...
E, ali mesmo, sem qualquer
escrúpulo, improvisei uma latrina. (192)
O desarranjo intestinal fora causado pela ingestão de um pedaço
de churrasco de javali, no Umbral...
—
Em meu primeiro livro escrito depois de morto,
“Sob as Cinzas do Tempo”, eu me refiro diversas vezes ao meu antigo hábito de
fumar; pois bem: segundo soube, houve alguém que teve o capricho e a paciência
de contar o número de vezes que fiz menção ao tabaco, para chegar à conclusão
de que não sou um Espírito Superior... (217)
Sim, eu contei e publiquei suas 25 referências ao hábito de
fumar, relatadas até com certo ar de vitória, sem, nem uma única vez, falar dos
danos causados pelo uso do tabaco. Na obra “Obsessão e Cura”, refere-se,
igualmente, 12 vezes, tendo, à pág. 178, declarado estar fumando durante uma
prece a Jesus.
—
Essa história de ter sido médium 40, 50 anos, de ter feito inúmeras palestras,
de ter escrito dezenas de livros ou artigos em jornais e revistas, de nunca ter
perdido a pose... (219)
Sempre atacando os espíritas...
O
Pensamento Vivo do Dr. Inácio
E para que eu não
continue sentindo falta de ser eu mesmo nestas palavras, deem uma banana para o
resto! (23)
Será que ele falaria isso ante a venerável figura de Bezerra de
Menezes?
–
Domingas, precisamos acabar com essa falsidade... Eu nunca empreguei palavrões
em meus escritos! Esse pessoal precisa deixar de me encher a bolsa escrotal!...
–“Bolsa
escrotal”, não é um termo chulo, Doutor?
–
Convém perguntar a Deus, que a fez, você não acha? Que termo você sugeriria,
quando tivesse que se referir ao órgão genital, masculino ou feminino!?...
(233)
Seria necessário comentar isso?
Por
Amor ao Ideal
— Vamos, quem é o macho que vai se
denunciar?... Quero esfolá-lo vivo! Aqui ninguém é pago para cochilar no
serviço. Se não aparecer o culpado, vou escolher qualquer um e demiti-lo. (40)
Nesse livro, pretende fazer um relato, enquanto encarnado, de
sua vida como diretor do hospital espírita de Uberaba.. Lendo-se a biografia do
Dr. Inácio Ferreira, constata-se que essa postura é mentirosa.
— Vai-se ver, Doutor, que na outra
encarnação... – intrometeu-se uma morena redonda, das melhores cozinheiras que
já passaram pelo Sanatório.
— Cuide de suas panelas... Como é
que pode ir adiante um hospital de loucos em que até a cozinheira dá palpites?
Que outra encarnação, que nada!... É a primeira vez que estou vivendo no meio
dessa corja – primeira e última, se Deus quiser.
A morena sorriu e caminhou
requebrando com sua pesada traseira, não dando a mínima para o que eu havia
falado. (42)
Esse Espírito
fascinador faz tudo para mostrar que o Dr. Inácio já era desequilibrado quando
encarnado.
Porém, profanando o ambiente, eu
não resisti. Antes de me levantar e ir embora, aproximei os lábios de seu
estúpido conduto auditivo e sussurrei-lhe, pausadamente, certos termos chulos
que quase todo menino da rua sabe dizer! O homem arregalou os olhos, as suas
faces ficaram congestas e eu pensei que, ao invés de um, teríamos dois
cadáveres expostos no salão... (91)
Nota-se, em todo o livro, o desejo de mostrar que o Dr. Inácio
sempre foi grosseiro como ele é pintado agora.
O meu misterioso paciente estava de
volta... Chegou à minha casa num sábado à tarde, num desses sábados sem luminosidade,
com excesso de nuvens escuras no firmamento. Havia vários meses que eu não o
via.
(261)
— Tem obras publicadas?
— Alguns ensaios apenas; nada que
tenha repercutido...
— E o seu sotaque?
— Eu já preciso ir, Doutor —
levantou-se, sem me responder.
— Mandarei, depois, o dinheiro da
consulta... (273)
No entanto, quando abri o livreto,
quase caí de costas: um retrato a bico-de-pena, feito com tinta nanquim, era a
reprodução exata do rosto do meu paciente!... “E. A. Poe” – dizia o pequeno
texto —, morto em 1918, vitimado por alcoolismo.
