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  • terça-feira, 11 de setembro de 2018

    Arautos de eventos espíritas!! Modelem-se nas proezas da RAE-TV (Jorge Hessen)

    Foto rara de Allan Kardec


    Arautos de eventos espíritas!! Modelem-se nas proezas da RAE-TV (Jorge Hessen)
    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com

    O Cristo jamais arrecadou dinheiro (vil metal) por difundir seus mandamentos e muito menos por seus acolhimentos à massa padecente. Inversamente, condenou quem assim procedia. Chico contava nas tradicionalíssimas rodas de amigos que jamais participaria de “eventos espíritas” onde as pessoas precisassem pagar para vê-lo e confessava que daria o que tivesse no bolso para se retirar desses lugares.
    A estipulação de valores de taxas para ingressos em eventos espíritas como palestras, encontros e seminários, sob qualquer forma ou desculpa “esfarrapada”, é excludente e infame, pois restringe os ensinamentos espíritas a quem pode pagar. Isso é uma deslealdade aos Espíritos, a Kardec e a Jesus.
    É inadmissível desviarmos o Movimento Espírita, caindo nas mesmas esparrelas sofridas pelo Cristianismo romano (ocidental) e Cristianismo ortodoxo (oriental), que  vagarosa e sorrateiramente  se tornaram religião institucionalizada, rigidamente hierarquizadas. Tais igrejas valeram-se dos valores monetários que foram transferidos da contribuição espontânea para “assistência aos mais necessitados”, fixando-se taxas pecuniárias (dízimos) camufladas sob vários pretextos, conduzidas para custeamento do profissionalismo religioso e para construção de suntuosas catedrais , além, é óbvio, pela acumulação de fortunas.
    Quando analisamos as proezas da RAE-TV Rede Amigo Espírita para difusão do Espiritismo gratuitamente (para o planeta) fico ponderando que a atual liderança precisa instruir-se com o confrade sonhador (pé no chão)  José Aparecido e sua equipe. O que realiza na propaganda espírita é de flamejar os nossos olhos de exultação!
    Os contextos justificadores provindos das badaladas lideranças espíritas são sucessivamente as mesmíssimas. Argumentam que as casas espíritas não têm recursos financeiros suficientes para arcar com os custos com viagem de expositores, aluguel de auditório, material de trabalho. Daí, justificam, a necessidade da cobrança de taxa de inscrição. Ora se não têm recursos, por que não se valem dos recursos das redes sociais e façam iguais a RAE-TV (difusão doutrinária gratuita) ?
    Reconhecemos que alguns EVENTÕES determinam ampla circulação do “vil metal”, todavia, entendemos que há outros modos, que não sejam o de obrigatória exigência de taxa de inscrição para ingresso (a exemplo dos eventos realizados pela Federação Espírita do Paraná que sempre são gratuitos. Obviamente são processos mais árduos, contudo são mais leais aos propósitos espíritas de estar ao alcance de todos e atuar sempre ao lado do povo e não de alguns endinheirados.
    Destarte, estaria se evitando abjeta discriminação de participantes com base no poderio financeiro. Imaginemos como permanece psicologicamente a situação de um espirita desempregado , que sobrevive de “bicos”, “biscates” (serviços eventuais) cuja família atuante do movimento espírita, não tivesse recursos para pagamento da taxa? Que vergonha!!
    Há os que ajustam o discurso para arrazoar sobre as contribuições espontâneas (rateio) com os que podem bancar a empreita. Todavia,  sempre haverá os que ajuízam que que não dará certo, porque culturalmente os espíritas endinheirados não estão habituados a contribuir espontaneamente.
    Mas fica só entre nós aqui, se medidas como essas, ou seja, contribuições espontâneas (rateio entre os que podem) não funcionar é porque o grupo espírita ainda não está preparado moral e espiritualmente para iniciativas mais arriscadas.
    Para rematar, reproduzo a frase que já proclamei por mais de cem vezes: Em verdade, de duas, uma! Ou o Espiritismo chega à massa, especialmente aos “filhos do Calvário”, aos deserdados, para levar sua mensagem, ou submergirá no fosso profundo da hipocrisia e perderá legitimidade anunciar o Evangelho através da Codificação.

