Trata-se de uma
compilação de textos apresentados originalmente no blog “Mediunidade na Internet”.
Talvez por ter caído em si que poucos acreditavam quando declarou, em livros
anteriores, que cartas de encarnados eram colocadas sobre a sua mesa, no
hospital em que dizia servir, no Plano Espiritual em que se encontra, sem ao
menos explicar esse fenômeno inusitado no Espiritismo, esse Espírito agora
resolveu comunicar-se pela internet. Entretanto, se o meio de comunicação
mudou, o mesmo não aconteceu relativamente à seriedade do trabalho.
Deixamos claro, de
início, que ao grafarmos o nome Dr. Inácio não estamos concordando com sua
autenticidade, mas apenas evitando o incômodo de colocá-lo sempre entre aspas.
Transcreveremos em negrito
as palavras do livro. Nossos comentários serão em tipo normal.
A turma que, em
maioria, renasce por aqui e nas dimensões subjacentes é através do sexo mesmo!
A turma copula! Você falou em orgias e em número excessivo de gravidez, como se
os métodos contraceptivos existissem apenas entre os encarnados... Não!
Eu não sei em que livro
está – é um dos que Ranieri escreveu –, mas, certa vez, conversando à boca
pequena com o médium e profeta Chico Xavier, disse que, daqui a uns 200 anos, a
Ciência irá construir um grande útero e, então, a mulher será liberada da gravidez!
Mas, segundo ele, o espírito reencarnaria direitinho... Não parece coisa de
ficção?! (20).
Pobre Chico, em cuja
boca estão colocando as mais absurdas informações, inclusive apoio ao aborto em
caso de estupro e de anencefalia. O testemunho de Ranieri, aqui invocado,
merece dúvida, depois de ele ter deixado na Terra seus livros absurdos: “Sexo
além da Morte” e “O Abismo”.
E para que eu não
continue sentindo falta de ser eu mesmo nestas palavras, deem uma banana para o
resto! (23)
Seria necessário comentar
a grosseria desse Espírito, que diz conviver com Eurípedes, Bezerra, Chico
(Kardec, segundo ele), na condição de diretor de um hospital fundado pelo
Benfeitor?
Querem que eu escreva
um Tratado de Obstetrícia de Além Túmulo! Eles acham que, por conta da pergunta
200 e seguintes, de “O Livro dos Espíritos”, os desencarnados são todos capões!
Meu Deus, que maldição seria morrer! É claro que os espíritos não têm
sexo, ou melhor, têm todas as variações sexuais possíveis e imagináveis, mas o
perispírito tem genitália, sim! E se relacionam! Para ficar mais claro,
copulam! (26)
Ninguém esperaria que o
Dr. Inácio escrevesse um livro sobre Obstetrícia, pois essa não era a sua
especialidade na Terra. Mas, seria de se esperar que escrevesse algo sobre
Psiquiatria, explicitando as teses apresentadas em “Novos Rumos da Medicina”,
em seus dois volumes, obra magistral que deixou aqui na Terra. Teria ele
desaprendido tudo o que ensinou e vivenciou aqui, passando a ser um crítico do
Movimento Espírita, dos espíritas e de médiuns, usando uma linguagem vulgar,
chula, rasteira mesmo? Esse Espírito se refere continuamente às obras de André
Luiz, mas nelas não se encontra nada que se possa comparar com esses quadros de
desequilíbrio e mau gosto que ele pinta a todo momento.
No livro “Nosso Lar”,
há o relato do caso pessoal de Tobias, que fora casado duas vezes na Terra. O
assunto é ali tratado com a seriedade que se espera de uma obra espírita.
Sabe-se que uma daquelas que foram esposas de Tobias continuava nessa condição,
mas André Luiz não entra em pormenores da convivência do casal.
Essa promiscuidade
alardeada pelo Dr. Inácio é mostrada no livro “E a Vida Continua” (cap. 14), no
convite que o desequilibrado Túlio faz a Eveline, convidando-a a deixar a
colônia que habitava para ir com ele à comunidade desequilibrada onde ele vive:
“– O povo de onde venho agora, o povo da terra
da liberdade, tem toda a razão... Entendo, você agora faz parte dos santos,
mas eu não sou mascarado. Sou o que sou, um homem com as funções que me são
próprias... Quero você e isso a escandaliza? Boa piada!... Você é mulher como
as outras, você não é melhor do que todas aquelas que conheço na terra da liberdade, com apenas a
diferença de que você se oculta na capa andrajosa da disciplina.”
Não se exige muita
perspicácia do leitor para entender que ali impera uma certa liberalidade
sexual entre os seus habitantes. Agora, pergunta-se: seria uma colônia desse
nível o local onde Dr. Inácio atua?