Contista e poeta norte-americano que, infelizmente,
nos deixou tão cedo — aos 39 anos de idade.” (275/6)
Este, talvez o relato mais absurdo do livro, em que esse
Espírito menospreza a capacidade de o leitor analisar: como é que um médico,
principalmente um psiquiatra, recebe um cliente em consulta sem saber-lhe o
nome? Mais tarde, fica sabendo que conversara com Edgar Alan Poe, desencarnado
há 140 anos. No livro, há um erro de data, pois ali é afirmado que a desencarnação
ocorrera em l918.
O que vou lhes dizer em seguida –
caros leitores –, ficará a critério de vocês aceitarem ou não. Devo ser fiel à
verdade dos fatos.
Prosseguindo pela voz da médium, o
célebre criador do romance policial contou:
— Observando-me as tentativas
frustradas de contactá-lo, um desconhecido me orientou:
— “Por que você não se materializa?
Não é tão difícil assim... É só conseguir ectoplasma...”
— Ora – explicou a entidade –, eu
jamais havia ouvido falar em ectoplasma... “Que substância é esta?” – perguntei
sem me dar conta, como das vezes anteriores, do idioma em que eu estava me expressando:
eu pensava em inglês e ele entendia
em português, exatamente, Doutor, como está acontecendo agora.
— “Ectoplasma – respondeu-me – é
fluido animal; se você conseguir
quantidade suficiente para se revestir, poderá tornar-se visível...”
— De que maneira obtê-lo? – quis
saber, curioso.
— “Através de um doador vivo ou...
morto.”
— Morto? – questionei, duvidando
que aquela história toda fosse verdade.
—“Sim, no cemitério...”
— Poderei encontrar tal substância
materializante no cemitério?
—“Não nos corpos em adiantado
estado de decomposição, mas nos que morreram recentes...”
— E o que devo fazer?
—“Mentalize, plasme-se...” falou o
espírito, que se retirou.
— Quase a desanimar (Poe deu
seqüência à inusitada narrativa), localizei o cemitério e me pus a esperar um
enterro. Foi difícil, pois não me consentiam me aproximar de certos
cadáveres... Algumas entidades que não falavam comigo dispersavam uma matéria
brilhante na atmosfera e os cadáveres ficavam vazios. “Aquilo é o ectoplasma” – pensei. Depois disso, um enterro
com quase nenhum acompanhamento chegou ao cemitério... O corpo inanimado era o
de um homem que, bêbedo, havia caído de um andaime; espessa substância leitosa
ainda lhe escapava abundante, dos orifícios e, inclusive, dos poros, a
praticamente envolver-lhe toda a forma física... Dele, curiosamente, eu pude me
aproximar sem qualquer embaraço e, após o seu corpo ter descido à cova rasa, postei-me
ao seu lado e, com as mãos, comecei a me cobrir com aquele tecido
gaseificado... O meu desespero era tamanho, Doutor, que eu o introduzia na
boca, eu o inalava através das narinas, como se eu fosse um paciente
hospitalizado recebendo uma transfusão de sangue...
— Aos poucos, sem que eu pudesse
explicar o fenômeno – prosseguiu dizendo –, fui tomando forma humana, ou
melhor, retomando-a... Era interessante observar. Felizmente, não havia ninguém
por perto... A imagem que eu conservava de mim era tão forte em minha mente,
que, devagar, fui reconstituindo, com a força do pensamento, detalhe a detalhe,
inclusive a própria indumentária – aquela que, de hábito, eu envergava em meus
derradeiros dias no corpo quando, infelizmente, tombei vítima do alcoolismo.
Quando a metamorfose se completou, a
minha primeira iniciativa foi a de procurar um espelho – eu queria me ver...
Saí do túmulo no qual praticamente me encontrava mergulhado e, percebendo um
carro estacionado à porta do campo santo, me fitei no seu retrovisor externo –
era eu, sem tirar nem pôr! De imediato, acudiu-me uma déia à cabeça: – Que bom
seria, se eu pudesse, sempre me conservar assim: este corpo certamente não
adoece e... não morre, não estando sujeito às vicissitudes do corpo feito de
carne... De certa maneira, inclusive, eu me remoçara e aquelas indisposições
orgânicas haviam desaparecido.
A narrativa de Poe me surpreendia;
eu nunca havia lido nada parecido a respeito na extensa bibliografia espírita
especializada. (282/6)
Nem poderia ter lido, pois se trata de ficção da pior espécie!
