terça-feira, 30 de abril de 2019

Oba-oba - dia nacional dos “espíritas” brasileiros(!)

Oba-oba - dia nacional dos “espíritas” brasileiros(!)  (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com 
Brasília/DF

Há 12 anos, para encantamento de alguns “espíritas” , aprovou-se, na Câmara dos Deputados, em caráter conclusivo, o Projeto de Lei nº 291, de 2007, que "dispõe sobre a criação do Dia Nacional do Espiritismo" (“hein...”? humm...!!!), sem força de feriado, dispensando, portanto, os que tributam culto a outras religiões, da obrigatoriedade quanto à homenagear Kardec com os que professam e praticam a doutrina espírita. (Ufa, ufa...!!!!).
Há 12 anos, sim, há 12 anos, a febre para os dias comemorativos ao Espiritismo começou a se espalhar pelos rincões tupiniquins: Vejamos, o projeto apresentado pela Assembleia paraibana, propôs a criação de 18 de abril como “Dia Estadual do Espírita” (hã...?), que se transformou em Lei, sancionada pelo governador instituindo a data no Calendário Oficial do Estado da Paraíba, conforme Lei nº 8.251, de 20 de junho 2007, publicada no Diário Oficial do Estado, em 21 de junho de 2007. Com misso já vislumbramos a direção das enxurradas de datas comemorativas que estão por vir.
Vamos pensar um pouco! Será que o Espiritismo precisa ocupar espaços "com mais liberdade" num dia especificamente consagrado, por força de um projeto de lei?  Há os que dizem que com tais projetos, o Espiritismo não mais será alvo de "perseguições", como aconteceu em recuadas épocas. Mas, antes de qualquer consideração sobre o assunto (projeto-de-lei), peculiar e supérfluo aos objetivos doutrinários, teceremos breves comentários sobre o Parlamento brasileiro.
Entre os idos de 1999 e 2007, mais de 30 (trinta) proposições foram aprovadas, no Parlamento brasileiro , criando datas comemorativas. Nas legislaturas recentes, outras dezenas de projetos foram apresentados com essa finalidade. Enquanto as reformas essenciais se arrastam há muitos anos, os parlamentares demonstram inimagináveis arroubos de inventividade, quando o tema é a aprovação de datas memoráveis.
Não é de hoje que a instituição de datas tem grande apelo entre os parlamentares brasileiros. Para se ter uma ideia, eis algumas datas propostas, e muitas já aprovadas:"Dia Nacional do Frevo" - "Dia Nacional de Reflexão do Cantando as Diferenças" - "Dia Nacional do Ciclista" - "Dia da Televisão"- "Dia Nacional do Líder Comunitário" - "Dia Nacional do Forró" - "Dia Nacional do Poeta" - "Dia Nacional do Despachante Documentalista" - "Dia Nacional do Guarda Municipal" - "Dia Nacional do Doador Voluntário de Medula Óssea", e assim vai a fanfarra das comemorações sobre pêndulos da insensatez, nas plagas da ainda terra brasilis.
Em pesquisa feita no Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados, verificamos que, no interregno de 1999 a 2007, os deputados aprovaram 609 projetos de lei e projetos de lei complementar. Desse total, 337 foram apresentados por parlamentares, 218 pelo governo e 54 por outros órgãos. Dentre os projetos aprovados no período, de autoria dos parlamentares, cerca de 10% tratam da instituição de dias comemorativos no calendário nacional. Muitas das propostas (perdem o sentido) chegam a ser curiosas, ou mesmo extravagantes, por isso, são arquivadas. Vejamos algumas delas: No segundo mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), os exemplos de criatividade foram muitos. Havia projetos para a instituição do"Dia Nacional da Umbanda", "Dia da Inovação", "Dia do Cozinheiro", "Dia Nacional do Taxista", "Dia da Legalidade", "Dia Nacional do Prefeito", "Dia do Presidente da República", "Dia Nacional da Reflexão Política" e "Dia Nacional do Perdão".
E as “pérolas” continuaram cultivadas no primeiro mandato do Presidente Lula (2003-2006), pois havia projetos, propondo o "Dia Nacional da Verdade", "Dia da Esperança", "Dia Nacional da Gratidão", "Dia Nacional da Caridade", "Dia do Sono", "Dia Nacional do Macarrão", "Dia Nacional do Pescador", "Dia Nacional do Teste do Pezinho", "Dia Nacional da Voz" e "Dia Nacional da Capoeira".
É verdade que o Brasil é a maior nação espírita da atualidade; que a Doutrina atende de maneira especial à demanda de milhões de brasileiros, ávidos por respostas às suas dúvidas e anseios espirituais, Que o Espiritismo é responsável por inúmeras obras de assistência social que, reconhecidamente, auxiliam inúmeras comunidades carentes em todo o País, é a pura verdade, sim, mas e daí?
Cremos que o centro espírita, ao invés de ficar comemorando e/ou, idolatrando nomes e datas festivas, tem que funcionar como um pronto-socorro espiritual, em favor das almas em desalinho, e, não, uma escola de fantasias e ilusões. O Centro tem que estar preparado para acolher um grupo cada vez mais numeroso de curiosos e de pessoas instáveis, aguilhoadas nas algemas de suas próprias defecções morais, e que estão nos abismos obscuros da ignorância.
Quanto aos defensores da idéia do "Dia Nacional do Espiritismo", nada obsta que lhes despertemos a consciência, quanto ao que já temos advertido ao público. O Espiritismo nos traz uma nova ordem religiosa, que precisa ser preservada. É a resposta sábia das dimensões elevadas do além às indagações íntimas da criatura aflita na Terra, conduzindo-a ao encontro do Criador. Por essa razão, precisamos blindá-lo da soberba dos espíritas “ oba-oba”, com suas sugestões aéreas e inóxias, uma vez que ignoram os elevados objetivos do Espiritismo e tão-somente fazem parte dos grupos, onde os contra-sensos são oferecidos.
Preservar o Espiritismo, conforme o herdamos de Allan Kardec, é nossa obrigação, mantendo-lhe a clareza dos ensinos, a limpidez dos seus conteúdos, não permitindo que se lhe instalem práticas e empolgações encafifas e ruinosas, que embaraçam os invigilantes e os menos conhecedores das Obras Básicas. Os Benfeitores alertam, ensinando-nos que os princípios espíritas produzem júbilos internos e não algazarra exterior.  
A liderança do chamado  movimento espírita brasileiro “oficial”  transformou o ideário da Codificação numa montoeira de excentricidades , sobretudo no trato com as questões essenciais do Espiritismo.
Será que já não bastam os CONGRESSOS ESPÍRITAS PAGOS destinados exclusivamente aos espíritas  apatacados?