    Nenhuma sociedade é plenamente feliz (Jorge Hessen)


    Nenhuma sociedade é plenamente feliz (Jorge Hessen)
    Jorge Hessen
    jorgehessen@gmail.com

    O vocábulo felicidade deriva do latim felicitas que vem de felix (ditoso, afortunado, feliz). Num sentido amplo é a ausência de todo o mal, e, vivência plena do bem. Em geral, um estado de satisfação devido à própria situação do mundo.
    Desde a década de 80 do século XX há uma chamada "ciência da felicidade", e alguns pesquisadores, ainda no universo do paradigma oficial utilitarista, estão tentando criar um índice econométrico, a tal “Felicidade Interna Bruta”, capaz de medir o nível de felicidade dos cidadãos de um país. Os estudos apontam, por exemplo, que a riqueza não consolida a felicidade das pessoas no mundo desenvolvido. Proteger um crescimento econômico continuado não significa ter como objetivo uma sociedade mais feliz.
    Países nórdicos como Finlândia, Noruega e Dinamarca ocupam os primeiros lugares em rankings de felicidade e bem-estar. Todavia, um relatório do Conselho de Ministros Nórdicos e do Instituto de Pesquisa da Felicidade de Copenhague sugere que a reputação dos países nórdicos como "terras da felicidade" estão mascarando problemas importantes de alguns segmentos da população, especialmente dos jovens entre 16 e 24 anos.
    O pesquisador Michael Birkjaear afirmou ao jornal britânico The Guardian, que os mais jovens estão sozinhos e estressados e têm desordens mentais. Há uma epidemia de transtornos mentais e de solidão nos países nórdicos. No período de cinco anos da pesquisa, só na Noruega houve um aumento de 40% no número de jovens que pediram ajuda por dificuldades relacionadas à saúde mental
    O relatório diz ainda que na Finlândia, classificada como o país mais feliz do mundo em 2018, o suicídio foi responsável por 35% de todas as mortes nessa faixa etária.
    Embora 3,9% das pessoas na região nórdica tenham citado níveis classificados como "sofrimento", essa taxa em outros países é muito maior: 26,9% na Rússia e 17% na França. Sob esse ponto de vista, as perspectivas na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia ainda são relativamente cor de rosa, mas não são tão perfeitas quanto algumas a pintaram. (1)
    A felicidade é uma atraente sensação que experimentamos de euforia, uma percepção vivaz; todavia ela não ocorre em condições contínuas e permanentes, porquanto felicidade não é o mesmo que euforia. Alguns procuram estados eufóricos sob efeito dos fármacos psicoativos. Em verdade, se a felicidade não for simples, se ela for ornada em excesso, inchada de coisas inúteis, nesse caso não é felicidade, é apenas ilusão.
    Mas, será que "pode o homem gozar de completa felicidade na Terra? Os Espíritos afirmam que "não! Por isso que a vida nos foi dada como prova ou expiação. “Depende de cada um a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.” (2)
    Não podemos esquecer que a Terra é um mundo atrasado sob o ponto de vista moral. Por isso, a felicidade total não se encontra aqui no orbe, todavia em mundos mais evoluídos. Em nosso planeta, a felicidade é relativa, conforme encontramos descrito no item 20 do capítulo V de "O Evangelho segundo o Espiritismo”. (3)
    A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desventura de outro. Nenhuma sociedade é perfeitamente feliz, e o que julgamos ser felicidade quase sempre camufla penosos desgostos. O sofrimento está em todos os lugares. As amarguras são numerosas, porque a Terra é lugar de expiação. Quando a houvermos transformado em morada do bem e de Espíritos bons, deixaremos de ser infelizes, assim, enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será lícito cogitar de felicidade isolada para nós mesmos.

    Referências bibliográficas:

    [1] disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-45320175%20 acesso em 06/09/2018
    [2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2000, perg. 920
    [3] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2003, item 20, Cap. V