–
O médium passista não pode fumar, não pode beber café em excesso, não pode
comer carne... – Eu sei que a lista de proibição era enorme, e eu estava
impedido de transmitir passes até na outra encarnação!
(50)
Aqui, o Dr. Inácio
ridiculariza as exigências naturais, a respeito da preparação do passista,
apresentando um caso emergencial relatado no livro “Libertação”, cap. XVII ,
querendo fazer regra do que é exceção. Sua comparação só vale para quem não tem
discernimento, nem raciocina.
Muitos
dos espíritos que se comunicam com os médiuns na Terra (quase arriscaria dizer
que a maioria) não se encontram propriamente presentes no recinto físico ou ao
lado do medianeiro que lhes serve de instrumento.
(58)
É citada a comunicação
de Bittencourt Sampaio, contida no livro “Instruções Psicofônicas”, cap. LXIV.
Essa exemplificação não coincide com os fatos. O nobre Espírito, depois de se
ter comunicado, retirou-se. Verificaram com pesar, os encarnados, que falhara a
gravação. Logo após, diante dos lamentos da perda do excelente pronunciamento
daquele Espírito, José Xavier apresentou-se, prontificando-se a ditar ao Chico
o texto, pois também ele e Meimei haviam feito a gravação. O ditado foi feito e
a mensagem foi publicada no livro citado. Por esse exemplo, vê-se claramente o
quanto esse Espírito que se faz passar pelo Dr. Inácio falseia a verdade.
Aquelas
duas fornalhas que, distraidamente, costumava explorar com o indicador e o
polegar... Bem, deixemos tal assunto de lado. Voltemos ao “transcendente”
episódio da campainha (...). Será o Plano Espiritual tão espiritual quanto os homens imaginam que seja? Se a casa de Lísias
era mantida de porta fechada, ela poderia receber, digamos policiáveis “amigos
do alheio”? (95)
Novamente, esse
Espírito que se propõe a estudar “Nosso Lar”, volta a lançar dúvidas sobre o
clima de equilíbrio e respeito que André Luiz afirma reinar naquela colônia. O
leitor menos informado se induzido a pensar que em “Nosso Lar” há ladrões.
Porta fechada indica ordem, respeito a uma intimidade doméstica. André Luiz não
disse porta trancada, que é outra coisa...
–
Domingas, precisamos acabar com essa falsidade... Eu nunca empreguei palavrões
em meus escritos! Esse pessoal precisa deixar de me encher a bolsa escrotal!...
–“Bolsa
escrotal”, não é um termo chulo, Doutor?
–
Convém perguntar a Deus, que a fez, você não acha? Que termo você sugeriria,
quando tivesse que se referir ao órgão genital, masculino ou feminino!?...
(233)
Seria necessário algum
comentário sobre esse diálogo, contido num livro que é publicado como se fosse
espírita? Um diálogo desses não se encontra nem nos piores programas de
televisão...
Ataca, ridiculariza a
FEB e divulga uma notícia originária de sua cabeça doente, quando diz que a
Federação está preparando uma lista de livros condenados, ou seja, produzindo
um índex... Vê-se que sua capacidade
não fica só na linha do mau gosto, do humorismo barato, mas atinge as raias da
invenção mentirosa.
...
Os espíritos vão novamente começar a se manifestar na Igreja, trazendo
obviamente suas versões do Mundo Espiritual! E eu quero é dar risadas.
(290)
No trecho acima citado,
que é um pronunciamento do médium, dizendo que vai rir do que os espíritas
dirão a respeito de revelações do Mundo Espiritual feitas por médiuns
católicos. Mais uma vez se revela a falácia desse Espírito, procurando misturar
as coisas. Nenhum espírita o combateria se ele fizesse as suas “revelações” da
reencarnação no Mundo Espiritual, do uso que faz de linguagem chula, de
pronunciamentos falsos a respeito de materialização, de apoio ao aborto, de
ufanar-se de ter sido fumante inveterado, de falar de desregramento sexual na
colônia em que vive, se ele não usasse o nome de Kardec, da Doutrina Espírita e
de Chico.
Analisamos apenas
alguns trechos do livro. Seria cansativo o esforço de esquadrinhá-lo todo, como
fizemos em obras anteriores, mesmo porque ninguém, até hoje, nos apontou algum
ponto em que tenhamos sido injusto em nossa crítica.
Infelizmente, em nosso
meio, ainda há muitos dirigentes de entidades espíritas que entregam essas
obras ao público sem terem, ao menos, passado os olhos sobre algumas páginas.
José Passini
passinijose@yahoo.com.br
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