Luiz Carlos Formiga |
Ainda na universidade, diante de alunos, fiz perguntas sobre a vida.
Quem decidiu sobre nossa existência, sobre o seu valor?
Qual o sentido do Universo e da existência humana?
Que é o homem?
O fato de ser portador de um diploma, de conhecimentos, leva o homem a reconhecer o caminho do seu dever?
Num universo submetido à entropia, arrastado para uma desordem crescente, por que e como aparece a ordem?
O maior problema da filosofia que a ciência positiva não resolve é o da conduta ou do valor da ação humana.
A atitude do homem perante o homem e o mundo, e a projeção dessa atitude como atividade social e histórica é tema da filosofia (1).
Para que o adulto viva na plena consciência da existência será necessário, no período infantil, atender sua necessidade maior, encontrar um sentido para a vida.
Sem isso, quando adulto, pode passar pela neurose dominical, a depressão dos que se dão conta da falta de conteúdo de suas vidas, quando passa o corre-corre da semana e o vazio interior se torna manifesto. Alguns bebem todas.
Há muitos casos de suicídio onde a causa se pode atribuir ao vazio existencial.
Fenômenos tão difundidos como depressão, agressão e drogas não podem ser entendidos se não reconhecermos o vazio existencial subjacente a eles.
Estudiosos da área médica dizem que 90% dos alcoólicos haviam sofrido de uma falta abismal de sentido da vida e 100% dos dependentes de drogas acreditavam que as coisas pareciam sem sentido.
Artigos em revistas médicas apontam para a religiosidade e a espiritualidade como fatores protetores ao consumo de drogas. Eles dizem que as pessoas que dão relevante importância à sua crença ou praticam as propostas da religião professada, apresentam menores índices de consumo de drogas lícitas e ilícitas.
Com a inteligência espiritual é que podemos formular e reformular pensamentos, revogar regras e modificar valores. Com ela é que se descobre um poder superior capaz de devolver a sanidade e a felicidade relativa (2).
Nessa hora, o educador possui importante papel. No entanto, o principal é daquele que ampara a criança nos primeiros passos.
“Aqueles que procuram educar a criança à luz dos ensinamentos espíritas buscam não perder tempo, aproveitando essa fase de aceitação de novas informações, a fim de sensibilizá-lo em relação às verdades e à noção de valores trazida pelo Evangelho, para que, mais tarde, quando as tendências de sua bagagem aflorarem, o espaço já esteja ocupado, pelo menos parcialmente, pelas ideias renovadoras.” (3)
Na sensibilização, as expressões artísticas ganham papel de destaque. Colaboradora de primeira ordem, a arte trabalha para dar sentido à vida e facilitar a compreensão do mundo social, cultural e espiritual, do ser de natureza biológica e psicológica. Despertando a sensibilidade e aprofundando o senso de contemplação, tem como meta a materialização do belo, para produzir o bem. Desta forma aprimora sentimentos e direciona impulsos, para zonas superiores da vida. Vida eterna. A noção de imortalidade que o Espiritismo faculta ao homem abre-lhe a possibilidade de desenvolver um estado de consciência que se poderia chamar, com Passini, de cidadania espiritual.”(3)
A arte melódica, harmônica, rítmica da música é capaz de calar fundo na alma impulsionando-a para o alto de modo que aproxime de campos vibracionais nobres e elevados. O mesmo podemos dizer em relação ao teatro, à literatura...
Estas manifestações artísticas, que mobilizam as energias do bem, são capazes de conduzir ao autoconhecimento fazendo desabrochar a estética e a escala de valores ético-morais.
“Educadores modernos valorizam a educação desde o nascimento. A educação, à luz do Espiritismo, reconhece isso e vai um passo além, lembrando à mãe que ela deve dialogar com o nascituro desde que se percebeu grávida.” (3)
Kardec era educador e com ele a educação se torna “incentivo para que cada ser imortal revele, diante dos homens, a luz que traz em si por herança divina”(3)
O papel da arte ganha destaque porque a arte no bem , com amor, conduz à libertação, quando o espírito em educação passa a ser autor e personagem de sua própria história e herdeiro de si mesmo. A voo da liberdade é aquele onde a pessoa age em si própria, trabalha a reforma íntima, onde o intelecto é apenas uma parte do ser multifacetado. A arte propicia essa integração do espírito imortal consigo, com a Inteligência Suprema com o universo. Na arte da vida essa integração está repleta de significados.
Para o magistério superior na universidade da paternidade não se exige o doutorado, mas é necessário ter, para oferecer, “sete pães”.
“Quantos pães tendes?
E disseram-lhe: - Sete.” (Marcos, 8:5).
Emmanuel, no livro Fonte Viva, lição 133, comenta que “Jesus decerto procurava uma base, a fim de materializar o socorro preciso. A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde para iluminar o aposento. Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto.”(4)
A arte melódica, harmônica, rítmica da música, poesia de Tom, de Vinicius, é capaz de calar fundo na alma. O leitor vai pensar em Abgail, quando ouvir: “Existiria a verdade. Verdade que ninguém vê”.
O título é uma síntese. “Se todos fossem, no mundo, iguais a você.” (5)
Na literatura espírita lemos que Abgail era noiva de Paulo (6).
Em assuntos complexos, somente são capazes de clareza e concisão os espíritos que já atingiram níveis altos da inteligência espiritual.
Paulo pergunta. O que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
Abgail - Ama.
Penoso testemunhar dedicação, sem o real entendimento dos outros.
Como fazer para que a alma alcance tão elevada expressão de esforço com Jesus?
– Trabalha.
Que providências tomar contra o desânimo destruidor?
– Espera.
Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?
– Perdoa.
A Educadora, consciência desperta, faz poesia. Alerta precioso. Indriso e reflexão (7).
José Passini [em 2009]...
Ao comentar uma reflexão do NEU*...
Cita a resposta da questão 383[LE]...
Fundamentado sugere uma mobilização...
Em prol da criança, a Evangelização...
Uma Campanha, por que não!
"Educar" [os Valores do Evangelho] no bem e para o bem...
“Educação Preventiva”, a bandeira da redenção!
Leitura adicional
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