Para constatar a falácia desse “conto”, é só consultar o livro “Missionários da
Luz”, cap. 10, onde há uma descrição minuciosa do preparo de uma reunião
destinada à materialização de um Espírito. Essa operação envolveu, dentre outros,
a cooperação de vinte entidades de nobre hierarquia.
Reencarnação
No Mundo Espiritual
– É uma honra, Doutor,
é uma alegria trabalhar ao seu lado!
– Não puxe, não, hem?, que arrebenta... (130) – A
situação, às vezes, é vexaminosa... A gente se descompõe, não é?
– E tem que rezar muito, Longino, para não fazer
besteira...
– Eu sei: dizer palavrão, tirar a roupa...
– Para mostrar o quê? Se bem que, agora, com o
Viagra, a gente reage...
O meu interlocutor
gargalhou.
– Impagável, Doutor! Veja se esta é conversa de dois
espíritas, no Além?!
– De dois espíritas normais, é! (134)
Seria necessário comentar esses diálogos? Relato num livro
espírita ou na mesa de um bar?
– De quando em quando,
faço questão de visitar a Terra, apenas para ver como estão aqueles que, quando
eu tinha 80, estavam com os seus 30, 40 de idade... Se não se cuidarem, não
chegarão à minha marca, com os cigarros que fumei a vida inteira! Alguns estão
irreconhecíveis, com as rugas que têm no rosto contando das lutas que enfrentam
na vida. Coitados! E eu, neste Outro Lado, remoçado e forte, simpático como
sempre fui, tendo de me esconder do assédio da mulherada...
(141)
Modo muito grosseiro de se referir a mulheres, talvez própria da
mesa de um bar, mas não de um local no Mundo Espiritual organizado no Bem. Ou
no Umbral?
A correspondência sobre
uma de minhas mesas se acumulava. Missivistas da Terra e do Além me escreviam,
expondo suas dúvidas sobre os mais variados assuntos: perguntas sobre temas da
Doutrina, questões pessoais, indagações sobre mediunidade, pedidos de
intercessão em favor de um ente querido desencarnado, palavras de estímulo e
coragem ao trabalho que estamos desenvolvendo...
(148)
Confiando tanto na incapacidade de o leitor analisar, nem tenta
explicar como uma carta escrita na Terra chegara à sua mesa de trabalho, nem
como a resposta seria enviada... É fazer muito pouco do conhecimento
doutrinário, ou mesmo da capacidade mental do leitor...
Trabalhadores
da Última Hora
As Trevas, se assim
posso me expressar, consentiram que o Cristo pregasse a Boa Nova em seu
reduto, que era a Terra, desde que, por fim, triunfassem permanentemente. (279) (Grifei)
As Trevas deram consentimento? Estão na direção do Planeta? Essa
é a tese dos “Testemunhas de Jeová”, que distribuem um folheto colorido,
declarando que Satanás é quem governa o Mundo.
Tio,
o senhor benze? O vovô está acamado... o senhor benze? É claro, vamos vê-lo – respondeu.
A
mamãe – disse um garotinho, sem camisa –, com o remédio que o senhor lhe deu,
já melhorou da dor de cabeça... O senhor trouxe mais?
Essa, uma conversa que o “Dr. Inácio” teria tido com Espíritos
desencarnados, residentes na colônia onde ele se encontra. Lá ele distribui
remédios, benze, cura dor de cabeça...
Como
vai o nosso Morubixaba?
Patuwa
não diz, mas sabe que ele está perto de morrer de novo... Não diga nada a
ninguém. O Pajé branco já sabe... Não quero tristeza na pequena tribo. Quando Patuwa”
morrer”, vou dar meu corpo a você...
–
A mim?! – perguntei com espanto.
–
Entenda bem, para você estudar. Quero que você o abra, veja o que tem dentro e
escreva para a Terra contando o que viu.
–
Mas eu não sou cirurgião! – aleguei – Eu sou psiquiatra! Não sei mais dissecar
um corpo... (67/68)
O morubixaba dá ordens ao “Dr. Inácio”! O índio estava tuberculoso,
no Mundo Espiritual. Previa sua “morte” e doava seu perispírito para o “Dr.
Inácio”, determinando o que dele deveria ser feito...
–
Melhorando – respondeu com uma piscadela. – A febre, no entanto, vai e volta.
(58)
A febre no perispírito, que tosse, escarra sangue...