sexta-feira, 26 de abril de 2019

EVENTOS ESPÍRITAS PAGOS O fim não justifica os meios (Adelino da Silveira *)

EVENTOS ESPÍRITAS PAGOS O fim não justifica os meios (Adelino da Silveira *)


Adelino Silveira e Chico Xavier

Lamentável o que vem acontecendo no movimento Espírita. Lamentável também é que nenhum órgão federativo levantou sua voz contra esses absurdos.

Por onde anda o Conselho Federativo Nacional?

Palestras, seminários, congressos e encontros pagos! Até preces em casamentos estão sendo cobradas!

Eventos caríssimos estão sendo realizados.

Para onde vai o movimento Espírita?

Jesus nunca cobrou por seus ensinamentos e nem por seus encontros com o povo. Ao contrário combateu quem assim procedia.

Também não consta no Evangelho que ele tenha cobrado pela sua presença nas bodas de Caná.

Um amigo, de passagem por uma cidade de Goiás, foi assistir a uma palestra espírita.
Qual, porém, não foi sua surpresa quando chegou à porta: R$ 100,00 por pessoa. Penso que todo espírita deveria fazer o que ele fez: virou as costas e foi embora.

Vamos ver o que disse Allan Kardec, Paulo de Tarso e Chico Xavier.

“Ainda uma palavra meus amigos. Indo ver-vos, uma coisa desejo: é que não haja banquetes, isto, por vários motivos. Não quero que minha visita seja ocasião para despesas que poderiam impedir a presença de alguns e privar-me do prazer de ver todos reunidos.”
(Allan Kardec – Viagem Espírita 1862).

“Por que se bem vos lembrais irmãos do nosso trabalho, pois trabalhando noite e dia para não sermos pesados a nenhum de vos, vos pregamos o Evangelho de Deus.”
(Paulo - 1º Tessalonicenses 4:6).

“Eu jamais participaria de um evento onde as pessoas precisassem pagar para me ver. Daria o que tivesse no bolso para ir embora.”
(Chico Xavier, o Apóstolo da Nova Era).

O fim não justifica os meios.

A cobrança de taxas, ingressos em palestras, encontros e seminários, sob qualquer forma ou pretexto, é limitar os ensinamentos de Jesus a quem pode pagar. Isso é uma traição à Doutrina Espírita.

Os espíritas conscientes deveriam se unir e tomar uma atitude contra esses desvios.


*O autor do texto acima conviveu com Chico Xavier durante décadas e é o autor dos livros:
Chico, de Francisco
Kardec Prossegue



Momentos com Chico Xavier

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Charlatanismo , redes sociais e a fake new do além (Jorge Hessen)

Charlatanismo , redes sociais e a fake new do além (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com

É inquietante a invasão de falsos médiuns , especialistas nas fraudes “mediúnicas”, “psicografando”  supostas cartas do além, valendo-se financeiramente  da venda de livrescos de sua autoria. A armadilha da traiçoeira “mediunidade” para eventual “contato com falecidos” tem sido montada nos shows públicos dos ambientes espíritas (infelizmente!).
Tais estelionatários inventam seitas sob “inspiração” de imaginários espíritos que trazem nomes de notórias “santas e padroeiras”. Em torno desses falsários se promovem excursões (romarias) para que enlutados acompanhem o charlatão até às cidades em que são convidados para fazerem espetáculo de falsas psicografias.
São charlatões mediúnicos que utilizam do poderoso argumento da “psicografia” para enganar os ignorantes, especialmente os emocionalmente mais vulneráveis. São falsos médiuns que auferem vantagens pessoais, alimentando a fama entre os idólatras (“inocentes úteis”). Embolsam dinheiro com a vendas de livrescos superlotados de ilusões. São dissimulados e abiscoitam doações para “seus pobrezinhos”, obtendo tudo justamente nas ocasiões em que as pessoas se encontram psicologicamente torturadas pelo luto.
Tais falsos médiuns encontram nas redes sociais da internet extensa coletânea de dados pessoais dos desencarnados e seus familiares. As informações virtuais são matérias primas para que os falsários memorizem ou improvisem “colas” taticamente escamoteadas durante a sessão da “mediúnica”.
Sugerimos aos familiares checar nas redes sociais os detalhes das informações contidas nas falsas cartas psicografadas  e verificarão a fraude.
É exatamente isso. Na internet os falsos médiuns colhem inúmeros subsídios de dados pessoais, consultando Facebook, WhatsApp, YouTube, Instagram, Twitter, LinkedIn, Pinterest, Google+ (do falecido e familiares) que servirão de roteiro para a construção da falsa carta do “além”.
Ambicionando persuadir suas vítimas, tais falsários fazem constar determinadas frases padronizadas e repetitivas nas falsas cartas “psicografadas”, sempre com termos genéricos, tendo em vista iludir o enlutado, sobretudo citando número de telefone, CPF, endereço, nome do cemitério do sepultamento, nome da igreja da missa de sétimo dia, time de coração do falecido entre outras tapeações. Ressalte-se que quando há autenticidade “nas cartas psicográficas, como sucedia com Chico Xavier , as autorias espirituais eram comprovadamente de parentes falecidos e raramente estes informavam número de telefones e os bizarríssimos números de  CPF’s.
Se houver uma adequada investigação policial esses falsos médiuns poderão ser descobertos em face das aquisições de bens incompatíveis para um desempregado. Sabe-se que tais falsários mediúnicos têm construído um razoável patrimônio material por meio dos recursos financeiros advindos de microempresas (editoras) e distribuidoras de alfarrábios literários contidos nos livrescos entupidos de escombros místicos. Destarte, tais “microempresários” charlatões vão comprando apartamentos , móveis e até carros novos.
As lideranças espíritas do Brasil (palestrantes e alguns presidentes de federações) não ignoram tais tramóias mediúnicas e a maioria vem se solidarizando com as vítimas das fraudes e apoiando os médiuns honrados através de um ABAIXO ASSINADO.
Estranhamos porque a mística “FEB” não se dispõe alertar o MEB sobre o fato. Na verdade, não se percebe qualquer solidariedade do “mainstream”e dos endeusados figurões (vendilhões) em apoio moral às mães ludibriadas e aos médiuns sérios. Cremos que esse manifesto poderia comprometer a venda dos livros dos  oradores que mais se parecem com os “camelôs ambulantes”.
O subdesenvolvido movimento espírita brasileiro vem exportando tais falsos médiuns para alguns países da Europa. Os protagonistas “médiuns” das falsas cartas do além, já conquistaram Portugal com a conivência e cumplicidade de algumas lideranças lusitanas (inocentes úteis) e obviamente vem comprometendo o pujante trabalho doutrinário efetivado pelos sinceros irmãos portugueses.
Observação importante: Ressalve-se que nem todos os médiuns utilizam prática mediúnica de má-fé em suas atividades. Caracterizamos médiuns honestos que produzem bons trabalhos psicográficos para conforto dos parentes enlutados. Porém destaque-se que esses médiuns  sérios aceitam participar de qualquer pesquisa para atestar a autenticidade dos fenômenos dos quais são portadores , os charlatões jamais aceitaram. Por isso, é importante separar o joio do trigo. Pelo histórico moral dos médiuns constataremos a fidedignidade das suas intenções.