Massacre na Flórida (Jorge Hessen)
Jorge Hessen
Um atentado no dia 14 de fevereiro (quarta-feira de cinzas) na escola pública Marjory Stoneman Douglas High School em Parkland, sul da Flórida trouxe novamente à pauta o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos. O acusado pelo assassinato de 17 pessoas, entre estudantes e professores, é o ex-aluno Nikolas de Jesus Cruz, de 19 anos, que havia sido expulso no ano passado.
Segundo a organização Everytown for Gun Safety, que defende o controle de armas nos Estados Unidos, o tiroteio já entrou para as estatísticas como o 18º massacre em escolas americanas em 2018. Nikolas usou um rifle AR-15, e além de matar as 17 pessoas, feriu outras 14, que foram conduzidas em estado grave para a Broward Health North, e outras para o Centro Médico Broward.
Neste ano de eleições no Brasil observamos um quadro político moralmente corrompido, em face dos inimagináveis desvios do erário público. O país tem sido governado por pessoas ambiciosas e escroques impetuosos. Temos acompanhado com certa apreensão a crescente popularidade de um “pré-candidato” à presidência que, apesar de não ter o estigma de uma trajetória política comprometedora, todavia vem anunciando desenvolver uma política de armamento da população.
Não duvidamos da honestidade de tal pré-candidato, contudo seu discurso é preocupante e suas promessas de governo têm sido aterradoras. Conquanto possa estar imbuído de boas intenções, cremos que o seu discurso “messiânico” para transformação social sob o látego do revide, da animosidade e da retaliação é cabalmente contraditório e desfavorável à paz ente os brasileiros.
A criminalidade tem as suas raízes, dentre outras, na desigualdade social, no elevado índice de desemprego, na urbanização desordenada e, destacadamente, no descrédito à classe política hipócrita, corrupta e na difusão incontrolada da arma de fogo, sobretudo clandestina, situações essas que contribuem de forma decisiva para o avanço do caos social, do tráfico de drogas, dos assaltos, dos roubos, dos sequestros e por fim dos homicídios.
Muitos vivem sob o temor da doença das “balas perdidas”. O investimento de recursos em armamentos é inútil, perigoso e desnecessário. As leis e a ordem impostas à sociedade como resposta à exigência coletiva são aceitáveis e compreensíveis, mas muito melhor será quando os homens se desarmarem e os cidadãos respeitarem seus direitos, sobretudo o mais fundamental, como o direito à vida. Neste contexto a aplicação do ensinamento espírita em seu esboço científico, filosófico e ético-moral será o instrumento por excelência decisivo para a paz entre os homens.