–
A febre está voltando cada vez mais forte – disse ele com tranquilidade. –
Deixarei a carcaça na Lua Nova – previu com voz entrecortada.
(71)
O morubixaba acabou “desperispiritizando”. Não se pode dizer que
desencarnara, pois não estava encarnado... Esse Espírito fascinador louva,
endeusa o Chico, mas trabalha no sentido de desmentir-lhe a obra.
São
Francisco de Assis, em certas ocasiões, chegava a rolar sobre espinheiros, flagelando-se
de maneira voluntária, para não oferecer sintonia aos espíritos que o tentavam!
(78)
Referência a um livro psicografado por João Nunes Maia, onde há
a afirmativa que Francisco de Assis, para fugir à tentação do sexo, lançava-se
sobre espinheiros, ferindo sua genitália. Se Francisco de Assis precisava fazer
isso, onde estava a sua força mental?
O
Pensamento vivo do Dr. Inácio
–
Domingas, precisamos acabar com essa falsidade... Eu nunca empreguei palavrões
em meus escritos! Esse pessoal precisa deixar de me encher a bolsa escrotal!...
–“Bolsa
escrotal”, não é um termo chulo, Doutor?
–
Convém perguntar a Deus, que a fez, você não acha? Que termo você sugeriria,
quando tivesse que se referir ao órgão genital, masculino ou feminino!?...
(233)
Grosseria que dispensa comentários...
A turma que, em
maioria, renasce por aqui e nas dimensões subjacentes é através do sexo mesmo!
A turma copula! Você falou em orgias e em número excessivo de gravidez, como se
os métodos contraceptivos existissem apenas entre os encarnados... Não!
Eu não sei em que livro
está – é um dos que Ranieri escreveu –, mas, certa vez, conversando à boca
pequena com o médium e profeta Chico Xavier, disse que, daqui a uns 200 anos, a
Ciência irá construir um grande útero e, então, a mulher será liberada da
gravidez! Mas, segundo ele, o espírito reencarnaria direitinho... Não parece
coisa de ficção?! (20).
Pobre Chico! Depois de uma vida dedicada ao Bem, ter sua memória
profanada dessa forma! Ranieri escreveu, dentre outros, “O Abismo” e “Sexo além
da Morte”. Foram os precursores dessa obra nefasta do Dr. Inácio e de outros.
–
Cavalos e cães que, além de comer, fazem sexo...
–
Eu sabia que o senhor chegaria aí! – comentou Domingas. (254)
A seguir, volta a bater
na tecla da reencarnação no Mundo Espiritual:
–
O que vocês diriam se aqui, no Mundo Espiritual, os homens pudessem se
relacionar sexualmente, como se relacionam, sem função reprodutora?
Virando-me
na direção de Rodrigo, interroguei:
–
Você sabe de algum de seus colegas, ou você mesmo, que não faça sexo por aqui?
–
Não, Doutor, não me peça nomes. Mas não sei de ninguém – descontraiu-se o
inteligente rapaz, levando os colegas a sorrir. (255)
Parece até que alguém, no contexto, tem problemas sérios no
campo sexual, tantas são as referências...
Estudando
Nosso Lar
–
Cavalos e cães que, além de comer, fazem sexo...
–
Eu sabia que o senhor chegaria aí! – comentou Domingas. (254)
A seguir, volta a bater
na tecla da reencarnação no Mundo Espiritual:
–
O que vocês diriam se aqui, no Mundo Espiritual, os homens pudessem se
relacionar sexualmente, como se relacionam, sem função reprodutora?
Virando-me
na direção de Rodrigo, interroguei:
–
Você sabe de algum de seus colegas, ou você mesmo, que não faça sexo por aqui?
–
Não, Doutor, não me peça nomes. Mas não sei de ninguém – descontraiu-se o
inteligente rapaz, levando os colegas a sorrir. (255)
O “Dr. Inácio”, em várias ocasiões, afirma que os espíritas não
estudam. Para contestar suas obras não há necessidade de estudo doutrinário.
Qualquer pessoa que tenha noção de ética, de boas maneiras, até mesmo de
educação, tem perfeitas condições de repudiar esses escritos, vazados em termos
irreverentes, grosseiros, agressivos, chulos, totalmente incompatíveis com a
maneira de se expressar de qualquer pessoa medianamente educada.
Estas e outras análises
completas poderão ser obtidas pelo email:
jose.passini@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário